Revitalização da praça da biquinha envolve gestão participativa

Crianças do maternal II da Creche “Lúcio de Oliveira Lima” com a professora Cibele Malagi e monitora Sueli Almeida participaram do plantio

Equipes de trabalho da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) tem se emprenhado no processo de revitalização paisagística da Praça “Lúcio de Oliveira Lima”, também conhecida como praça da biquinha, localizada na Rua Anita Garibaldi, Centro. No local, onde ocorreu a queda de uma árvore foram plantadas sete novas mudas, apropriadas para arborização de praças, sendo da espécie Cássia Macranthera, além da cobertura vegetal do solo com plantio de grama esmeralda e ornamentais, como Cicas e Lantanas-cambarás, conforme indicado pelo Secretário Claudemir Rocha Mio (Tupã) e coordenadora do meio ambiente, Edéria Pereira Gomes Azevedo.

No contexto, tendo como objetivo aplicar a temática da gestão participativa de acordo com manifestação popular sobre arborização da praça, alguns moradores do entorno e as crianças do maternal II da Creche “Lúcio de Oliveira Lima” com a professora Cibele Malagi e monitora Sueli Almeida participaram do plantio. Antes, as crianças e os moradores participaram de uma conversa introdutória com o educador ambiental Helton Damacena, sobre o tema da gestão participativa na arborização urbana, de acordo com a proposta de educação ambiental do Programa Município Verde Azul.

Em seguida, todos foram orientados pelos servidores José Daniel e Alysson Yamashita no processo de plantio, bem como houve o comprometimento no cuidado com as árvores, de modo a garantir o sadio desenvolvimento que beneficiará toda a comunidade que frequenta a praça.

Colaboração de todos

Vale ressaltar a importância da colaboração de todos para a manutenção e limpeza da praça, sendo que o lixo e resíduos gerados, principalmente nos fins de semana, devem ser depositados nas lixeiras apropriadas distribuídas pelas praças. Os proprietários de cachorros devem evitar que os animais fiquem soltos para que não façam necessidades no gramado ou no chão da praça, mantendo-a sempre limpa. Após a conclusão do processo de revitalização, a fonte da biquinha também deve ser reativada.

Biquinha… mais de um século 

Naquela época, as terras pertenciam Pedro Nelli. Segundo relata o  historiador Alexandre Chito no seu livro “Lençóis Ontem e Hoje” editado em 1972, em 1906 já havia um cano que jorrava água de qualidade, própria para o consumo humano. Como não havia água tratada na cidade, as famílias, pelo menos as que residiam nas proximidades, serviam-se da água  oferecida pela Biquinha. Em 1931, o então prefeito Lúcio de Oliveira Lima mandou construir a estrutura que se mantém até hoje. Durante muitos anos a água era fruto de uma mina (nascente), mas, com o decorrer dos anos, muitas residências foram construídas na região e como a cidade não contava com o serviço de captação de esgoto, as fossas  que serviam de instalações sanitárias começaram a contaminar a  fonte, tornando o produto impróprio para o consumo. Atualmente, a água servida pela Biquinha vem de um poço artesiano, mas nem por isso aquele recanto desse sagrado pedaço de chão brasileiro chamado de Lençóis Paulista, perdeu seu encanto. A Biquinha é um dos pontos de referência mais lembrados pelos habitantes desta terra. Além disso, se constitui num dos principais cartões de visitas da cidade. “Quem bebe água da Biquinha nunca mais deixa Lençóis…” (BBlanco)

Água santa…. Bebeu da sua fonte nunca mais deixa Lençóis!

Achei oportuno publicar esse texto. Entra prefeito, saí prefeito e ela está lá. Já foi reformada, ou melhor, pintada, umas novecentas  e noventa e nove vezes. É impressionante como os prefeitos gostam de passar uma caiação na coitada. Há época em que ela fica meio esquecida, suja, fétida, relegada a segundo plano!  Depois, parece que dá uma luz na cabeça de alguém e lá vai a brocha com nova demão de caiação. Pronto! Agora, por mais algum tempo a danada fica linda, maquiada, produzida, como uma noiva prestes a dizer o ‘sim’. Mas, o implacável tempo se incumbe de desbotar as suas feições e ela volta a ficar um bom tempo carrancuda, igual a um garoto que acaba de derrubar o pirulito no barro. Contudo, nem os mais insensíveis podem resistir aos seus encantos. Como uma pérola incrustada no mais alto relevo da coroa, apesar da sua pouca estatura, ela permanece imponente, fazendo aquilo que há um século vem fazendo: matando a sede de todos que a procuram. Refiro-me à Biquinha. Lugar pitoresco que viu nascer muitos romances que se transformaram em numerosas proles. Biquinha que viu nascer, viver e morrer muitos dos filhos de Lençóis. Biquinha que no passado serviu de recanto para os saudosos piqueniques. Biquinha que em cujas barrancas oferecia a macia argila, matéria prima para que os artistas de outrora moldassem belas esculturas, verdadeiras obras de arte. Hoje, apenas algumas árvores de uma pequena praça a circundam, mas no passado era cercada de arbustos verdes,  floridos. Não seria demasiadamente saudosista dizer que sobre as copas mais altas, uma orquestra de sabiás da laranjeira, sanhaços, azulões,  e outros pássaros canoros dava o tom para muitos idílios? Muitos amores brotaram aos pés dos imensos açoita-cavalos, ipês, cabriúvas e berobas….outros, no entanto,  não prosperaram, mas vêm à memória como uma doce lembrança.   Não sei!  Não sei se seria exagerar no saudosismo. Até porque não vivenciei isso que estou escrevendo, apenas estou relatando fruto de prosas que sempre mantenho com as pessoas mais antigas.  Um grande amigo meu costuma dizer que tem prazer em dizer que é saudosista. Nesse aspecto, sem constrangimento, confesso que penso igual a ele. Do alto das minhas seis décadas de vida, (um pouco mais) das quais, oitenta por cento dedicados à arte de pesquisar e escrever senti-me na obrigação de falar sobre a nossa querida Biquinha. Penso que ela é parte integrante da história de nossa cidade.  Ela justifica um ditado que há muitos anos é lembrado aqui na terrinha: “Quem bebe água da Biquinha nunca mais deixa Lençóis. (Benedicto Blanco, jornalista MTb 24509)

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