O ruído inútil dos pensamentos

“É inútil aspirar a grandes realizações espirituais enquanto não conseguirdes interromper o curso ruidoso e desordenado dos vossos pensamentos e dos vossos sentimentos. Esses pensamentos e esses sentimentos que não controlais é que impedem que se estabeleça em vós o verdadeiro silêncio, um silêncio que restabelece, apazigua, harmoniza… Aquele que consegue realizar este silêncio transmite …

impercetivelmente um ritmo, uma graça, a tudo o que faz. Ele desloca-se, toca em objetos, trabalha e, em vez de provocar um grande reboliço, torna-se mais atento, mais delicado, como se tudo nele fosse só dança e música. Esse movimento harmonioso que se transmite a todas as células do seu organismo é benéfico para ele e também age beneficamente sobre todos os seres que o rodeiam. Junto dele, esses seres sentem-se livres, aliviados, libertos, esclarecidos, e depois procuram esforçar-se por viver de novo essas sensações.”

A turbulência dos dias que correm é terrível e hipnótico, pois mesmo que não o queiramos, somos sempre atraídos para o pensamento egoico e pequenino dos nossos interesses, ambições e desejos. Aqui neste texto mais uma vez Omraam Mikhaël Aïvanhov alerta-nos para o fato de nos mantermos centrados e o mais possível em silêncio. Este silêncio a que ele refere não se trata de ausência de som ou da palavra falada. Trata-se fundamentalmente dos pensamentos e sentimentos do nosso ego, que teima em nos achar separados dos demais, que critica tudo e todos, que escolhe fações políticas e clubísticas, que se assume mediante determinados padrões morais , comportamentais e sociais, que julga-se a si mesmo e aos outros mediante preconceito e crenças, que objecta tudo o que não lhe esteja próximo só porque possa ter ideias diferentes das suas.

Vimos estas coisas todos os dias nos jornais, no que escrevem os cronistas sociais, os comentadores políticos, nos que comentam comportamentos desportivos e clubísticos, para não falar nos que se assumem apregoar a verdade em nome de um superior interesse comum e até de Deus. O que o autor nos pede é que nos afastemos dessas tentações, pois todo este ruído externo prejudica grandemente a nossa evolução espiritual. O que ele apela é ao silêncio interior, à vacuidade dos pensamentos e sentimentos inúteis, pois todos eles, mesmo aqueles que apelam à nossa participação cívica são inúteis, pois um Ser vivenciando a sua vida espiritual sabe que pode ser muito mais importante ao impacto das energias negativas na sociedade, se aprender a contribuir para a sua limpeza e harmonização a partir do seu silêncio. Todos os sábios e sapientes nos ensinaram isso: Jesus, Buda, Mahatma Gandhi e outros assim o fizeram até mesmo Martin Luther King preferiu sempre a luta pelo silêncio e pela paz, do que as tagarelices dos pensamentos e sentimentos passados a público pelos media.

É através do vosso silêncio interior que se tornarão Seres Grandes, na medida em que irradiarão Paz, Amor, Harmonia e Graça.Para tal vivam no vosso “Aqui e Agora”. Vivam sentindo que são abençoados por se sentirem sempre amados e que esse Amor Maior seja sempre a vossa fonte inspiradora, mesmo quando que tiverem de se aplicar nas realizações do mundo das formas.

Fiquem bem…

(A Mónada)

Fonte: http://nave-azul.blogspot.com.br/