Por que cachorros não estão fazendo parte do dia a dia de escolas?

As escolas podem ser “Pet Friendly”?

Guto foi batizado em homenagem ao Professor, que dá nome à escola municipal — Foto: Escola Municipal Professor Augusto Gotardelo/Arquivo

Se você tem cachorros sabe que a expressão em inglês ‘pet friendly’, virou moda, e caracteriza os lugares “amigos dos animais”. Pensando no melhor acolhimento dos pets, mas principalmente pensando nas pessoas que amam animais, diversos estabelecimentos comerciais já se adaptaram para garantir a convivência harmônica entre os animais, seus tutores e os demais clientes.

É claro que saber que você tem direito de levar o seu pet para locais que você frequenta é legal, mas esse benefício, que implica em muita responsabilidade, pode ser estendido para o ambiente escolar?

É preciso mais do que bom senso para tomar essa decisão e antes de mais nada perceber se o seu animal vai gostar do ambiente escolar e se a escola pode acolhê-lo.

E a adoção de animais? Com tantos animais abandonados pelas ruas diversos comerciantes permitem a realização de feiras de adoção, e até oferecem água e alimento e abrigo para cachorros de rua. Mas será que uma Escola pode adotar um cachorro e permitir que ele interaja com seus alunos? As escolas podem ser “Pet Friendly”?

A ideia não é novidade e se relaciona com uma série de questões que envolvem o universo PET e a educação, que vão desde a responsabilidade social, o abandono de animais, a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivos dos estudantes com deficiências ou necessidades especiais, bullying, até o desenvolvimento do senso de responsabilidade, além da possibilidade de preparar as crianças emocional e socialmente, essas e outras vantagens que a presença de animais em escola pode trazer.

Exemplos de sucesso não faltam no Brasil e no exterior, o que nos remete a pergunta do título: Porque cachorros AINDA não estão fazendo parte do dia a dia das escolas em todo o Brasil?

Escolas Estaduais Paulistas poderão ter cães em sala de aula

Por todos os motivos citados nesta reportagem, a deputada estadual Leticia Aguiar apresentou o PROJETO DE LEI Nº 853, DE 2019 que institui o projeto “AMICÃO”, que tem como objetivo realizar ações que contribuam com o aprendizado nas redes pública e particular de Ensino do estado de São Paulo.

Para a parlamentar paulista já está provado que os cães estimulam a integração e o aprendizado. Com o projeto, o Governo do Estado poderá adicionar uma disciplina na grade curricular das escolas em que serão ministrados conhecimentos relacionados com a proteção dos animais, contando com a presença de um bicho de estimação em sala de aula.

Meu Pet na escola

Em 2018, o Colégio Marista, em Ribeirão Preto, no interior paulista, permitiu, ao longo do ano, que os próprios alunos levassem seus bichos para dentro da sala de aula. E o resultado foi muito positivo  – Veja mais AQUI

Deu no New York Time

Diretores, professores, funcionários e um cachorro. Desde o início de 2017, esse é o quadro de profissionais que participam das atividades diárias de 37 escolas públicas no estado de Nova York, nos EUA. Link para matéria completa.

Segundo o jornal The New York Times, o Programa Comfort Dog do Departamento de Educação, que combina algumas escolas com cães da North Shore Animal League America, uma organização de resgate e adoção de animais em Long Island. Um membro da equipe da escola adota um cão com triagem especial, que é bem-vindo à escola como uma dose de apoio emocional.

Abandonados pelo Brasil

Ninguém sabe ao certo quantos são os animais abandonados, e apesar dos esforços de voluntários e protetores dos animais o número de animais de estimação abandonados no Brasil é gigante, a Organização Mundial de Saúde, estima que cerca de 30 milhões animais sejam abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros, todos sujeitos a violência humana, riscos naturais, doenças e outros perigos.

O exemplo de Minas Gerais

O acolhimento de um cachorro na Escola Municipal Professor Augusto Gotardelo, foi o ponto de partida do projeto “Amicão – Cão na Escola”, lançado em dezembro de 2019 em Juiz de Fora. O objetivo do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) é dar assistência a animais adotados por instituições de ensino e orientações para os diretores sobre os cuidados com a mascote, por meio dos departamentos de Educação Ambiental (DEA) e de Controle Animal (Dcan). VEJA AQUI A MATÉRIA COMPLETA

CÃOLEGA faz história em Pernambuco

Na Escola Municipal de Tempo Integral (EMTI) Antônio Heráclio do Rego, em Água Fria – Recife/PE, o ensino sobre os cuidados com o meio ambiente e os animais ultrapassou a teoria e dá um exemplo de cidadania. Depois de adotar dois cachorros de rua, que recebem os cuidados de diretores, professores, funcionários e alunos, a unidade de ensino resolveu incluir os animais no projeto pedagógico Cãolega, apresentado em 2018.

As vantagens são para todos, mas a responsabilidade é dos adultos!

Ainda que a presença de um cachorro ou gato em uma escola traga inúmeros benefícios para a saúde física e mental das crianças, é importante destacar que, para a relação dar certo, o pet nunca deve ser responsabilidade delas, do contrário, tanto o pet quanto a criança podem sair prejudicados.

Fonte: aquietrabalho.com
Deputada Estadual Letícia Aguiar