Os olhos ficam mais vulneráveis no inverno

As condições ambientais da estação favorecem casos de Síndrome do olho seco, alergias oculares e conjuntivites

Daniel Luis Mattos Silva, oftalmologista

Ar seco e mudanças bruscas nas temperaturas, características do inverno, não aumentam apenas problemas respiratórios. As condições ambientais também favorecem o surgimento de alergias oculares, conjuntivites e a Síndrome do olho seco. Essa última é uma anomalia na quantidade ou na qualidade da lágrima, o que provoca o ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva (branco dos olhos). Apesar de não haver dados precisos, a estimativa é que cerca de 10% da população em geral sofram com a doença do olho seco, que não tem cura, mas pode ser controlada de forma a permitir que a pessoa leve uma vida perfeitamente normal.

A lágrima é um líquido produzido pelas glândulas lacrimais. Ela é composta por água, sais minerais, proteínas e gordura, com a função de lubrificar, limpar e proteger o olho das agressões causadas por substâncias estranhas ou micro-organismos. “Quando a quantidade ou a qualidade da lágrima não é adequada, os olhos não são lubrificados adequadamente”, explica Daniel Luis Mattos Silva, oftalmologista do Grupo São Francisco, que integra o Sistema Hapvida. E é nesta época do ano, de baixa umidade do ar devido aos longos períodos de estiagem, mudanças bruscas na temperatura, com frio pela manhã e à noite e calor à tarde, e longos períodos em ambientes fechados devido ao frio, que o problema mais se manifesta. Os sintomas podem ser vermelhidão, coceira, ardência, sensação de corpo estranho nos olhos e sensibilidade à luz.

O uso prolongado das telas, seja computador ou celular, um problema atual por causa da pandemia, agrava a situação, ressalta o oftalmologista. Idade avançada, menopausa, ar condicionado e uso de lentes de contato e alguns medicamentos também contribuem para a Síndrome do olho seco. Porém, o tratamento é relativamente simples, com o uso de colírio de lágrima artificial, ressalta o oftalmologista. “Ideal é consultar um especialista que vai prescrever o colírio adequado aos olhos daquela pessoa e a quantidade de uso por dia. E, também, avaliar se problema é mesmo decorrente das condições do ambiente. Isso porque há casos de Síndrome do olho seco que são relacionadas a doenças autoimunes, como a Síndrome de Sjögren e Stevens-Johnson”, acrescenta Daniel.

Outras doenças da época

No inverno também ocorrem mais alergias oculares, principalmente as associadas à rinite. “A pessoa piora da rinite e desenvolve a alergia ocular. Assim como quem tem alergia atópica, ou seja, tendência hereditária para desenvolver alergias, também podem apresentar o quadro de alergia ocular”, frisa o oftalmologista do Grupo São Francisco. “Inclusive quem não costuma sofrer com alergia, nesta época de baixa umidade do ar, fica mais suscetível. Os sintomas são vermelhidão dos olhos, inchaço, coceira, ardência e lacrimejamento”. O tratamento inclui antialérgico e colírio para melhorar a lubrificação. O médico ressalta que é importante tratar alergia ocular para não favorecer doenças mais sérias, como ceratocone.

Outra doença típica da estação mais fria do ano é a conjuntivite, ou seja, a inflamação da conjuntiva causada por agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus.  Os sintomas são vermelhidão na parte branca dos olhos, secreção, inchaço, lacrimejo, sensibilidade à luz, entre outros que podem variar de acordo com o tipo de conjuntivite. O tratamento varia conforme a origem da doença, por isso a importância de consultar um especialista. É um problema comum nesta época porque, ao coçar os olhos devido a uma alergia ou olho seco, sem querer a pessoa pode contaminá-los com um vírus ou bactéria oportunista. “Por isso é tão importante lavar sempre as mãos e evitar coçar os olhos e compartilhar objetos pessoais. Inclusive, com a higienização das mãos frequentes por causa da pandemia de coronavírus, observamos que do ano passado para este houve uma redução de conjuntivite viral”, finaliza o oftalmologista.

Sobre o Sistema Hapvida

Com mais de 7,1 milhões de clientes, o Sistema Hapvida hoje se posiciona como um dos maiores sistemas de saúde suplementar do Brasil presente em todas as regiões do país, gerando emprego e renda para a sociedade. Fazem parte do Sistema as operadoras do Grupo São Francisco, RN Saúde, Medical, Grupo São José Saúde, Grupo Promed, além da operadora Hapvida e da healthtech Maida. Atua com mais de 37 mil colaboradores diretos envolvidos na operação, mais de 15 mil médicos e mais de 15 mil dentistas. Os números superlativos mostram o sucesso de uma estratégia baseada na gestão direta da operação e nos constantes investimentos: atualmente são 47 hospitais, 201 clínicas médicas, 45 prontos atendimentos, 173 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial

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