WORLDSKILLS: Jovem de Lençóis Paulista disputa vaga na maior competição profissional do mundo, na Rússia

Morador do bairro Jardim Primavera, em Lençóis Paulista, Lucas Carneiro, 22 anos, é um dos 63 jovens selecionados para disputar uma vaga na equipe brasileira da WorldSkills, a maior competição de educação profissional do mundo. A 45ª edição do desafio ocorrerá de 22 a 27 de agosto, no Centro Internacional de Exposições KAZAN EXPO em Kazan, na Rússia.

Realizada a cada dois anos, a WorldSkills reúne os melhores alunos de países das Américas, Europa, Ásia e África e Pacífico Sul para disputarem medalhas em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviço. Lucas vai competir na modalidade construção de estruturas metálicas. A categoria foi ouro na última disputa, em Abu Dhabi, que ocorreu em 2017.

Pensando em ingressar no mercado de trabalho, o paulista fez curso de aprendizagem industrial em caldeiraria, no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). “Eu escolhi esse curso porque na cidade onde eu moro não tem muita mão de obra, então seria uma boa escolha de curso para atender a demanda que tem na cidade”, afirma.

Mas não foi bem o que aconteceu. Lucas se destacou no curso e foi convidado a participar da Olimpíada do Conhecimento. O emprego precisou ficar de lado e ele passou a dedicar muitas horas para os treinamentos. Primeiro, em 2017, passou pela etapa estadual, realizada em Piracicaba. Em seguida, em 2018, ficou em primeiro lugar na seletiva nacional, realizada no Maranhão.

O jovem conta que o pai, que é vigilante, e a mãe, que trabalha como secretária, sempre acreditaram que a participação na competição traria muita experiência profissional e, por isso, o apoiaram desde o início. E apesar de estar animado com a possibilidade de trazer mais uma medalha para o Brasil, ainda tem mais uma batalha para vencer antes do mundial. Isso porque ele está em Brasília, junto com aproximadamente 50 jovens, para a última fase de treinamentos, onde deve permanecer até a competição.

Enquanto isso, Lucas vai ensaiando os próximos passos. “As minhas expectativas para a competição na Rússia são as melhores. Eu vou batalhar duro, treinar bastante para chegar lá sem nenhum impedimento e sem nenhuma barreira para brigar pelo primeiro lugar”, planeja.

Além de Brasília, preparação dos participantes ocorre também nos centros de treinamento do SENAI localizados em Belém, no Pará e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, além de Joinville, em Santa Catarina e Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Educação Profissional
Assim como para Lucas, a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.

Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.

A competição
Há mais de 65 anos, a WorldSkills reúne jovens qualificados de todo o mundo, selecionados em olimpíadas de educação profissional de seus países, realizadas em etapas regionais e nacionais. Cada jovem competidor recebe um projeto e tem uma determinada quantidade de horas para desenvolver o desafio, da melhor forma possível. É colocada em cheque a habilidade técnica dos participantes, cada um dentro da sua modalidade. Geralmente, o projeto de construção desafiador é inspirado em algum ponto turístico do país/cidade sede da WorldSkills, com três módulos.

São 56 modalidades técnicas que exigem adequação aos padrões mundiais. Segundo o gestor do projeto Brasil Kazan 2019, José Luiz Gonçalves Leitão os jovens devem ter conhecimentos sobre desenvolvimento e desenho técnicos, metodologia, medidas, interpretação de desenho, acabamento de produto e também sobre processos. “É um jogo de tempo. Cada uma das habilidades é trabalhada exaustivamente dentro dos padrões e eles são submetidos a vários testes, exercícios, durante esse período”, destaca.

A cada edição da WorldSkills, o Brasil participa com um número maior de competidores e melhora sua classificação no quadro de medalhas. Em 18 participações, o país já acumulou 136 medalhas. A melhor participação brasileira na história do campeonato foi em São Paulo, em 2015. Com 27 medalhas, o Brasil foi o primeiro do ranking de países.

Fonte: Agência do Radio Brasileiro

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