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Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa”

A Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa”, foi criada por Zanderlite Duclerc Verçosa em 21 de Dezembro de 1961, funcionando provisoriamente em uma sala improvisada e emprestada no prédio do Ubirama Tênis Clube. Em abril de 1961 foi criada a Lei de nº 506, que previa a remodelação da então Praça da Bandeira, bem como a construção de um conjunto arquitetônico compreendendo Concha Acústica e a Biblioteca. O prédio especialmente construído para abrigar a Biblioteca da cidade, de propriedade da Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista, oferecia um local próprio e adequado para acomodar o acervo, que crescia a cada campanha de doação encabeçada pelo então patrono e ilustre cidadão lençoense, o escritor Orígenes Lessa.
A majestosa obra de arquitetura destaca-se pelo estilo moderno, situada numa área central de rápida localização, muita visibilidade e de fácil acesso. A construção teve a orientação dos engenheiros Bernardo Schomann de São Paulo e do encarregado Cezar Hel Rosso lençoense.
No início, a Biblioteca possuía uma circulação de 20 pessoas por dia (entre adultos e estudantes de todas as escolas), e atendia aos 150 sócios permanentes, com um acervo de mais de 2.000 livros e funcionava de segunda a sexta-feira das 13h30 às 17h30, segundo o primeiro relatório de atividades. Hoje, após enormes doações realizadas graças à campanha de Orígenes junto aos amigos escritores da Academia Brasileira de Letras (as chamadas Caravanas Literárias), e além das constantes doações da população e aquisição de novos livros, a BMOL tem em acervo informatizado até o momento, aproximadamente 100.000 livros, estes localizados somente na biblioteca central, ainda há cerca de outros 20.000 que estão divididos nas bibliotecas: Ramal I, Ramal II, Ramal II, Biblioteca Infantil e Espaço Cultural “Cidade do Livro”, o que totaliza aproximadamente 120.000 livros. A Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa” atende em média 170 pessoas por dia, totalizando um atendimento anual de cerca de 36.000 usuários entre pesquisa local, retiradas de materiais e solicitações de pesquisa via internet. A BMOL funciona de segunda à sexta-feira das 08h às 20h.
A Biblioteca oferece um vasto acervo sobre assuntos diversificados, de interesse da população, lançamentos e uma ampla coleção de títulos da literatura brasileira. Possui seções especiais como a “Sala de Obras Autografadas” onde reúne obras com dedicatórias e autógrafos feitos por escritores ícones da literatura nacional e regional. “Museu Literário” situado no piso superior onde obras do começo do século XX, estão disponíveis para o completo uso dos usuários. “Seção de Obras de Referência”, com obras de consulta de vários gêneros e para várias finalidades, dicionários, mapas, guias e enciclopédias temáticas.
A BMOL oferece empréstimo domiciliar, sendo o prazo de 10 dias para o usuário ter posse da obra, podendo ser renovado por igual período dependendo da obra e procura do material. Oferece Exposições; Boletim Eletrônico informando os usuários e a comunidade sobre novas aquisições, ranking dos livros mais retirados e mantém um canal aberto para a publicação de sugestões de leituras enviadas pelos leitores; “Feira do Troca-Troca” ação reconhecida pelo Programa Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) como um dos 50 projetos nacionais que melhor promovem o incentivo à leitura e democratização do acesso aos livros, é realizada (periodicamente) e troca com a comunidade, obras que a biblioteca possui em excesso mas que podem ser úteis para os cidadãos e como moeda os cidadãos podem trocar obras que tenham e estejam em desuso em casa. A BMOL também desenvolve anualmente concursos literários (classe adulta ou infantil) e visita de escritores. Fonte: site oficial)

Vida de Orígenes Lessa

Jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta, nasceu em Lençóis Paulista, SP, em 12 de julho de 1903, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de julho de 1986. Eleito em 9 de julho de 1981 para a Cadeira n. 10, na sucessão de Osvaldo Orico, foi recebido em 20 de novembro de 1981, pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa. Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa. Em 1906, foi levado pela família para São Luís do Maranhão, onde cresceu até os 9 anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance Rua do Sol. Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois. Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção “Tribuna Social-Operária” de O Imparcial.
Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Saudou Coelho Neto, em nome dos colegas, quando o romancista foi aclamado “Príncipe dos Escritores Brasileiros”. Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931.
Em 1929, começou a escrever no Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, O escritor proibido, calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea Garçon, garçonnette, garçonnière, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e A cidade que o diabo esqueceu.
Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu Não há de ser nada, reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e Ilha Grande, jornal de um prisioneiro de guerra , dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressa como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências de publicidade.
Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos Passa-três e, a seguir, a novela O joguete e o romance O feijão e o sonho, obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso extraordinário, inclusive na sua adaptação como novela de televisão.
Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Em 43, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume Ok, América as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros.
Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance O feijão e o sonho; Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance Rua do Sol; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance A noite sem homem; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance O evangelho de Lázaro.
Fonte: ABL – Academia Brasileira de Letras

O escritor divulgou o nome de Lençóis

Para o imortal, membro da Academia Brasileira de Letras, Pedro Bloch, tudo o que Orígenes Lessa sabia ele aprendeu com o pai e não com os livros. Orígenes nasceu em Lençóis Paulista no dia 12 de julho de 1903, filho de Vicente Themudo Lessa e Henriqueta Pinheiro Lessa. Seu pai era pastor protestante, jornalista e professor de teologia. Aos três anos de idade, Orígenes mudou-se com a família para São Luiz, capital do estado do Maranhão. Quando criança, “costumava acompanhar seu pai nas andanças pelo interior do Estado, e nessas viagens o escritor lençoense aprendeu muito com o pai” , afirma Pedro Bloch. Em 1912, voltou para São Paulo, indo para a escola Paroquial e depois para o Colégio Evangélico onde seu pai era o vice-presidente. Com 10 anos já estava matriculado no Ginásio do Estado e já sentia certa inclinação pela literatura, fazendo pequenos trabalhos. Colaborou em “A lança” e “ O Ciclone”, jornalzinho do colégio . Gostava tanto de leitura que, em apenas um ano leu mais de duzentos livros. Com 13 anos de idade fundou “O Beija-Flor” jornalzinho impresso nas oficinas do internato. Fora do colégio, publicou um artigo sob o título “Modas em Combate”. Aos 20 anos, ingressou no Seminário de Teologia, abandonando-o dois anos mais tarde. Foi em 1914 que Orígenes viajou para o Rio de Janeiro, onde passou por serias dificuldades financeiras. Para sobreviver, fez diversos trabalhos. Entre eles, deu aula particulares, lecionou ginástica. Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática, cujo diretor era Coelho Neto. Foram seus professores, além de Coelho Neto, João Ribeiro, José Oiticica,e Alberto de Oliveira. No Rio, colaborou com os jornais: “O Imparcial” na Tribuna Social Operária, dirigida por Joaquim Pimenta. Em fins de 1928 , voltou para São Paulo, empregando-se na General Motors, como tradutor de inglês. Dois anos depois, demitiu-se e foi trabalhar com propaganda. Nesse ramo foi diretor da multinacional Thompson. No jornalismo, começou a carreira no Diário da Noite depois na Folha da Manhã. Seu primeiro livro (O escritor Proibido) foi editado em 1929. A obra foi bem recebida, tanto é que recebeu elogios de escritores famosos com, Sud Mennucci, João Ribeiro e Menotti Del Pichia. Em 1930, publicou “Garçon, Garçonete e Garçonère” recebendo menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, com “ Acidade que o diabo esqueceu” , firmou-se como um dos grandes escritores do gênero. Em 1932, trabalhando na Rádio Record, tomou parte do movimento revolucionário, sendo preso no morro da Pedreira e enviado para o Rio. Preso em Ilha Grande, escreveu uma reportagem detalhada do que viu nas trincheiras, sob o título: “ Não há de ser nada”. Três meses depois voltou para São Paulo e fez traduções de obras estrangeiras e escreveu o livro “O Feijão e o Sonho” seu primeiro romance , que recebeu o prêmio Antônio de Alcântara Machado da Academia Brasileira de Letras. Em 1942, foi para os Estados Unidos, contratado pelo Coordenador de assuntos Americanos. Um ano antes, 1941, dirigiu a revista Planalto, órgão de repercussão em toda a América. De volta ao Rio em 1943, escreveu “Omelete em Bombaim” lançado em 1946,. Esse livro foi traduzido para o polonês e romeno. Já o “Rua do Sol”, publicado em 1955, recebeu o prêmio Carmem Dolores Barbosa. Lessa viajou bastante: Conheceu Inglaterra Suécia, Noruega, Portugal, Suíça, Dinamarca, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, México, Venezuela e Antilhas. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de julho de 1986. seu corpo está sepultado no cemitério de Lençóis Paulista.

Espaço Cultural Cidade do Livro

Criado com o propósito de abrigar obras mal acondicionadas estocadas no piso superior da Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa”, o Espaço Cultural Cidade do Livro, começou suas atividades em 23 de setembro de 2006 a partir da locação do prédio que, em 2007, foi adquirido definitivamente pela Prefeitura Municipal.
O Espaço Cultural abriga o Setor de Obras Raras, Especiais e Únicas da Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa” com obras desde o século XVI, arquivo pessoal (entre livros, manuscritos e objetos) de escritores nacionais consagrados e locais, entre eles o de Orígenes Lessa; o Centro de Documentação Histórica com acervo de jornais da cidade, fotos, plantas arquitetônicas entre outros documentos relativos a cidade de Lençóis Paulista. No piso térreo funciona a Biblioteca Infantil “Monteiro Lobato” que, originada em uma das salas da Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa”, ganhou espaço próprio. O local tem o objetivo de guardar a memória da cidade, da região e do país. Acondicionando, preservando, restaurando e dando acesso aos documentos e às informações contidas nos diferentes materiais especiais dos acervos nele abrigados. Atender aos pesquisadores com serviços de consulta local, através de vários instrumentos de pesquisas para conhecimento do acervo, como catálogos, inventários e guias, além de serviços de digitalizações, promoção de eventos, oficinas, cursos na área de Memória, Patrimônio Histórico e Documentação que destaquem a história do município e de seus cidadãos, bem como organizar exposições periódicas com visitas livres e monitoradas. (Fonte: site oficial)

Lençóis Paulista, a Cidade do do Livro

Localizada no interior do Estado de São Paulo, possui atualmente cerca de 70.000 habitantes e ficou conhecida como “Boca do Sertão” por ser, em meados do século XIX, o último povoamento antes do extenso e fechado sertão do Oeste Paulista, Lençóis tem uma história de pioneirismo e de força de vontade de seus primeiros moradores e de viajantes, que em suas expedições ao Mato Grosso encontraram aqui um porto seguro. Também privilegiada por um solo de terra roxa, foi guarida para imigrantes italianos que encontraram nas terras produtivas e nas plantações de café o sustento de suas famílias, as quais aumentaram com os anos e hoje consolidam a sociedade lençoense.
Lençóis Paulista também é a terra de Orígenes Lessa, escritor dos mais conceituados, que ensinou aos seus conterrâneos a importância da leitura, o que levou a uma denominação incomum e inédita: “Cidade do Livro”, por ter à disposição do público um número de obras maior que o de habitantes. Lençóis possui aproximadamente 120.000 livros na Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa” e em suas ramais.

Clovis Bertolino esteve em Lençóis Paulista

A seleção brasileira já tinha vencido os mundiais da Suécia em 1958 e Chile em 1962 e se preparava para conquistar o tricampeonato no México, em 1970. Sob o comando do regime militar do governo de Emílio Garrastazu Médici o Brasil vivia o auge do que foi chamado de “Milagre Econômico”, que aconteceu de 1969 a 1973. O estado de São Paulo era governado pelo sãopaulino Laudo Natel e Lençóis Paulista tinha como prefeito Antonio Lorenzetti Filho, o Seo Tonico. O ano de 1970 foi marcado por notáveis acontecimentos, sobretudo nos grandes centros urbanos que sofriam com as agruras impostas pelo regime ditatorial que só terminaria em 1985. Em meados da primeira metade de 1970, um rapaz de aproximadamente 23 anos, oriundo da capital, decidiu se instalar em uma pequena cidade do interior do estado São Paulo. A simpática, acolhedora e progressista Lençóis Paulista foi a escolhida. Inicialmente, ele emprestou seus conhecimentos com microfones a uma rádio local, depois, decidiu alçar voos mais altos e sua visão empresarial vislumbrou na cidade um vasto campo que poderia ser explorado. Lençóis contava na época com dois jornais semanários (O Eco e Tribuna) e ele percebeu que havia espaço para mais um informativo. Depois de conversar com José Adolfo Mirandula, seu colega de trabalho na rádio, o aventureiro decidiu procurar o proprietário de uma pequena gráfica que havia na avenida Ubirama, nº 446, centro de Lençóis Paulista. No mesmo dia, no período da manhã, Zé Adolfo havia passado pela gráfica e conversado com o proprietário sobre a possibilidade de se lançar um novo jornal na cidade. Na parte da tarde, ao invés de Zé Adolfo, quem apareceu na gráfica foi Clovis Pedro Bertolino. Nascia então naquela quinta-feira longínqua de 1970, o semanário “O Regional” que tinha a difícil missão de levar notícias para as cidades de toda a região. Para que a primeira edição ficasse pronta, foram necessários seis dias. Sem revezamento e sem sair de dentro da redação durante uma semana, uma equipe de tipógrafos trabalhou diuturnamente. Os guerreiros foram: Reinaldo dos Santos (Rato), Odair Tadeu Blanco, Clovis Pedro Bertolino, Benedicto Antonio Carlos Blanco, e Durvalino Ramos (Turco) que não sabia mexer com tipos e nem fazer impressão, mas dava seu apoio logístico. Os trabalhos de composição de textos tiveram inicio numa quinta-feira e só foram concluídos na terça seguinte. As páginas eram feitas com tipos (letras) móveis que eram dispostos em uma peça chamada de componedor e depois, eram acondicionados em placa de metal conhecida como bolandeira. Era nela que a página tomava forma. A impressão das primeiras edições do “Regional” foi feita em uma máquina manual “minerva”. As folhas de papel eram colocadas manualmente na rudimentar minerva que imprimia uma página de cada vez. A tiragem não passava de 300 exemplares que eram distribuídos em pelo menos três cidades: Lençóis, Agudos e Macatuba. Após 15 dias do lançamento do jornal, Clovis Bertolino decidiu chamar como sócios o escriturário Sérgio Gomes, o bancário Edson Toledo e o engenheiro agrônomo Fábio Antonio Brígido Dutra, além, é claro, do proprietário da gráfica e mentor do projeto, Benedicto Blanco. Clovis sempre foi um jornalista inovador, aguerrido e muito criativo. Pouco antes do inicio da Copa do Mundo, ele e Blanco fizeram uma entrevista com Jonas Eduardo Américo, ou simplesmente Edu, ponta esquerda da seleção brasileira que já estava no México. Detalhe: a entrevista foi feita dentro da redação sem que nunca – até hoje – Edu tenha ficado sabendo de nada. Olha só como foi grafada a manchete: “O Regional entrevista Edu, craque da seleção”. Para se ter uma ideia da criatividade do jornalista, em um anúncio da SALCA (S/A. Lençoense de Comércio de Automóveis), Clóvis mandou essa: “A Belina está de portas abertas esperando por você”. Quando as coisas não iam bem, ele saia com essa: “Hoje eu quero que chova, lá no lugar de onde eu vim, para que os meus rastros se apaguem e ninguém se lembre de mim”. Para o seu amigo Rato, a quem ele chamava de Racildo, Clovis cantava o trecho de uma músiquinha que jamais alguém ouviu: “…puxa da vaca, Nega, puxa….e a Nega não Puxou…”. Mais tarde Clovis transferiu o jornal para Agudos, depois para Jaú e acabou vendendo o informativo na cidade de Bariri. No período em que permaneceu em Lençóis Paulista, Clovis Bertolino construiu um vasto círculo de amigos. Dentre eles estão o tipógrafo aposentado Reinado dos Santos (Rato), José Wilson Gomes (falecido), o empresário no ramo gráfico Odair José Fernandes Guigen (Bucha) e o jornalista Benedicto Blanco. Passados mais de quarenta anos da fundação do Regional, depois de reiteradas e frenéticas buscas, sobretudo pelas rádios e emissoras de televisão da grande São Paulo, o empresário Bucha conseguiu finalmente localizar o grande jornalista Clovis Bertolino. Atualmente (nos últimos 17 anos) ele empresta seus enormes conhecimentos a um estúdio de TV que está em plena atividade na cidade de São Bernardo do Campo. Quer queira, quer não, Clovis Pedro Bertolino tem o seu nome registrado nos anais da história da imprensa lençoense.
Quem quiser assistir a algumas entrevistas do jornalista Clovis Bertolini é só acessar
“Estudio Aberto”, São Bernardo do Campo, sp

História da imprensa escrita de Lençóis Paulista

O primeiro jornal semanário a circular em Lençóis foi o “Fiat Lux”, sob a direção do padre José Magnani, em 1889. Com a extinção do Fiat Lux, Padre Magnani fundou o “Imparcial”, cuja impressão era feira no próprio gabinete paroquial, instalado onde hoje se encontra o banco Itaú. Depois surgiram alguns outro panfletos e jornais críticos, entre eles o “Trovão”, que trazia no subtítulo o slogan: “Quem não deve não teme”. Em 1898, Ângelo Richetti fêz circular “O Município”. João Almeida Castanha fundou “O Imparcial”, que circulou por um curto período. Em 1924, apareceu o “Indicador” um jornal quase que exclusivamente comercial. Em 1928, João Batista Lopes fundou o “Jornal de Lençóis”. Em 1936, Naif Rezek fez circular o “Imparcial”. Em 1970, Clovis Pedro Bertolino e Benedicto Antonio Carlos Blanco fundaram “O Regional”. Na década de oitenta, circularam a “Gazeta Popular” que circulava sob a responsabilidade de Paulo Sergio de Araújo, atual delegado do Procon e “Folha da Terra” sob a direção de Moisés Rocha atual diretor do jornal O Eco fundado em 6 de fevereiro de 1938, pelo jornalista Alexandre Chitto. Em 1995, Suely Muller fundou o “Correio de Lençóis” que depois passou para o comando de Benedicto Blanco. Em 1995, Anderson Prado criou a “Gazeta Paulista” que circulou pouco tempo. Ainda em 1995, o jornalista Cristiano Castelhano fez circular na cidade o “Cia de Notícias”. Moisés Rocha, editou, a partir de meados de 1999 o bi-semanário “Folha Popular” que deixou de circular no início deste ano (2006) quando o empresário assumiu o comando do jornal “O Eco”, o mais antigo veículo de comunicação de Lençóis Paulista. O segundo mais antigo é o “Tribuna” fundado por Zanderlit Duclerck Verçosa e outros, em 15 de novembro de 1959. Em 2011 surgiram o “Sábado” comandado pelos jornalistas Bily Mao e Tânia Morbi e “Notícias de Lençóis” liderado por um grupo de São Paulo.

Cemitérios de Lençóis

No início do povoado, quando a Vila de Lençoes (com “e” e sem acento) tinha apenas algumas casas, os mortos eram enterrados em um terreno onde se encontra atualmente a Biblioteca Municipal. Naquela época, (1868 mais ou menos) os mortos que vinha da zona rural eram transportados em rede e assim que chegavam eram sepultados. As sepulturas eram abertas pelas próprias pessoas que traziam o corpo. Segundo escreveu o historiador Alexandre Chitto, as covas eram rasas, não obedeciam nenhuma regra de higiene e assim em poucos dias a região era infestada por mau cheiro. Por causa disso, a prefeitura exigiu que todos os corpos fossem sepultados em caixão, sendo que as despesas com os indigentes seriam bancadas pelo município.

Cemitério de escravos

Há alguns relatos dando conta que inúmeros corpos de escravos foram sepultados num cemitério improvisado nas imediações da estação ferroviária, nas confluências das ruas Dr. Antonio Tedesco e Princesa Izabel, próximo ao Casagrande Hotel.

Cemitério Novo

Com o desenvolvimento da cidade, a prefeitura construiu um novo cemitério em um terreno – onde se encontra atualmente o colégio Paulo Zillo, Era um cemitério pequeno, cercado de arame e não oferecia a menor segurança ou garantia às sepulturas. Constantemente cães e tatus revolviam a terra deixando expostos caixões, ossadas e restos mortais de cadáveres recém-sepultados. Esse cemitério acabou sendo extinto completamente, porque nele havia apenas alguns jazigos e capelas, insuficientes para que se perpetuasse o local. A maioria das sepulturas era feita em covas rasas. O responsável pelo portão do cemitério era o padre responsável pela Paróquia da cidade. Em 1881, o vereador Campos Mello comunicava os poderes públicos que o Padre lhe estava entregando as chaves, sob a justificativa que os as cercas estavam caindo, havia muito mato e que o local necessitava de um zelador. Contudo, em 1885, o padre mudou de idéia e decidiu não entregar as chaves, afirmando que elas pertenciam à Paróquia e não à Prefeitura. Essa “briga” durou até que a prefeitura construísse um novo cemitério. O terreno para a construção da nova necrópole foi doado pelo Barão de Melo Oliveira que era dono de todas as terras daquela região da cidade. O prefeito daquela época era o Dr. Elias Rocha. Ele dotou a cidade de dois cemitérios: aquele nas proximidades do campo de futebol e do colégio Paulo Zillo, e o novo, na esquina das ruas Geraldo Pereira de Barros e Avenida Ubirama.
A extinção do velho cemitério aconteceu em 1932, na gestão do prefeito Raul Gonçalves de Oliveira. No dia do transporte do que sobrou do velho cemitério, formou-se uma espécie de cortejo e o povo seguiu em romaria até o a nova necrópole, onde as ossadas foram definitivamente sepultas. De 1932 a 2000 Lençóis Paulista contou com apenas um cemitério. No inicio dos anos 2000, o empresário Luiz Carlos Domingues Maciel, conhecido como Coquinha, construiu o Paraíso da Colina, na zona sul da cidade.
Fonte: “Lençóis Paulista, Ontem e Hoje”

Hospital Nossa Senhora da Piedade

Meados da década de 1930 e Lençóis Paulista carecia de um hospital. Isto era voz corrente na cidade. Os doentes mais graves eram transportados para o hospital de Agudos e muitas vezes morriam antes de serem atendidos. As discussões em torno da necessidade de se construir um hospital em Lençóis ganharam contornos práticos em 1936, quando a bancada do Partido Republicano Paulista apresentou a Câmara Municipal projeto autorizando o então prefeito Bruno Brega a doar um terreno da municipalidade para a obra e repassar 20 contos de reis para o inicio da construção. No dia 22 de outubro o assunto entrou em pauta – no plenário da Câmara – e causou discussão entre os vereadores da época. Raul Gonçalves de Oliveira considerava que para a construção do hospital em Lençóis, seria necessária a existência de um fundo, já que haveria despesas não só com a construção, mas também com a manutenção. Já o médio Antonio Leão Tocci dizia que o terreno a ser doado era muito próximo do centro. De toda maneira, o projeto acabou sendo aprovado naquele mesmo dia, com cinco votos favoráveis e dois contrários de Raul Gonçalves de Oliveira e Lúcio de Oliveira Lima. Apesar da urgência apontada, a primeira reunião para a criação de comissão que iria colocar a obra em prática só aconteceu dois anos depois, em 31 de maio de 1938, no salão nobre da prefeitura. Nessa reunião, ficou decidido que a entidade se chamaria Hospital Nossa Senhora da Piedade, em homenagem à padroeira do município. De acordo com o livro “Hospital conta sua História desde 50 anos”, de Florindo Paccola, a primeira reunião contou com a presença de Alípio Augusto Pereira, Antonio Segalla, Assad Feres, Bruno Brega, Dalila de Oliveira, Antonio Leão Tocci, Ester Tosa, Jacomo Nicolau Paccola, Joaquim Anselmo Martins, José Garrido Gil, Lina Bosi Canova, Lucila Ferreira Braga, Luizinha B. Brega, Lydio Bosi, Manoel Moreira da Cruz, Maria Carlota Masseran e o padre João Afonso de Moraes. Na segunda reunião em 3 de junho de 1938 a comissão foi empossada. O prefeito Bruno Brega foi eleito presidente e o presidente da Câmara, o médico Antonio Leão Tocci, o vice-presidente Jacomo Nicolau Paccola foi o primeiro secretário e a professora Lina Bosi Canova a segunda secretária. A pedra fundamental foi lançada em maio de 1940 e em 25 de janeiro de 1944 era inaugurado o Hospital Nossa Senhora da Piedade. No mesmo dia a comissão elegeu e empossou a primeira diretoria do Hospital Piedade. O médico e prefeito Antonio Leão Tocci foi diretor clinico e Geraldo Pereira de Barros o provedor. O vice-Provedor era Gino Augusto Antonio Bosi. Jácomo Nicolau Paccola aparece como primeiro provedor e Lina Bosi Canova como segunda provedora e José Garrido Gil foi o primeiro tesoureiro. O padre Salústio Rodrigues Machado também integrou a primeira diretoria como representante da paróquia. Após a missa campal rezada pelo padre Salústio, o diretor clínico do hospital que era o prefeito e médico Antonio Leão Tocci, fez em público o pagamento final da construção ao engenheiro José Carrilho Ruiz. A primeira cirurgia foi realizada no dia 17 de fevereiro de 1944 e foi registrada em filme por João Moura Camargo. A paciente era Maria Ferreira, que sofreu uma cirurgia de apendicite. O cirurgião foi Antonio Leão Tocci auxiliado pelos médicos Antonio Tedesco e João Paccola Primo. Trabalharam como anestesistas improvisados no caso, os enfermeiros Winter Malatrasi e Irmã Germana. Durante os dez primeiros anos de funcionamento o Hospital Nossa Senhora da Piedade não teve ambulância. Em 1955, o médico Antonio Tedesco doou uma ambulância usada, marca chevrolet, ano 1946. O veiculo foi carinhosamente apelidado de Catarina pelo seu primeiro motorista, Antonio Benedetti.

Morte de menina apressou a criação do hospital

No dia 3 de abril de 1938, a menina Myrian Garrido, filha do casal Victória e José Garrido Gil, necessitava de uma cirurgia urgente. Ela foi levada para o hospital de Agudos, mas morreu antes de ser atendida. A notícia do falecimento da menina abalou os alicerces da sociedade lençoense. O triste episódio fez com que um grupo pessoas iniciasse uma campanha com o intuito de angariar fundos para a construção de um hospital na cidade. O jornal, O Eco, único veículo de imprensa naquela época, teve papel importante na difícil empreitada que se iniciava. Criou-se então um “Livro de Ouro”. A assinatura que abriu o livro foi a do senhor José Garrido Gil que dou cinco contos de reis. Além dessa doação ele assumiu o compromisso de construir um pavilhão dedicado às crianças doentes: Pavilhão Myrian Garrido.

Casa de Saúde Madre Theodora

Em 1939, o dr. Mário Campos fundou em Lençóis Paulista a Casa de Saúde Madre Theodora que foi instalada na rua Marechal Teodoro da Fonseca (hoje Pedro Natálio Lorenzetti) onde atualmente se encontra o Centro Cultural, ao lado da Biblioteca Municipal Orígenes Lessa. Apesar das precariedades da época, segundo relatos de pessoas antigas, a Casa de Saúde Madre Theodora prestou durante pouco mais de um ano, grandes serviços à população lençoense. Na mesma casa, morou mais tarde, a família do ser Virgílio Cicconi.

Escola Esperança de Oliveira

Até 1913 os professores sentiam falta de um prédio que englobasse todas as escolas isoladas da cidade e nesse mesmo ano, o governo estadual decidiu começar a construção do primeiro grupo escolar. A obra – na rua Anita Garibaldi, no centro da cidade; ficou a cargo do botucatuense Adolfo Denucci. O majestoso prédio que inicialmente abrigou o Grupo Escolar Lençóes fora erguido graças ao empenho dos administradores da época, sobretudo por causa da influência do Cel. Virgílio Rocha. Em 1914 a obra – grande para a época – foi inaugurada pelo governador do estado Altino Arantes e pelo secretário do interior Rodrigues Alves. Alunos perfilados, famílias lençoenses, bandas de músicas e autoridades em geral se posicionaram defronte à escola à espera do acontecimento que marcaria a história da cidade. Muita gente discursou e a escola acabou com muita pompa sendo inaugurada e as portas do novo estabelecimento de ensino se abria marcando um novo tempo na cultura dos lençoenses. A escola teve como primeiro diretor o professor Armando Madureira (1914/1918) que foi sucedido por Luiz castanho de Almeida, Victor Miguel Romano e outros. Além deles, passaram outros diretores substitutos: Orlando Cândido Machado, Cleuza Coelho Machado, Antonieta Grassi Malatrazzi e outros. Ao contrário do que muita gente afirma, o professor Antonio Esperança de Oliveira nunca foi diretor da escola que lhe perpetua o nome. Seu nome aparece como um dos primeiros professores. Ao lado de Adolphino de Arruda Castanho, Olegário de Barros, Pedrina Galvão, e Alzira Nogueira de Assis, aparece o nome de Esperança de Oliveira. A homenagem ao grande professor só aconteceu em 1942 quando o governo do estado determinou que a escola fosse conhecida como Grupo Escolar Esperança de Oliveira. Os filhos de famílias mais antigas, sem exceção, estudaram pelo menos um ano no Esperança de Oliveira. A partir de 1999, a escola recebeu outra denominação: Escola Municipal de Ensino Fundamental Esperança de Oliveira

Placa comemorativa ao 1º Centenário de Lençóis

Em 28 de abril de 1958, Lençóis Paulista comemorava o seu primeiro centenário. Archângelo Brega, prefeito do município naquela época, organizou uma festa sem precedentes. Cantores e bandas mais famosos do país vieram prestigiar o evento. Para marcar a data, as autoridades lençoenses mandaram confeccionar centenas de plaquinhas (ao lado um exemplar) com a figura do Brasão do município. As famílias tradicionais, adquiriram a lembrança e a afixaram na fachada de suas residências. Até meados dos anos 1980, dezenas de prédios do centro da cidade ainda ostentava a plaquinha que marcou a passagem dos cem anos de Lençóis Paulista. Nos dias de hoje não há mais nenhuma dessas placas presas às paredes. Com o passar dos anos, os prédios foram sendo reformados, alguns deles demolidos para dar lugar a uma nova e moderna edificação e assim as plaquinhas foram desaparecendo por completo. Em 2007, quando Lençóis completava 149 anos, o idealizador deste site (o jornalista Benedicto Blanco), saiu a procura de uma plaquinha. Exigente como ele só, a meta era encontrar uma dessas relíquias, mas que tivesse sido pregada exatamente quando a cidade completou cem anos. A tarefa, convenhamos, era inglória. Depois de semanas seguidas procurando por sobre muros de residências antigas, pedindo informações para pessoas que se interessam por histórias (Jefferson Paccola, Meiry e Therezinha Chitto, Reginaldo Rossi, dentre ouutros), o jornalista Blanco estava com sua esposa Piedade nas proximidades do museu – onde aliás, há uma plaquinha exposta – quando Piedade disse: “que tal darmos umas voltas pelos lados da vila Contente? Pois trata-se de um bairro antigo e sempre foi habitado por famílias tradicionais”, disse ela. Sem pestanejar, Blanco virou seu “porvinha” e foi para os lados da vila Jardim Contente. Não foi necessário andar muito. Ao passar pela rua São Pedro, a poucos metros da passagem de nível da ferrovia, em uma daquelas residências antigas, já desabitada, por sobre arbustos, escondida, quase imperceptível, lá estava ela: a plaquinha tanto procurada. O jornalista não titubeou. Pegou sua digital importada de um país visinho e começou a fazer as fotos. Não satisfeito, sabendo que de uma hora para outra aquela relíquia iria ser jogada em uma caçamba de entulho, passou a mão em um pedaço de pau e a arrancou da velha parede. O cara sabe que cometeu um crime ao “roubar” a relíquia, mas ele garante que foi por uma boa causa. Até mesmo os preguinhos que a prendiam à parede foram guardados. O cara é fanático por história. (Runko)

Ubirama Tênis Clube

O ano era 1947! Cidadãos lençoenses, de nascimento ou adoção, resolveram que era hora de criar-se um clube social, onde os membros da cidade podiam se reunir amigavelmente, ouvir boa musica do seu tempo, dançar, trocar ideias e os mais jovens curtirem seus namorados (as), longe da repreensão dos pais ou dos irmãos mais velhos.

  • A primeira reunião

A primeira reunião aconteceu no dia 30 de junho de 1947. Presidiu a primeira assembléia que foi realizada na rua 15 de Novembro 777, centro da cidade de Ubirama, o lençoense Giovanino Cicconi que foi auxiliado por Hélio Brega. Estava dada a largada par a criação de um “clube de recreação e esportes, nessa cidade de Ubirama, como sociedade civil por quotas, que seria registrada por estatutos a serem elaborados e pelas leis que lhe forem aplicáveis”.

  • Aprovação dos estatutos e fundação

Em 17 de julho de 1947 eram aprovados os estatutos do novo clube e depois registrados sob número 28, de fls. 41, no livro de pessoas jurídicas, no cartório de registro de imóveis e anexos da comarca de Agudos, à qual ainda estava subordinado o nosso município. Foi então denominado de UBIRAMA TÊNIS CLUBE, visto que naquele momento era essa a denominação da cidade. Por força de um decreto federal do governo de Getúlio Vargas, que não permitia duas cidades com o mesmo nome. Assim a nossa “Lençóes” bem mais nova que a Lençóis da Bahia passou a ser chamada de “Ubirama”. Assim, no dia 17 de julho de 1947 era criado o UTC (Ubirama Tênis Clube), um dos locais mais românticos da cidade.

General Pietro Badoglio visitou Lençóis

Na década de 1920, Benito Mussolini, governador da Itália, enviou ao Brasil o General Pietro Badoglio . Ele veio acertar com as autoridades brasileiras e imigração de italianos. O Brasil colocou à disposição do Badoglio todas as vantagens e possibilidades de acomodação e a área escolhida para alojar os imigrantes, foi entre as cidade de Agudos e Lençóis. Em trem especial, Gadoglio veio diretamente para Lençóis Paulista onde foi recebido com muita festa pela comunidade italiana que já se encontrava no município e pelas autoridades lençoenses. Ele permaneceu na cidade perto de dez horas e nesse período visitou sítios, fazendas, e na propriedade agrícola da Família Paccola ele quis aprender como se fazia sabão de cinza. Na fazenda havia uma fábrica desse produto.
Foto: Acervo Família Chitto

Foi nesta casa que tudo começou

Nesta casa, residiu o lençoense que mais amou a sua terra natal. Foi a partir do interior dessa residência que surgiu toda a história do município. Se há algum relato sobre passado de nossa cidade, a idéia de fazê-lo partiu da cabeça de um homem que aí morou por longas décadas. Ele começou a sua saga em 1938, quando fundou um jornal que até hoje está em circulação. Mais tarde, por ocasião do centenário do município, (abril de 1958) lançou seu primeiro livro “Notas para a História de Lençóis Paulista.”. Mais tarde, editou outros trabalhos: “Lençóis Paulista Ontem e Hoje”, “Lençóis Paulista Boca do Sertão”, “Lençóis Paulista nos Esportes” entre outros. Em 23 de abril de 1987 inaugurou o Museu Histórico e Cultural da cidade, do qual merecidamente é patrono. Pouco tempo antes de sua morte em 11 de setembro de 1994, organizou um livro de crônicas escritas por ele ao longo de sua vida. Esse livro, (Folhas Esparsas) foi editado pouco tempo depois de sua morte.
Nós, que trabalhamos junto dele durante toda a nossa infância e juventude, aprendemos a gostar de história e isso nos inspirou a realizar mais este trabalho, que, para executá-lo, não hesitamos e nem nos envergonhamos de consultar alguns trabalhos por ele realizados. Em diversas partes deste trabalho que ora apresentamos, há diversas citações compiladas e porque não dizer copiadas das obras do grande mestre. Podemos aqui citar um sem número de imagens (fotos) extraídas de obras do imortal jornalista e historiador. Não teríamos, por exemplo, outra forma de editar a sessão Biografias sem buscar o conteúdo nos livros do único historiador. Ao ex-morador desta casa, as nossas homenagens póstumas e a nossa saudade.

Quem nasceu depois de 1990, não teve oportunidade de conhecer a história de Lençóis em pessoa. Nascido em 7 de fevereiro de 1901, Alexandre Chitto, o verdadeiro historiador de Lençóis Paulista veio a falecer em 11 de setembro de 1994. Na sua longa trajetória de jornalista editou diversos trabalhos relativos à história do município, que, diga-se de passagem, sem os quais os lençoenses de hoje não teriam onde pesquisar. Em síntese, pode-se citar que o velho mestre fundou o jornal O Eco em 6 de fevereiro de 1938. Editou em abril de 1958, na comemoração do primeiro centenário da cidade a revista “Dados para a História de Lençóis”. Em 1972 lançou outro trabalho intitulado “Lençóis Paulista Ontem e Hoje”. Em 1976 fez circular a revista “Lençóis Paulista nos Esportes”. Em 1981 escreveu e presenteou os lençoenses com o livro “Lençóis Boca do Sertão”. Além desses excelentes trabalhos, fundou o Museu Histórico e Cultural do qual é patrono e deixou um legado de bons exemplos a toda a população. Após a sua morte, suas Filhas Meiry e Therezinha mandaram imprimir o livro “Folhas Esparsas” um apanhado de crônicas de autoria do próprio autor que, em vida ele próprio selecionou. Em comemoração aos 150 anos do município (em 28 de abril de 2008), as filhas do historiador (Therezinha e Meiry) editaram o livro “História de Nossa Gente”
Benedicto Antonio Carlos Blanco – Jornalista – MTb 24509

Brasão das Armas

Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista, 20 de Janeiro de 1955
Virgilio Capoani—Prefeito Municipal
Evaristo Canova—Secretário
A Câmara Municipal de Lençóis Paulista, no uso de suas atribuições legais, decreta e eu promulgo a seguinte Lei: 189.
ARTIGO 12 – O Município de Lençóis Paulista, terá brasão de armas próprio.
ARTIGO 2.0 – Fica adotado como brasão de armas da cidade e Município de Lençóis Paulista, o brasão ideado pelo Prof. Laudelino de Lima Rolim, cidadão itapetiningano, aqui radicado, descrito e justificado pela seguinte forma:
DESCRIÇÃO HERÁLDICA: – Escudo redondo, português, hispânico ou clássico.
ESQUARTELADO – Separando os quartéis, uma cruz romana, retilínea, azul celeste.
1.0 – de prata, com um archote de ouro, empunhada por uma mão viril, de sua cor;
22 – de ouro, com um pé de cana-de-açúcar de sua cor;
3,0 – de branco com o mapa do Estado de São Paulo, em vermelho, e sobrepostas seis linhas sinuosas em azul;
42 – de vermelho, com uma roda de engrenagem e cabeça com capacete alado, em amarelo sombreado;
COROA MURAL: – Lavrada de ouro, privativa das municipalidades, de quatro torres e portas.
DIVISA: – “PRO DEO. PRO PATRIA” (Por Deus, Pela Pátria) de prata num listel vermelho.
MEMENTO JUSTIFICATIVO – O escudo redondo, também conhecido como português ou hispânico, ou ainda clássico, foi escolhido para solidarizar-se com o tipo já tradicional para que todas as cidades, não só de São Paulo, como de outros pontos do Brasil, filiando-se assim, às origens de nossa formação. A cruz romana retilínea, azul celeste, que divisa os quartéis, simboliza em primeiro plano a fé cristã dos lençoenses sempre uníssono e inalteráveis em sua crença religiosa. O céu azul-celeste, lembra o nosso céu brasileiro e também as esperanças de todos numa vida celestial. O archote de ouro, empunhado por uma mão viril, no primeiro quartel, símbolo heráldico do saber, das luzes e do progresso, evoca nossas escolas, nossa atividade espiritual e os altos ideais dos lençoenses no amor à sua terra; e no branco de prata do campo dêste quartel a pureza de seus sentimentos.
Um pé de cana-de-açúcar ao natural, no campo amarelo ouro do segundo quartel, caracteriza o elemento básico da agricultura e do povoamento de Lençóis Paulista.
Graças a cana-de-açúcar o Município ocupa posição de destaque no conjunto dos grandes centros do Estado de São Paulo. O amarelo ouro do campo lembra a riqueza que representa a cana-de-açúcar para o Município, para São Paulo e para o Brasil.
O Mapa do Estado de São Paulo, vermelho em campo branco, e sobrepostas, seis linhas sinuosas, azuis, no terceiro quartel, elucida a origem de Lençóis Paulista, cujo histórico é o seguinte: – “Uns fazem crer que o nome de Lençóis Paulista lhe veio da grande quantidade de capim “Favorito” que no século XIX, cobria as extensões baixas; outros ao invés dizem que os excursionistas primitivos embateram-se, com uma grandiosa florada da gabirobal, que se estendia, de modo surpreendente, pelos campos, tomando aspecto de um colossal lençol”.
Há ainda quem diga, aliás, o que é mais certo, que um dos tributârios do rio Tietê, o atual Lençóis, que nasce na Serra dos Agudos, desembocando naquele rio, formava lençóis brancos de espuma. Os excursionistas, que faziam o trajeto fluvial do Tieté a Goiás, chegando ao rio Lençóis, diziam: – Chegamos ao rio dos Lençóis. Mais tarde o aventureiro Francisco Alves Pereira, subindo o rio veio dar com esta região, batizando-a com o nome que trazia das margens do Tietê, isto é, Lençóis. E hoje, depois, de haver possuído o nome do Ubirama, que na língua guarani, significa “Terra da Cana”, esta cidade volta a possuir o nome primitivo, diferenciando do Lençóis baiano, pela acrescentação da palavra “Paulista”, justificando o seu Estado, o glorioso São Paulo que é representado em vermelho, significando o sangue dos bandeirantes, derramado em prol da prosperidade. O campo branco lembra os lencóis avistados pelos primitivos excursionistas; e as linhas sinuosas azuis, representam o rio com o mesmo nome, que passa ao lado da cidade, e por onde os excursionistas também outrora, navegavam.
A roda da engrenagem e a cabeça com capacete alado, em amareo sombreado sôbre campo vermelho caracterizam e enobrecem o trabalho progressista da indústria e do comércio, levado a efeito pelos seus filhos queridos, cuja tenacidade e fibra são representadas pelo vermelho do espaço.
A corôa mural é a mesma da simbologia heráldica luso-brasileira.
Nos suportes, os ramos de cana-de-açúcar e do café assinalam os produtos agrícolas, que mais tem cooperado para a riqueza do Município.
A divisa “Pro Deo, Pro Patria” (Por Deus, Pela Pátria) de prata, num listel vermelho, traduz os fatores de incentivo ao progresso do Município, concitando o lençoenses a trabalhar com fibra, fé e sem descanso para o engrandecimento crescente de sua terra, para o progresso de São Paulo e para glorificação da Pátria comum, nosso querido B R A S I L.
ARTIGO 3O – Fica também aprovado o desenho original do símbolo ora instituído, de autoria da mesma pessoa referida no art. 22.
PARÁGRAFO ÚNICO – Os documentos apresentados à aprovação da instituição do símbolo em apreço, devidamente autenticados pelo autor, pelo Presidente da Câmara e pelo Prefeito Municipal, ficarão arquivados na Municipalidade.
ARTIGO 42 – À partir desta, figurará nas dependências e nos papéis oficiais da Câmara e da Prefeitura, o brasão de armas do Município.
ARTIGO 52 – Esta lei entrará em vigor na data, de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista, 20 de Janeiro de 1955
Virgilio Capoani—Prefeito Municipal Evaristo Canova—Secretário
* Desenho de Laudelino de Lima Rolim

Bandeira do município de Lençóis Paulista

A Bandeira do muncicípio de Lençóis Paulista foi criada em 1966 pelo professor de desenho Armando Persin que mais tarde, foi vereador na edililidade local e depois mudou-se para Piratininga, sua cidade natal.

  • Dimensões e Esquartelado

1 – Altura: 14 módulos – Comprimento: 20 módulos.
2 – Altura foi dividida em tres partes iguais. O 2º têrço, por sua vez foi dividido em oito partes iguais, para determinação dos ráios dos arcos que formam as linhas sinuosas que dividem a superfície.
3 – Comprimento, tanto na horizontal superior, como na horizontal inferior foi dividido em cinco partes iguais, para determinação dos centros dos arcos que formam as linhas sinuosas traçadas.
4 – Para a divisão da superfície foram traçadas quatro linhas sinuosas. Contando de cima para baixo, e citando apenas o centro dos primeiros arcos, que coincide com o vértice superior esquerdo da bandeira, temos: (a) Primeira linha (limite da faixa branca com o espaço amarelo) tem ráio igual a 1/3 da altura; (b)Segunda linha (limite da faixa branca com a faixa azul) está afastada da linha anterior um comprimento equivalente a 1/8 do têrço da altura; (c) Terceira linha (limite da faixa azul com a faixa branca inferior) está afastada da 4ª linha sinuosa uma distância igual a 1/8 do têrço da altura da bandeira. (d) Quarta linha (limite da faixa branca inferior com o campo verde) tem ráio igual a 2/3 da altura da bandeira.
5 – A altura das letras corresponde a 4/8 de 1/3 da altura da bandeira. As letras estão equidistante das faixas brancas. (Distência igual a 1/8 da altura da bandeira).

  • Cores e Justificativas

1 – Os campos amarelo e verde representam as riquezas de Lençóis Paulista, frutos de sua lavoura, da sua indústria e do seu comércio.
2 – A faixa azul representa o céu e o Rio Lençóis, verdadeiro espelho a refletir a imagem do céu da terra Lençoense.
3 – As faixas brancas que ladeiam a faixa azul, levam consigo e tem lírico da poesia cantada no brasão da cidade. “A espuma branca do Rio Lençóis”.
4 – Com letras brancas, sobre a faixa azul temos a divisa “PRO DEO, PRO PATRIA”, colocada não apenas para lembrar o brasão da cidade, mas sobretudo, para que o ideal Lençoense ressôe em todos os campos onde sua bandeira for desfraldada

Primeiro trem a chegar em Lençóis

Há mais de um século, no dia 29 de agosto de 1898 chegava a Lençóis Paulista o primeiro trem. O progresso chegava a esta região do estado e o transporte dos produtos agrícolas até o porto de Santos passava a ser mais rápido e seguro. O comboio veio carregado de trilhos e madeira que acabaram sendo utilizados para ligar Lençóis a Agudos e outros municípios onde a estrada de ferro chegou mais tarde. Muita gente da cidade, banda de música, autoridades locais foram ver a chegada do moderno meio de locomoção. O intendente (prefeito) Major Octaviano Martins Brisola, pediu por meio de projeto, que a Câmara de vereadores aprovasse uma verba de 500$000 (quinhentos mil reis) os quais seriam seriam destinados aos festejos de inauguração da estação férrea e a chegada do primeiro trem. Hoje, a estrada de ferro serve apenas para o transporte de produtos e o velho prédio da estação dá lugar a alguns serviços disponibilizados pela prefeitura. No local funciona uma escola de informática mantida pelo Centro Municipal de Formação Profissional e uma Ong (Ação da Cidadania) que atende famílias carentes com mantimentos, roupas e remédios.

Datas significativas

14 de abril de 1851: José Pedroso do Amaral, solicitou a criação da Sub-delegacia para Lençóis. Só foi atendido em 1857.
5 DE MAIO DE1851: Solicitação de criação de Povoado, feita por José Pedroso do Amaral (pedido não foi atendido).
19 de janeiro de 1857: foi criado o primeiro distrito policial de Lençóis.
28 de abril de 1858: Lençóis foi elevada a categoria de Freguesia pela lei nº 36.
22 de julho de 1858: Elizeu Antunes Cárdia, Fidelles Correa de Moraes, Antonio Martins Siqueira, Antonio Rodrigues de Souza, Ignácio Anselmo de Souza, Felippe José Moreira e Lourenço Antonio da Siqueira fazem doação de terras à Padroeira da Freguesia, Nossa Senhora da Piedade.
15 de junho de 1859: Foi empossado como sub-delegado de Policia da Freguesia de Lençóis o Cel. Joaquim de Oliveira Lima.
9 de maio de 1861: Foi realizado o primeiro batizado em Lençóis Paulista.
26 de fevereiro de 1862: Chega o primeiro padre em Lençóis: Pe. Antonio de Sanct’Anna Ribas Sandin.
25 de abril de 1865: Pela lei nº 90, Lençóis foi elevada à categoria de Vila.
1866: Foi criada a primeira linha postal Botucatu/Lençóis, com a freqüência de três viagens mensais.
18 de junho de 1866: Foi instalada a coletoria estadual em Lençóis, a pedido de José Vieira Simões.
12 de junho de 1866: Instalação da primeira Câmara, composta pelo presidente: Generoso Antonio de Oliveira e os vereadores: Theodoro Roiz de Lara Campos, José Pereira, Miguel Augusto de Almeida e Estevão Correa de Moraes Bueno.
1867: Era Inspetor de Instrução Pública do Distrito o Padre Antonio de Sanct’Anna Ribas Sandin.
1867: Chegou a Lençóis a primeira professora de Primeiras Letras do sexo feminino, dona Carolina Marque de Almeida.
3 de dezembro de 1867: Registrou-se o 1º assentamento de óbito na Paróchia de Lençóes.
19 de dezembro de 1867: Foi autorizada a instituição do Santíssimo Sacramento na Igreja Matriz de Lençóis.
1868: Chega a Lençóis, Henrique Xavier Gonçalves Benjamin como professor de primeiras letras do sexo masculino.
8 de janeiro de 1868: Aconteceu o primeiro casamento na Matriz Nossa Senhora da Piedade.
1868: Era Inspetor de Instrução Pública da Vila o Padre Carlos José Rodrigues Jalles.
1875: Foi inaugurada a iluminação pública na vila, com lampiões a querosene.
24 de março de 1876: Foi criada na Vila pela lei 33, uma cadeira de primeiras letras para o sexo masculino.
7 de maio de 1877: Lençóis conseguia a sua primeira comarca.
20 de outubro de 1877: Foi instalada a primeira comarca de Lençóis, tendo como primeiro juiz de direito o dr. Joaquim Antonio do Amaral Gurgel e primeiro promotor o Dr. Simão Eugenio de Oliveira Lima.
23 de março de 1878: Pela lei nº 9, foi criada para esta Freguesia uma segunda cadeira de primeiras letras para o sexo feminino.
15 de dezembro de 1880: Foi fundada a Igreja Presbiteriana em Lençóis.
1888: Dom José Magnani, vigário da Paróquia, criou o Gabinete de Leitura União Lençoese.
20 de fevereiro de 1889: Foi instalado o Conselho Municipal de Instrução Pública.
21 de fevereiro de1889: Padre Magnani, presidente do Conselho, pede a criação da escola noturna.
6 de abril de 1889: Chegam a este município os primeiros imigrantes estrangeiros.
1897: Falece o Cel. Joaquim de Oliveira Lima.
19 de agosto de 1898: Chega em Lençóis o primeiro trem.
1899: Pela Lei Nº 635 transfere-se a sede da Comarca de Lençóis para a cidade de Agudos.
7 de fevereiro de 1901 nasce o jornalista e historiador Alexandre Chitto
7 de setembro de 1901: Foi inaugurada neste dia a iluminação pública com gás acetileno.
1906: Foi construído um chafariz conhecido como “Biquinha”, que abasteceu a cidade por muitos anos.
1906: Era inaugurado o primeiro cinema na cidade: O “Cine Ideal” que funcionava em barracão na rua 15 de Novembro, nas proximidades do shoping em construção.
1906: Era fundada pelo maestro Julio Ferrari, no bairro da Rocinha, a Banda Musical “Giuseppe Verdi”.
1908: O Intendente Coronel Virgilio de Oliveira Rocha instalou a rede telefônica na cidade.
22 de abril de 1909: Foi lavrado o primeiro contrato com a empresa Luz e Força de São Manoel para o fornecimento de energia elétrica em Lençóis.
1909: Nasce a primeira equipe de futebol em Lençóis: “Flor da Mocidade”.
1912: Vem para Lençóis o primeiro automóvel, trazido pelos senhores Pedro Borin e Francisco Fole.
1914: Sob a batuta do professor Armando Madureira, é instalada em Lençóis a primeira turma de escoteiros.
15 de julho de 1916—nasce em São Manoel o ex-prefeito Antonio Lorenzetti Filho
1921: Neste ano, Lençóis conheceu o primeiro aparelho de rádio trazido pelo Padre Salomão Vieira.
14 de junho de 1921: Falece Dom José Magnani.
1924: Construiu-se naquele ano a praça esportiva, hoje Estádio Municipal Archangelo Brega.
1924: Com a extinção da Flor da Mocidade, foi fundada a Associação Atlética Lençoense.
1924: A mando de Benito Mussolini, visita Lençóis o General Pietro Badoglio.
1926: O prefeito Elias de Oliveira Rocha e o presidente da Câmara Alexandre Canova firmaram contrato com o empreiteiro Virgilio Ernel, dotando a cidade de água e esgoto.
6 de fevereiro de 1938: Auxiliado pelos senhores Vicente de Paula Ferraz e Alcides Ferrari, o jornalista e historiador Alexandre Chitto fundava o jornal O Eco, até hoje em circulação.
30 de novembro de 1944: Por determinação de Getulio Vargas, a lei nº 14.334 mudou o nome de Lençóis para Ubirama.
1944: Neste ano foi inaugurado o Hospital Nossa Senhora da Piedade.
24 de dezembro de 1948: Nesta data, pela lei nº 233, nossa cidade voltou a ser conhecida como Lençóis Paulista.
06 de janeiro de 1951: Era fundada a Rádio Difusora, no ar até hoje prestando grandes serviços à comunidade.
30 de dezembro de 1953: Pela lei nº 2.476, Lençóis Paulista era elevada novamente à categoria de comarca.
10 de março de 1953: Foi inaugurada a Matriz Nossa Senhora da Piedade, idealizada, construída e inaugurada pelo saudoso Padre Salústio Rodrigues Machado.
10 de março de 1953: Foi feita a intronização da Imagem de Nossa Senhora da Piedade, no altar-mor.
20 de janeiro de 1955: A lei nº 189 criou o Brasão do Município. Desenho de Laudelino de Lima Rolin
25 de janeiro de 1955: Para alegria de todos os lençoenses era instalada, definitivamente, a nossa comarca
23 de abril de 1956 morre o ex-prefeito Virgilio Capoani
28 de abril de 1958: Data do primeiro centenário de Lençóis Paulista. Neste dia foi oficializado o obelisco da cidade – desenho de Paulo Amauri Serralvo.
15 de novembro de 1959: Era fundado por Zanderlite Duclerk Verçosa o jornal Tribuna Lençoense, até hoje em circulação.
19 de abril de 1966: Foi instituída pela lei 773 a Bandeira de Lençóis Paulista. Criação do professor de desenho e ex-vereador de Lençóis, Armando Persin
14 de janeiro de 1971—morre o ex-prefeito Paulo Zillo
28 de abril de 1971— Inaugurada a atual estação rodoviária pelo ex-prefeito Antonio Lorezetti filho
14 de julho de 1986 — morre o escritor lençoense Orígenes Lessa
11 de setembro de 1994 — morre o jornalista e historiador Alexandre Chitto
12 de agosto de 2003 — morre o ex-prefeito Ideval Paccola
5 de outubro de 2008 – A população elege a primeira prefeita da história de Lençóis Paulista. Izabel Cristina Campanari Lorenzetti foi eleita com mais de 20 mil votos 7 mil a mais do que seu oponente.
4 de outubro de 2010 – Morre aos 90 anos, Dona Antonia Adélia Cegalla Lorenzetti, esposa do ex-prefeito Antonio Lorenzetti Filho (Tonico).
9 de outubro de 2012 – Morre o ex-prefeito José Prado de Lima (Pradinho)

Bairros de Lençóis
  • Rocinha

Em 1887, mais ou menos, entre os imigrantes italianos, vinham levas de cremonenses, os filhos da Lombardia, como gostavam de ser chamados, que traziam no bojo de sua estrutura cultural, o orgulho da guerra de “Sulferino”, as façanha “Dei Mille”, as renovações socialistas, e o ardor de gente aventureira.
Em número de vinte e tantas famílias, passaram a residir em área de terreno pouco a cima do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos), à margem direita do rio Lençóis, gleba que lhes fora doada pelo núcleo colonial agrícola “Vitória”, fundão por Dom José Magnani, pároco da cidade.
Em terrenos muito pequenos, cultivavam diversos produtos agrícolas, lavouras pequenas, e essa prática de fazer lavouras pequenas originou o nome do bairro “Rocinha”.
Prevaleciam no local os costumes cremonenses, os consórcios realizavam-se unicamente entre eles. Nem mesmos os imigrantes de outras regiões participavam dos consócios. Dentre as culturas agrícolas vindas da Itália, havia a vinha. A produção de vinho na Rocinha remonta décadas e até hoje é mantida pela Família Casagrande.
Como passar do tempo, já em melhores condições financeiras, os imigrantes passaram a reviver os tempos históricos de sua pátria, as aventuras e acontecimentos que constituíam a bagagem de suas visitas anuais à França, Suíça, Bélgica, Austrália e Prussia, países que no inverso, eles ima em busca de trabalho.
A casa de vinho, conhecida como “Hosteria” era o local onde eles re reuniam aos domingos. Alí eram realizados bailes, banquetes, festas, e segundo relata o historiador Alexandre Chitto, muitas vezes esses encontros terminavam em pancadaria, mas é bom que se destaque, nunca alguém saiu ferido e nunca gerou inimizade.
Durante o baile, se um elemento (pessoa) não ligado ao grupo quisesse por “as mangas pra fora” a primeira coisa que sumia do teto era o lampião. Depois voavam bancos, cadeiras, garrafas, mas nada de tiros nem facadas, pois aquela gente nunca andava aramada. Terminada a contenda, curavam-se os pequenos ferimentos e tudo terminava “numa boa”. Nunca morreu ninguém.
Das suas reminiscências pátrias, não ficou olvidada a política. Homens de pouca religião e avessos aos ricos, fundaram um núcleo socialista. Dessa fundação surgiu a festa de 1º de maio na Rocinha, que se constituiu num dos principais acontecimentos festivos do município. No dia da festa, logo pela manhã, era hasteada na porta da “Hosteria” a bandeira vermelha, símbolo da ideologia política. Lógico que, para dar mais brilho ao evento, era feita uma grande queima de fogos. Tudo isso, logo pela manhã. Mais tarde, eles rumavam para o centro da cidade e contratavam banda de música e no grande cortejo ostentavam bandeiras e galhardetes vermelhos, distintivos na lapela, e regressavam ao bairro Rocinha. No final da tarde, proferiam discursos atacando os ricos e os padres, bebiam, comiam e cantavam hinos alusivos ao “Dia do Trabalho”.
Os caboclos da redondeza atraídos pelo barulho, reuniam-se em bloquinhos, longe do comício, espiando o movimento com suspeita. Só com muita insistência dos manifestantes, um ou outro se aproximava para “matar o bicho”. Assim também, acontecia com os estrangeiros de outras partes do município e que ainda não estavam aclimatados com as comemorações do 1º de Maio. Mantinham-se afastados e às vezes comentavam: “ Essa gente vai para o inferno”. Falecendo um companheiro, compareciam todos, dando assistência e conforto moral à família e tratar dos funerais.
Certa ocasião, no bairro Lageado faleceu o adepto Carlos Ferrazi, vulgo taion que sendo socialista merecia as devidas homenagens póstumas. A Rocinha compareceu em peso ao sepultamento, com a bandeira e galhardetes vermelhos. Chegado o cortejo fúnebre à igreja, não se fizeram de rogados. Os integrantes do séquito ingressaram no templo com todas aquelas insígnias partidárias, postando-se ao redor do caixão, como expressivo e último adeus ao companheiro.
Naquele dia dom José Magnani esse achava ausente e o seu substituto não se opôs ao ingresso da bandeira vermelha na igreja. Era estranho, mas deixou a coisa correr.
Chegando Dom José Magnani e sabedor do ocorrido, participou ao grupo que se estivesse presente, haveria proibido a entrada das insígnias socialista no templo. Mas no fim, os ânimos se acalmaram. Dom José Magnani era amigo daquela gente que continuou a festejar o 1º de Maio. Essa era a Rocinha de 70 anos atrás. A rebelde Rocinha como escreveu Alexandre Chitto, um dos filhos ilustres do local.
Fonte: Lençóis Paulista Ontem e Hoje

  • Corvo Branco

Inicialmente, habitavam o bairro Corvo Branco famílias de espanhóis, italianos e caboclos. As pequenas propriedades agrícolas eram muito pequenas e distantes uma das outras. Os caboclos, Por exemplo construíam suas casas no campo, muito longe dos visinhos. À margem esquerda do córrego Corvo Branco, a mais ou menos cem metros da hoje Rodovia Onsy Matheus, (SP 261) moravam dois sitiantes: João Pavanello e Cerillo Donato. Por volta de 1908, os dois sitiantes decidiram construir a primeira capela de Santo Antonio no bairro Corvo Branco. Homens de poucos recursos traçaram um plano para angariar fundos para dar andamento ao arrojado projeto. Por longos anos Pavanello e Cerillo peregrinaram em todas as direções do município. Como dinheiro naquela época era dinheiro, cada contribuição não ia além de um tostão, dois ovos e quando muito duzentos réis. A batalha era realmente inglória, mas depois de algum tempo, eles conseguiram recursos para construir a primeira capela de Santo Antonio. O prédio era pequeno e não comportava a demanda de fiéis. Dois ou três anos mais tarde, foi nomeado festeiro o senhor João Sasso, residente no bairro Rocinha. Este reformou e ampliou a capela primitiva e anos depois construíu-se a atual capela.
Fonte: Lençóis Paulista Ontem e Hoje

  • Mamedina

A mais velha vila de Lençóis Paulista foi criada pela Família Rocha, proprietária de grandes glebas de terras no município. Mamedina deriva do nome do patriarca Mamede Feliciano de Oliveira Rocha que foi além de grande proprietário de terras, um influente político da cidade, chegando ao cargo de prefeito (intendente) em duas oportunidades, 1880 e 1883. Os intendentes ficavam apenas um ano no poder. Ele era casado com Dona Januária da Conceição, conhecida como Sinhazinha, filha do Coronel Joaquim Gabriel de Oliveira Lima. A família morava num casarão que ficava na esquina das ruas Raul Gonçalves de Oliveira e Avenida Vinte e Cinco de Janeiro, porta de entrada para o Vila Mamedina. A bem da verdade, não se tratava de uma simples casa, era um verdadeiro palacete. Construída de tijolos de primeira, tinha vários quartos, paredes forradas com papeis importados da Itália e em cada uma das salas havia uma estátua de mármore branco representando as quatro estações do ano. Segundo descreveu o historiador Alexandre Chitto eram figuras femininas vestidas de roupas alvas e traziam nas mãos elementos referentes à primavera, verão, outono e inverno. No pavimento superior ficavam os dormitórios, todos com varandas feitas com madeiras de lei trabalhadas. Dessas varanda dava-se para se vislumbrava as lavouras que se estendiam por onde se encontra hoje a Vila Mamedina. Nascia, então, a primeira Vila de Lençóis.

  • Fazendinha

No bairro fazendinha, no final do século 19, moravam imigrantes espanhóis. Eles formavam um centro agrícola de considerável progresso no município. No início, dada as dificuldades de se chegar ao centro da cidade, uma vez que o bairro ficava afastado, os habitantes do local limitavam-se e viviam de acordo com os costumes que trouxeram da península Ibéria. Até as crianças se comunicavam pelo idioma castelhano. A bem da verdade até os brasileiros que com eles conviviam, adotaram a língua e falavam fluentemente a língua espanhola. Italianos, pretos, caboclos, manejavam com rara felicidade o idioma. Distantes da sede, condução precária e as escolas primárias não semeadas de modo a satisfazerem a instrução do município, na Fazendinha contratavam-se professores que não passavam de colonos e trabalhadores para alfabetização da criançada. Geralmente, os “mestres” eram estrangeiros, e lecionavam nas horas de folga. Eles passavam para os alunos aquilo que tinham aprendido nos seus países de origem. Estórias, contos e fábulas não eram senão aqueles que vinham do Velho Mundo, formando, assim, uma instrução fora do âmbito fornecida pelas escolas tradicionais da cidade.
Gente de pouca religião, não sentia ardor pelo catolicismo, nem pelo protestantismo, e tampouco pelo espiritismo. Não era fácil encontrar pessoas ou famílias da Fazendinha participando de qualquer cerimônia religiosa. Entre as mulheres, havia um costume exótico. Quando chegavam à meia idade, adquiriam a mortalha, a indumentária após morte: meias e vestido pretos, manto roxo, que era enfeitado de galão palheta. Não puçás vezes, reuniam-se nas vendas, para fazer suas compras mensais. Logo, falavam das mortalhas, relacionando as peças. Quem delas dissesse que não estava preparada, não escava das observações das companheiras de que a idade vinha vindo. Aos poucos, os professores das escolas da sede, e outros brasileiros formam mudando os costumes daquela gente que acabou se abrasileirando. Os velhos hábitos forma ficando para trás até desaparecer de vez.
Fonte: Lençóis Paulista Ontem e Hoje

Imigrantes estrangeiros

O município de Lençóis Paulista entrou na fase de seu maior desenvolvimento econômico, com a chegada do imigrante estrangeiro.
No dia 06 de abril de 1889, D. José Magnani solicitava da Câmara um auxílio para as famílias de suas conterrâneos, que por sua solicitação haviam chagado a este município. Aceito o pedido, o Capitão João Antonio Damasceno e Souza fez a indicação que a importância seria de 150$000, metade do salário do advogado da prefeitura , que Ra de 300$000. À medida que reuniam economias, foram adquirindo pequenas possessões, retalhando o vasto território em inúmeras propriedades. Não demorou para que o município de lençóis se tornasse policultor Por excelência. Isso ajudou a resistir a crise do café de 1929 e a crise do algodão que veio logo em seguida. A economia do município estava tão sólida que as duas crises foram superadas com um pé nas costas.
Os imigrantes espanhóis e italianos foram os que mais criaram raízes na cidade. Os filhos da península Ibéria se alojaram no bairro fazendinha e os italianos, (lombardos, e vênetos) fixaram-se em núcleos maiores nos bairros Rocinha, Lageado e Cachoerinha. Os artífices toscanos, napolitanos e calabreses, permaneceram na cidade exercendo as profissões de pedreiros, carpinteiros, sapateiros, funileiros, alfaiates, barbeiros, etc. Muitos deles, mais tarde, migraram para a indústria e comércio.
A colônia síria, representou por longos anos, elevada porcentagem do comércio local. Por ocasião da guerra ítalo-turca, as duas colônias não se davam muito bem. Surgiam muitos atritos de ordem patriótica. Quando terminou a guerra com a vitória da Itália, muitos imigrantes sírios deixaram o município de Lençóis Paulista.
Por volta de 1918, começaram a chegar os imigrantes japoneses. Eles foram os responsáveis por grande impulso no cultivo de algodão no município. De toda forma, à época eles representavam apenas um por cento da população da cidade.
Graças à convivência pacífica entre imigrantes e brasileiros, a Câmara de Lençóis enviou ao Governo da Província e dos Estados Unidos do Brasil um ofício em regozijo pelo ato de 15 de dezembro de 1889, que considerava brasileiros, todos os estrangeiros residentes no país. Contudo, em junho de 1898, a Câmara excluía dos direitos eleitorais o estrangeiros que não tivessem aceito a nacionalidade brasileira, entre os quais figurava D. José Magnani, por se ter negado aos pagamentos dos impostos municipais. (fonte: livro 6, página 74, prefeitura de Lençóis)
Fonte: Lençóis Paulista Ontem e Hoje

Lençóis Paulista

A região foi desbravada em meados do século XIX e por volta do ano de 1850 teve início o lugarejo chamado “Lençóes”, que pertencia ao território de Botucatu. Consta ainda que a civilização foi trazida ao local por José Teodoro de Souza, considerado um dos seus fundadores, com o intuito de explorar a fertilidade do solo. Outros, entretanto, atribuem o início a Francisco Alves Pereira que, desligando-se de uma caravana, aventurou-se a explorar o afluente do Tietê, mais tarde chamado de lençóis porque suas espumas brancas eram semelhantes a lençóis ao vento.

  • Físico-Ambiental

Clima: O clima predominante no munic ípio é o subtropical, com temperaturas médias variando entre a máxima de 26º e a mínima de 16ºC. as estações não são bem definidas, apresentando invernos secos e verões úmidos. O período de chuvas inicia-se em outubro e termina em março.

  • Relevo, Vegetação, hidrografia e Meio-ambiente

Localizado na região Centro-Oeste do Estado de São Paulo, apresenta relevo sem oscilações topográficas, caracterizando-se como suave ondulado, não montanhoso, próprio para a atividade agropecuária. Predominam na região vegetações dos tipos campo, cerrado e floresta subtropical. Os cursos d’água de importância para o município são: o rio Lençóis, tributário do rio Tietê, o rio Claro, que correm em direção ao rio Paranapanema e o ribeirão da Prata. O rio Lençóis atravessa a região urbana, servindo de manancial de abastecimento. Encontra-se poluído pelo lançamento de esgotos não tratados e sofre processo de assoreamento, em virtude da ausência da mata ciliar. O ribeirão da Prata, afluente do rio Lençóis, que também atravessa a zona urbana, sofre o mesmo processo de degradação. Existem ainda outros córregos e ribeirões que podem ser utilizados na irrigação de áreas agricultáveis e que contribuem para a manutenção da fertilidade do solo.

Origem do Nome Lençóis

Há diversas versões sobre a origem do nome que recebeu nossa terra. No dicionário da Terra e da Gente do Brasil, de Bernardino de Souza, vem registrado o termo Lençóis. Explica o autor que “assim se chama na costa maranhense uma série de dunas que se prolongam desde o golfo do Maranhão até a Foz do Paraíba”. O nome Lençóis, lembra, diz o referido autor, citando Raymundo Lopes, indefinida extensão desolada e desnuda, que se estende a leste do Golfo do Maranhão, como primeiro trecho da árida costa nordeste, ondeando em carnaúbas e morros de areia, até a extremidade continental de São Roque”. Esta hipótese deve ser posta de lado, porque o aspecto natural do Município de Lençóis Paulista, apresenta um panorama muito diferente daquele que acima se menciona. Talvez haja influenciado para originar o nome de Lençóis da Bahia, cidade um tanto mais velha que a sua homônima paulista. Há quem afirme que o nome de Lençóis originou-se pela grande quantidade de capim “favorito”que, no século XIX, tomava as exten sõe s bai xas. Outros, entretanto, dizem que os exploradores primitivos deram, na ocasião, com intensa florada de gabirobas, cobrindo largas áreas campestres, tomando aspectos de colossais lençóis. Mas a mais certa e credenciada no conceito dos nossos amigos, é que um dos tributários do Tietê, o rio Lençóis, na sua desembocadura, formava ondas que, ao reflexo do sol, representavam tantos pequenos lençóis. Os excursionistas que faziam o trajeto Itu-Goiás, chegando à desembocadura do rio Lençóis, diziam: “Chegamos ao rio dos lençóis”. Francisco Alves Pereira, integrante de uma daquelas caravanas, entrou em desentendimento com o chefe da excursão e chegando à foz do rio Lençóis, com alguns companheiros, desistiu da viagem, aventurando-se a explorar o afluente do Tietê. Subindo o rio, veio dar a esta região, batizando-a com o nome: “Bairro dos Lençóis”.

Ubirama

No dia 30 de novembro de 1943, a lei nº 14.334, decretada pelo então presidente da república, Getúlio Vargas, mudou o nome de Lençóes para Ubirama. De acordo com a nova lei, não podia haver duas cidades no país com o mesmo nome e como na Bahia já havia uma Lençóes, foi a nossa Lençóis então sacrificada. Nossa cidade ficou com o nome Ubirama por um período de 5 anos: 30 de novembro de 1943 a 24 de dezembro de 1948, quando a lei nº 233 afixou-lhe o nome de Lençóis Paulista. De acordo com alguns estudiosos, Ubirama significa em Tupi-Guarani: estimável ventura, preferível rama, ventura, estimável região, país, pátria, etc.

Biblioteca Municipal “Origenes Lessa”

A Biblioteca Municipal “Origenes Lessa” foi inaugurada em abril de 1963 pelo prefeito Antonio Lorenzetti Filho que governou a cidade em dois períodos: (1960 a 1964 e 1969 a 1972).Com um acervo de 90 mil livros, é considerada a maior biblioteca pública do interior do Estado de São Paulo. Em 1986, na gestão do ex-prefeito Ideval Paccola, uma comitiva de escritores famosos, membros da Academia Brasileira de Letras, entre eles o ex-presidente José Sarney e Pedro Bloch, esteve em Lençóis a convite do ex-prefeito e do também membro da ABL, o lençoense Orígenes Lessa. Ao saber que nossa Biblioteca contava com mais de um livro para cada habitante da cidade, Pedro Bloch exclamou: “Esta é a Cidade do Livro” A partir daquele dia, Lençóis Paulista passou a ser conhecida como “Cidade do Livro”.

Cidade do Livro

A convite do lençoense membro da Academia Brasileira de Letras, Orígenes Lessa, o também acadêmico, médico e escritor Pedro Bloch, esteve, em 1986, visitando Lençóis Paulista. Quando o ilustre visitante adentrou à Biblioteca, percebeu que havia mais de um livro para cada habitante da cidade. Perplexo, Pedro Bloch disse: “ESTA É A CIDADE DO LIVRO”. Hoje, Lençóis se transformou a CIDADE NACIONAL DO LIVRO.

:: Hino de Lençóis Paulista ::

(Poério Zillo)

Parabéns Lençóis Paulista!
Por tua fé e tradição,
Por teu povo honrado e forte,
Consciente e Cristão.

Das tuas lutas do passado,
As conquistas do presente;
Te fizeste solo amado,
Dos teus filhos competentes.

Terra de entreda de valentes bandeirantes,
De antigos povos nas tuas lutas tão constantes.
De um povo forte que de além-mar após chegou,
Que aqui venceu e se irmanou.

Tuas indústrias, tuas lavouras,
Os teus grandes canaviais,
São conquistas, são riquezas,
Que não morrerão jamais.

Tua cultura, teus esportes,
E o dever social também,
São virtudes que proclamam
A Justiça o Amor e o Bem.

Lençóis Paulista antes Boca do Sertão,
Que hoje é marco do progresso da nação,
Que se destaca por sua raça tão viril,
Que honra São Paulo e o Brasil.

Dimensão Institucional

O Poder Executivo está representado pelo prefeita Izabel Cristina Campanari Lorenzetti (PSDB), e pelo vice-prefeito José Antonio Marise (PSDB), eleitos em 2012 epara um mandato de 4 anos. O Poder Legislativo é formado por 12 vereadores: Presidente da Câmara, Humberto José Pita (PR); Gumercindo Ticianeli Junior (DEM), Nardeli da Silva (PSC) Manoel do Santos Silva, (PSDB), José Pedro de Oliveira (PR), Anderson Prado de Lima (PV); André Paccola Sasso (PSDB), Jonadab José de Souza (PSC), Ailton Aparecido Tipó Laurindo (PV), Francisco de Assis Naves (PSDB), José Aparecido Santana (PSDB) e Emerson André Carrit Coneglian (PSDB). O serviço de água e esgoto é executado pela Autarquia Municipal SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto, tendo como diretor o ex-prefeito José Antonio Marise. Estão presentes no município os seguintes órgãos públicos: Secretaria da Fazenda Estadual, Secretaria da Receita Federal, Fórum, Junta de Conciliação e Julgamento, PROCON, CIRETRAN, Delegacia de Polícia, entre outros. Importantes entidades integram o contexto social e político local, entre elas, a Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista – ACILPA, o SENAI, Lions Club, Rotary Club, Centro de Formação Profissional Prefeito Ideval Paccola. Além de diversos sindicatos, associações de bairro e clubes de serviços. Destaca-se no cenário sócio econômico a presença de grandes empreendimentos industriais, como as empresas dos grupos Zillo Lorenzetti, Lwart/Lwarcel, Orsi, Adria/Zabet, Frigol, Omi-Zillo Lorenzetti, Duraflora, Serve-Bem e Lutepel. A administração municipal dispõe dos seguintes instrumentos legais de gestão: Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, Lei de Orçamento Anual e Planta Genérica de Valores.

  • Educação
Escolas do Município

O município conta com as seguintes escolas: Antonieta Grassi Malatrazi, Cecília Marins Bosi, Fazenda Duratex, Fazenda Faxinal, Fazenda São José do Passinho, Leonina Alves Coneglian, Macedo Dantas, Paulo Zillo, Rubens Pietraróia, e Virgilio Capoani. Municipais: Lina Bosi Canova, Esperança de Oliveira, Núcleo Habitacional Luiz Zillo, Vera Braga Franco Giacomini, Lar da Criança Angelina Zillo, APAE, Creche e Centro Educacional Augusta Parpinelli Zillo, Áurea Damasceno Bernardes, Irmã Carrit, Edvaldo Roque Bianchini, Eliza Pereira de Barros, Idalina Canova de Barros, Lucio de Oliveira Lima, Marcelino Dayrell de Queirós, Creche e Centro Educacional Izabel Zillo, Creche e Centro Educacional Maria Moretto Boso, Maria Cordeiro Fernandes Orsi, Maria Moretto Boso, Maria Zélia Camargo Prandini, OCAS, Monteiro Lobato, Philomena Brinquesi Boso, Walt Disney, Creche e Centro Educacional Wilson Trecenti, Esio Paccola, Helena Bento de Oliveira, Creche e Centro Educacional Morfina Grandi Paccola, e Yvone Conti Capoani.
PARTICULARES
Faculdade Orígenes Lessa, Cooperelp, Colégio São José e Colégio Francisco Garrido.

Esportes

Com recursos exclusivos do município a Unidade Municipal de Esportes – UME – mantém escolinhas de basquetebol, futebol, futebol de salão, handebol, karatê, voleibol e atletismo. Jovens de todas camadas sociais frequentam as escolinhas acompanhadas de monitores. A diretoria de Esportes é comandada pelo professor de educação física Raphael Blanco.

Instituições Financeiras

Encontram-se instaladas no município 8 agencias bancárias, sendo 3 de instituições estatais (Banco do Brasil, Caixa Federal e Nossa Caixa Nosso banco) e 5 instituições privadas, (Bradesco, HSBC-Bamerindus, Banespa/Santander, Itaú e Mercantil de São Paulo. Recentemente foi instalado na cidade o Banco do Povo, que tem como meta financiar pequenos empresários.

Habitantes

De acordo com a contagem populacional realizada pelo IBGE, a população do município em 1998 era de 54.648 habitantes. Atualmente, estima-se que esse numero tenha saltado para 65 mil. A distribuição da população por faixa etária, conforme levantamento do IBGE, indica que 64,2% encontra-se entre 15 e 64 anos, portanto, economicamente ativa, e 31% em idade escolar. Segmentando a população por sexo, a mesma fonte revela que há um relativo equilíbrio entre a quantidade de homens e mulheres residentes em Lençóis Paulista.

Coleta de Lixo

A coleta de lixo é realizada pela prefeitura e cobre 100% dos domicílios urbanos, totalizando 40 toneladas diárias. A cidade conta com uma usina de tratamento que opera com recursos do município. Parte do lixo é reciclado pela usina e o restante é disposto em aterro.
O lixo hospitalar é coletado por veículos exclusivos e passa por um processo de incineração parcial, para depois ser aterrado.

Abastecimento de Água

Até março de 2000, de acordo com SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto, havia cerca de 15 mil hidrômetros instalados na cidade. Informações dão conta que hoje o número tenha subido para 23 mil medidores. Com isso, Lençóis é servida em 100% por saneamento básico (rede de água e esgoto). Não obstante todo esse conforto, a cidade carece de uma estação de tratamento de esgoto, uma vez que todos os dejetos são despejados in natura no rio Lençóis e em córregos que cortam a região urbana.

Infraestrutura Social

O município dispõe de apenas 1 hospital, beneficente, com capacidade para 126 leitos e UTI. Os pacientes que necessitem de tratamentos que utilizam recursos técnicos ou humanos mais avançados se deslocam para as cidade de Bauru e Botucatu. Junto ao hospital, funciona o pronto socorro, mantido pela Prefeitura Municipal, com atendimento de urgência/emergência. Existe um projeto de reforma e ampliação do hospital, incluindo o pronto socorro que, uma vez viabilizado a melhoria dos serviços e atendimentos médicos prestados à população. O Ambulatório de Saúde Mental e Hospital-Dia “Nicanor Pereira de Godoy”(foto), oferece atendimento a doentes mentais de Lençóis Paulista e vizinhança, com grande sucesso na recuperação de pacientes com histórico de repetidos e longos períodos de internamento em hospitais psiquiátricos. Além de atendimento médico, de serviço social, psicológico e fonoaudiológico, os paciente são beneficiados com terapia ocupacional. Pioneiro na região, é mantido apenas pela Prefeitura Municipal. Existe ainda, para atendimento médico e odontológico da população, 5 postos e 1 centro de saúde públicos e 7 unidades de apoio para diagnósticos e terapia, sendo 1 pública e 6 particulares. Cerca de 177 profissionais de saúde de nível superior, incluindo médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros e paramédicos, prestam serviço no município, além de agente s comunitários de saúde, vigilantes/fiscais sanitários que atuam na área urbana, agentes exclusivos para o combate à dengue, que atuam tanto na área urbana quanto na rural.

Igrejas Católicas de Lençóis Paulista

De acordo com o historiador Alexandre Chitto, presume-se que a paróquia de Lençóis tenha sido criada no ano de 1861 quando aqui chegou o primeiro padre. (Lençóis Paulista Ontem e Hoje, abril de 1972. De acordo com relatos, a paróquia abrangia diversas localidades: Agudos, Bauru, Pederneiras e vilas em formação. Os habitantes dessas localidades tinham que vir até a Paróquia de Lençóis para celebrarem casamentos, batizados, e para participarem de festas religiosas. Até 1869, o vigário ainda não tinha residência fixa em Lençóis e no dia de exercer suas obrigações, vinha especialmente de Botucatu. As justificações (dar os nomes na igreja) para os casamentos eram feitas naquela cidade, dificultando bastante a vida dos lençoenses. A primeira igreja de Lençóis fora construída no alto da cidade. Muito pequena, feita de madeira rústica, não comportava a demanda dos fieis, naquele tempo em sua maioria, católicos. Instalada a primeira Câmara na Vila em 1886, já entrava o projeto que autorizava a reforma da igreja. Foi, então, feita uma pequena reforma no acanhado prédio. Cabia aos poderes públicos qualquer melhoramento uma vez que como se sabe a Igreja era Ligada ao Estado. Em 1870, o padre Braz Magaldi enviava uma carta ao diretor do Departamento Geral de Obras públicas do Estado, pedindo recursos para a construção da Igreja. Os 2.000$000 serviu para dar começo às obras do primeiro “Corpo da Igreja”.

  • Imagem de N. S. da Piedade

A Imagem de Nossa Senhora da Piedade foi doada pelo Cel. Joaquim Anselmo Martins. Isso aconteceu no dia 19 de março de 1953, por ocasião da inauguração da Igreja Matriz. A imagem foi transportada em procissão até á igreja, saindo do bairro Fartura, residência do doador.

  • Sinos da Matriz

Os sinos da Igreja foram comprados na Itália e doados pelo Comendador José Zillo. Neles estão gravados os nomes de todos os membros da família do doador.

  • Relógios da Torre

Foram inaugurados em 27 de maio de 1950. Na ocasião, os ponteiros assinalavam 19h45

  • Primeira crisma

O Livro de Crisma, da Cúria de Botucatu, consta que uma garota registrada com o nome de Benedita, foi a primeira a receber o sacramento da Crisma. Ela era filha do casal Antonio Fiúza Florêncio do Amaral e Rita N. F. Amaral. Certamente houve outras crismas antes, mas, não há registros que comprovem. Estas informações são da revista “Lençóis Ontem e Hoje”, de Alexandre Chitto.

  • Capela de São Benedito

A Capela de São Benedito no bairro Mamedina foi inaugurada no dia 5 de abril de 1961 pelo padre Luiz de Oliveira Andrade, responsável pela paróquia de Nossa Senhora da Piedade. Um grupo de pessoas apresentou uma congada como parte dos festejos de inauguração. Na ocasião Padre Luiz fez um brilhante discurso e agradeceu o empenho da comunidade católica e principalmente dos devotos de São Benedito

  • Paróquia São José (Vila Ubirama)

No início da década de 1980 pelo pároco da Matriz da Piedade, padre João Amâncio da Costa Novaes, a paróquia de São José no bairro Jardim Ubirama se constituiu num verdadeiro cartão postal da cidade. A primitiva e então capela fora erguida transversalmente na esquina das ruas Manoel Caetano de Godói e Avenida Castelo Branco. O acanhado prédio acabou sendo demolido e em seu lugar foi erigida a suntuosa paróquia de São José e Nossa Senhora de Fátima, que não atende apenas a comunidade católica do bairro, mas fiéis de toda a cidade.

  • Paróquia Cristo Ressuscitado (Bairro Cecap)

Dirigida pelo pároco Silvano Palmeira, a Paróquia Cristo Ressuscitado no bairro Cecap se destaca pela suntuosidade, localização e capacidade de abrigar devotos. Plantada no centro do bairro, atende toda a circunvizinhança. Fiéis católicos dos bairros Cecap Um e Dois, Primavera, João Paccola, Lorena, Príncipe, Antonieta e outros frequentam a paróquia dirigida por Padre Silvano. A Paróquia Cristo Ressuscitado foi inaugura em 1997, com a presença do Bispo de Botucatu. Segundo Padre Silvano, a maioria dos moradores do bairro Cecap é constituída de católicos.
Paróquia Nossa Senhora Aperecida – Alvorada/Cruzeiro

  • Paróquia São Pedro e São Paulo (Núcleo Luiz Zillo)

A Paróquia São Pedro e São Paulo está localizada no Núcleo Habitacional Luiz Zillo, zona Norte da cidade. Dirigida pelo pároco Marcelo Paes, abriga uma grande legião de católicos, que residem nos bairros Maestro Júlio Ferrari, Jardim das Nações, Nova Lençóis,. Núleo Luiz Zillo, Jardim América, Residencial Rondon e outros. A paróquia que já conta com mais de 20 anos já não oferece espaço físico para atender a demanda, por isso a comunidade comandada pelo padre Marcelo Paes está construindo um novo e majestoso templo que depois de pronto será o maior da cidade.

  • Capela de Santo Antonio no Corvo Branco

Poucos são os lençoenses, católicos ou não, que não conhecem a história da Capelinha de Santo Antonio do Corvo Branco. Os saudosistas nem gostam de tocar no assunto. Nas cercanias dessa igrejinha começaram muitos namorinhos que se constituíram em numerosas famílias. As festas de Santo Antônio, com procissões que saiam da porta da Igreja Matriz central (Santuário Nossa senhora da Piedade) e percorriam todo trajeto de pouco mais de três quilômetros para chegar à capela de Santo Antonio no bairro Corvo Branco. Saudade das ingênuas rifas de frango assado, da barraca das argolas, do bingo que sorteava garrafas de cinzano, do serviço de alto-falante que tocava Roberto Carlos, Agnaldo Rayol, Os Incríveis, Tonico e Tinoco, Oslain Galvão, Célio Roberto, Nilton César e tantos outros que atualmente foram substituídos por pagodeiros ou “sertanejos universitários”… saudade das tardes de domingo.. do encontro que não deu certo… dos jogos de futebol acompanhados pelo radinho de pilha. Tudo isso acontecia na festa do Corvo Branco em homenagem ao santo casamenteiro. Saudades das idas e vindas, muitas vezes à pé. Os três mil metros que separam o bairro Corvo Branco do centro da cidade eram formados por verdadeiras filas indianas. Gente de toda raça, credo, cor ou posição social caminhavam até o bairro para participar da festa e das celebrações. Crianças, jovens e adultos caminhavam juntos. Uns iam em busca da fé, outros só pra ver se arrumavam casamento. E havia aqueles que nem uma coisa nem outra procuravam. Iam apenas para se divertir. O que é mais interessante é que ao longo de tantos anos de festa nunca houve um incidente que maculasse a data. Apenas um atropelamento (há 40 anos mais ou menos). O fato de a capela ficar perto da rodovia Osny Matheus, há alguns anos a festa de Santo Antônio deixou de ser realizada e o bairro ficou praticamente abandonado. Quem sabe um dia alguém resolve…..(Benedicto Blanco)

  • Paróquia Nossa Senhora Sant’Ana (Jd. Sant’Ana/Caju)

Estão em adiantada fase de construção as obras da agora Paróquia de Sant’Ana no Jardim Sant’Ana, próximo ao bairro Jardim Cidade do Caju, zona Sul da cidade. Sob o comando de uma comissão orientada pelo lençoense Walter Cusin, doador das terras onde está sendo erguida a capela, as obras caminham a passos largos. A comunidade católica dos bairros adjacentes (Caju, Itamaraty, Açaí, Monte Azul) aguarda ansiosa o término da construção. A comissão de obras está otimista e entende que dentro de pouco tempo a igreja estará em condições de receber os fiéis. O maior interessado em ver tudo concluído é o idealizador Walter Cusin

Todos os prefeitos de Lençóis

De 1902 a 1905, diversos cidadãos tiveram nas mãos os destinos de Lençóis Paulista. O primeiro, foi o presidente da Câmara em exercício, Francisco Augusto Pereira; o segundo, foi o Tenente Coronel Cândido Alvim de Paula, que foi sucedido pelo intendente major Octaviano Martins Brisola, que deixou o cargo para Cândido Alvin de Paula, que por sua vez foi substituído interinamente em 6/7/1905 pelo Major Antônio Florêncio Fiuza do Amaral, que eleito em 7 de janeiro de 1906, foi reconduzido ao cargo e regeu os destinos da cidade até o dia 4 de junho de 1906.
4 de abril de 1906 — Intendente, Virgílio de Oliveira Rocha.
15 de janeiro de 1908 — Coronel Oliveira Rocha, prefeito municipal.
20 de abril de 1912 — Prefeito substituto, João Carneiro Geraldes.
18 de janeiro de 1915 e 4 de Abril de 1918 – Vice-prefeito Otavio Pereira e prefeito Coronel Virgilio de Oliveira Rocha.
3 de novembro de 1922 — Prefeito João Carneiro Geraldis e depois assumiu vice-prefeito Mauro Chitto.
30 de setembro de 1926 — Prefeito, Coronel Joaquim Anselmo Martins.
23 de março de 1927 — Prefeito Raul Gonçalves de Oliveira.
15 de janeiro de 1928 — Vice-prefeito Manoel Caetano de Godoy.
15 de janeiro de 1929 — Prefeito Humberto Alves Tocci.
27 de outubro de 1930—Elias de Oliveira Rocha (prefeito discricionário) assumiu por determinação do General Miguel Costa.
1º de janeiro de 1930 — assume a prefeitura o prefeito discricionário Lucio de Oliveira Lima.
23 de abril de 1931— assume o poder o interventor municipal, Cel. Álvaro Martins.
12 de março de 1932 —Assume a prefeitura João Rosato.
13 de maio de 1932 — Mamérico Mascate.
10 de julho de 1932 — Elias de oliveira Rocha.
27 de outubro de 1932 — Fortunato Pegnataro.
17 de dezembro de 1932 — Lafaiette Müller Leal.
4 de abril de 1933 — Djalma de Oliveira Lima.
5 de setembro de 1934 — Prefeito, Raul Gonçalves de Oliveira.
25 de julho de 1936 — Prefeito, Bruno Brega.
20 de agosto de 1937 — Prefeito, Jácomo Nicolau Paccola.
30 de maio de 1938 — Prefeito, Bruno Brega.
10 de junho de 1939 — Prefeito, Paulo da Silva Coelho.
8 de agosto de 1940 — Prefeito, Cel. Joaquim Anselmo Martins.
17 de agosto de 1941— Prefeito Dr. Antônio Leão Tocci.
28 de setembro de 1944 — refeito substituto sr. Evaristo Canova.
17 de fevereiro de 1945 — sr. Gino Augusto Antonio Bosi.
17 de dezembro de 1945 — Prefeito em comissão, sr. Evaristo Canova.
1º de março de 1946 — Prefeito, José Salustiano de Oliveira.
12 de abril de 1947 — Gino Augusto Antônio Bosi.
16 de fevereiro de 1948 — Sr. Geraldo Pereira de Barros.
12 de março de 1950 — Substituindo o prefeito Geraldo Pereira de Barros, assumiu o comando o sr. Gino Augusto Antônio Bosi.
21 de julho de 1950 — Assume o prefeito Geraldo Pereira de Barros.
27de julho de 1951 — Prefeito substituto, Gino Augusto Antônio Bosi.
1º de janeiro de 1952 — Prefeito, sr. Virgílio Capoani.
Em 1956, assumiu a prefeitura o sr. Oswaldo de Barros que acabou renunciando ao cargo e em seu lugar entrou o vice-prefeito Archângelo Brega.
1960 a 1964 — Antônio Lorenzetti Filho
1965 a 1968 — Dr. Paulo Zillo
1969 a 1972 — Antônio Lorenzetti Filho.
1973 a 1976 — Rubens Pietraróia.
1977 a 1982— Ézio Paccola.
1983 a 1988—Ideval Paccola.
1989 a 1992 — Ézio Paccola.
1993 a 1996 — Admilson Vanderlei Bernardes.
1997 a 2000 — José Prado de Lima.
2001 a 2004 — José Antônio Marise
2005 a 2008 – José Antonio Marise (primeiro prefeito de Lençóis a se reeleger)
2009 a 2016 – Izabel Cristina Campanari Lorenzetti é a primeira prefeita da história do município.
2017 ……………Anderson Prado de Lima, prefeito atual.

Esportes em Lençóis Paulista

No setor esportivo, Lençóis também tem muita história para contar. Foi aqui que na década de 1940, Valdir Pereira começou sua vitoriosa carreira. Didi, como ficou conhecido internacionalmente, foi campeão mundial com a seleção brasileira nas copas de 1958 e 1962. A primeira foi na Suécia e a segunda, no Chile. Depois, Didi atuou por diversos clubes brasileiros e do exterior, mas não esquecia de frisar que tinha começado sua carreira no glorioso Clube Atlético Lençoense o (CAL), que atualmente por causa de política está parado. Outro campeão mundial de futebol que defendeu as cores do CAL é o Marcão, goleiro que atualmente defende o Palmeiras. Marcão foi campeão com a seleção de Luiz Felipe Scolari, na Ásia em 2002. Nos outros esportes a cidade sempre foi muito bem representada. Um exemplo vivo é Maria Angelina Boso, campeã panamericana no arremesso do peso na década de sessenta. Maria Luiz Domingues Betioli conseguiu o mesmo feito na modalidade salto em altura. A mesma faceta foi conquistada por Euclídes Ribeiro, o Cridão, nos cem metros rasos. Em 1989, a equipe de basquetebol mantida pelo Grupo Lwart sagrou-se campeã paulista e no ano seguinte vice-campeã brasileira. Essa equipe tinha no seu plantel; Luiz Felipe, Gerson, Pipoca, Donizete, Chuí e outros tantos craques da seleção brasileira. Em 1975, um lençoense ganhou o cinturão mundial de boxe. Miguel de Oliveira derrotou por nocaute a José Luiz Duran na cidade de Paris, França. No ano seguinte o campeão lençoense perdeu por pontos para o filipino Elisha Obed, que lhe arrebatou o cinturão. Em 1996, em Atlanta nos Estados Unidos, outro lençoense representou o Brasil e foi medalha de bronze nos quatrocentos metros rasos. A proeza foi de Claudinei Quirino da Silva, único lençoense a participar de uma olimpíada. Contudo, não foram só os campeões estaduais, nacionais ou mundiais que projetaram o nome de Lençóis Paulista no cenário esportivo nacional. No futebol, não se pode esquecer dos irmãos Marcolino: Roberto, Romano que defenderam o gol do CAL e Nenê (Ronaldo)atuava na lateral direita. O outro irmão, o Rubens preferia o voleibol. Não se pode deixar passar em branco os nomes de Toninho Biral, Milton Moreira, Billy Capoani, Valter Pacífico, Edilio Carani, Toninho Domingues, Belfari, Limão, Radamés, Disgrama, Nenê Buteco, Elias, apenas para citar alguns. Não se pode deixar de lado o nome de Archangelo Brega, Roberto Sasso, Bertinho Cicconi, Mauricio Brega, Silvio Cordeiro, Etelvino Sampaio, José Antonio Foganholi (Pardal), Carlinhos Baptistella, Luiz Carlos Trecenti, José Wilson Gomes, Chico Gordono e mais um montão de gente que cada um à sua maneira, contribuíram e contribuem para o esporte local. Muitos, ou a maioria, empresta seus conhecimentos em prol do esporte graciosamente, outros, entretanto, muito mais espertos, fazem, particularmente quando ocupam cargos de direção, um trampolim político ou usam a posição para sua ascensão pessoal. De toda a maneira, ou bem ou mal, o esporte é a forma mais rápida de se projetar o nome de uma cidade e, se Lençóis Paulista é hoje reconhecida internacionalmente, deve-se ao fato de esses desportistas terem se empenhado, quer na direção das equipes, quer competindo e trazendo medalhas e troféus para a nossa cidade. Atualmente temos outro esportes em evidência: O karatê e a capoeira têm se destacado nacionalmente. Essas modalidades têm caráter social eficiente tirando os jovens das ruas e afastando-os das drogas. Raphael Blanco é o professor responsável pelo karatê e os mestres Formigão, Tatu, Tempestade e Galo comandam a capoeira.

Miguel de Oliveira

Miguel de Oliveira, ex-campeão mundial de boxe , categoria dos pesos médios, nasceu em Lençóis Paulista no dia 30 de setembro de 1947. Ele é filho de Bento Carlos e de Alzira Carlos. O nome correto pugilista seria Miguel Carlos. Contudo, na hora de se efetuar o registro de nascimento, o antigo escrivão do Registro Civil, registrou-o como Miguel de Oliveira. Seus pais eram lavradores em Lençóis Paulista. No inicio de 1948, os pais de Miguel mudaram-se para a fazenda |geada e no municipuio de Agudos. Mais tarde, foram para São Manoel, onde o pai do campeão morreu. Desde aquela época Miguel e sua mãe passaram a morar em Miguel em foto recente ao lado de Antonio Carolo
Osaco/SP, onde ele reside até hoje. A ascensão de Miguel no boxe foi tão rápida que ele foi apontado como sucessor natural de Eder Jofre. das muitas lutas, Miguel teve quatro particularmente difíceis. Duas delas foram contra o campeão japonês Koischi Wagina, no Japão, sendo em ambas derrotado por pontos. A terceira foi na Itália contra José Luiz Duran que havia vencido a Koischi Wagina. Miguel venceu Duran arrancando-lhe o título de campeão do mundo. Em 1975, Miguel lutou em paris e perdeu o título para o filipino Elisha Obed. Atualmente o campeão mundial nascido em Lençóis Paulista ensina sua arte a muita gente importante. Entre os seu pupilos está o trio KLB.

Como tudo começou: Miguel foi convidado por sua tia a trabalhar e estudar na capital paulista. Conseguiu seu primeiro emprego na extinta fábrica de nylon Rio San, onde por ironia do destino havia uma academia de boxe destinada aos funcionários da empresa. Deslumbrado com a possibilidade de praticar boxe, após algumas visitas à academia, logo começou a treinar. Seis meses depois, Miguel de Oliveira disputou o campeonato promovido pela Gazeta Esportiva “Forja dos Campeões”, onde além de ser o campeão da categoria meio-médio-ligeiro, foi considerado o melhor atleta do torneio. A partir de então, o futuro campeão não parou mais de treinar e conquistou os principais campeonatos nacionais de boxe amador. Foi bicampeão paulista de boxe amador, bicampeão do Torneio dos Campeões, e bicampeão brasileiro. Miguel também passou a representar o Brasil nos principais eventos esportivos internacionais, marcando presença nos jogos pan-americanos de 1967 em Winnipeg no Canada. No final dos anos 60, o boxeador sentiu que já era hora de entrar no mundo do boxe profissional. Suas expectativas estavam certas. Em 1970, sagrou-se Campeão Brasileiro de Boxe, e dois anos mais tarde, já estava nos “rankings” da Associação Mundial de Boxe, e do Conselho Mundial de Boxe, já que na época existiam essas duas versões. Neste mesmo ano, Miguel chegou a vencer no ginásio do Ibirapuera o primeiro colocado do ranking da Associação Mundial de Boxe, o que lhe deu o direito de disputar o título mundial pela primeira vez. No dia 9 de janeiro de 1973, Miguel estava em Tóquio disputando o título mundial de boxe. Mesmo sendo derrotado, o brasileiro não desistiu e conseguiu revanche no ano seguinte. A segunda luta realizada em fevereiro de 1974 foi “muito mais disputada, infelizmente deram o título ao japonês por pontos” diz Miguel. O sonho de ser campeão mundial não se apagou. No ano seguinte, em maio de 1975, o brasileiro de São Manuel vai à Europa e vence no Principado de Mônaco o campeão europeu José Duran da Espanha, tornando-se campeão mundial pelo Conselho Mundial de Boxe. Miguel de Oliveira destacava-se por ser um meio-médio-ligeiro de soco potente, além de ser dotado de grande capacidade técnica. Segundo ele “são propriedades que nascem com o pugilista, mas claro que se deve aliar uma boa técnica com muita dedicação aos treinamentos”. Após encerrar sua carreira, o campeão não se separou do boxe. Como treinador, trabalhou com quatro pugilistas brasileiros. Os lutadores Francisco Tomás, José de Arimatea, José Adilson Rodrigues ( Magulila) e Ezequiel Paixão chegaram a disputar o título mundial, mas sem sucesso. Formado em educação física, Miguel começou a realizar um trabalho de introdução do boxe “recreativo” nas academias paulistas. Segundo ele; “o boxe recreativo é direcionado a pessoas que nunca iriam lutar boxe, mas o treinamento é utilizado para que meus alunos adquiram condicionamento físico, aprendam mais sobre defesa pessoal e o mais importante: serve como alívio do stress”. Um dos maiores pugilistas brasileiros, encerrou suas atividades com o impressionante cartel de 56 lutas, 50 vitórias (25 por nocaute), 5 derrotas e 1 empate.

Museu Alexandre Chitto

Inaugurado em 23 de abril de 1988, na administração do ex-prefeito Ideval Paccola (1983-1988) o Museu Histórico e Cultural “Alexandre Chitto” teve como sede inicial uma das alas do antigo prédio da Destilaria Central. Idealizado, organizado e entregue à população pelo seu patrono, o Museu transferiu-se para a esquina das ruas Cel. Joaquim Anselmo Martins com a Av. Vinte e Cinco de Janeiro no final de 1996, na administração de Adimilson Vanderlei Bernardes. Com um acervo rico e muito organizado, o Museu oferece aos moradores de Lençóis Paulista, sobretudo aos estudantes, parte ou quase tudo sobre a história da cidade. O trabalho realizado ao longo dos anos pelo jornalista e historiador Alexandre Chitto, hoje serve de referência para novos historiadores e curiosos.

Casa da Cultura Professora Maria Bove Coneglian

A Casa da Cultura “Maria Bove Coneglian” também foi criada no governo do ex-prefeito Ideval Paccola, (1983-1988) morto em 12 de agosto de 2003. A primeira diretora de Cultura foi a professora e psicóloga Tahís Jacon, atual diretora da escola Rubens Pietraroia. Inicialmente a Casa da Cultura foi instalada em uma sala lado da antiga Assistência Social (onde está o Museu hoje). Depois foi transferida para o antigo prédio do Lençóis Hotel, onde está instalada atualmente. A patrona da casa da Cultura morreu no início de ano de 2006. Professora de música, Dona Maria veio de Campinas para Lençóis Paulista há muitos anos e aqui trabalhou até o dia de sua morte.

Orígenes Lessa, orgulho de todos os lençoenses

Para o imortal, membro da Academia Brasileira de Letras, Pedro Bloch, tudo o que Orígenes Lessa sabia ele aprendeu com o pai e não com os livros. Orígenes nasceu em Lençóis Paulista no dia 12 de julho de 1903, filho de Vicente Themudo Lessa e Henriqueta Pinheiro Lessa. Seu pai era pastor protestante, jornalista e professor de teologia. Aos três anos de idade, Orígenes mudou-se com a família para São Luiz, capital do estado do Maranhão. Quando criança, “costumava acompanhar seu pai nas andanças pelo interior do Estado, e nessas viagens o escritor lençoense aprendeu muito com o pai” , afirma Pedro Bloch. Em 1912, voltou para São Paulo, indo para a escola Paroquial e depois para o Colégio Evangélico onde seu pai era o vice-presidente. Com 10 anos já estava matriculado no Ginásio do Estado e já sentia certa inclinação pela literatura, fazendo pequenos trabalhos. Colaborou em “A lança” e “ O Ciclone”, jornalzinho do colégio . Gostava tanto de leitura que, em apenas um ano leu mais de duzentos livros. Com 13 anos de idade fundou “O Beija-Flor” jornalzinho impresso nas oficinas do internato. Fora do colégio, publicou um artigo sob o título “Modas em Combate”. Aos 20 anos, ingressou no Seminário de Teologia, abandonando-o dois anos mais tarde. Foi em 1914 que Orígenes viajou para o Rio de Janeiro, onde passou por serias dificuldades financeiras. Para sobreviver, fez diversos trabalhos. Entre eles, deu aula particulares, lecionou ginástica. Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática, cujo diretor era Coelho Neto. Foram seus professores, além de Coelho Neto, João Ribeiro, José Oiticica,e Alberto de Oliveira. No Rio, colaborou com os jornais: “O Imparcial” na Tribuna Social Operária, dirigida por Joaquim Pimenta. Em fins de 1928 , voltou para São Paulo, empregando-se na General Motors, como tradutor de inglês. Dois anos depois, demitiu-se e foi trabalhar com propaganda. Nesse ramo foi diretor da multinacional Thompson. No jornalismo, começou a carreira no Diário da Noite depois na Folha da Manhã. Seu primeiro livro (O escritor Proibido) foi editado em 1929. A obra foi bem recebida, tanto é que recebeu elogios de escritores famosos com, Sud Mennucci, João Ribeiro e Menotti Del Pichia. Em 1930, publicou “Garçon, Garçonete e Garçonère” recebendo menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, com “ Acidade que o diabo esqueceu” , firmou-se como um dos grandes escritores do gênero. Em 1932, trabalhando na Rádio Record, tomou parte do movimento revolucionário, sendo preso no morro da Pedreira e enviado para o Rio. Preso em Ilha Grande, escreveu uma reportagem detalhada do que viu nas trincheiras, sob o título: “ Não há de ser nada”. Três meses depois voltou para São Paulo e fez traduções de obras estrangeiras e escreveu o livro “O Feijão e o Sonho” seu primeiro romance , que recebeu o prêmio Antônio de Alcântara Machado da Academia Brasileira de Letras. Em 1942, foi para os Estados Unidos, contratado pelo Coordenador de assuntos Americanos. Um ano antes, 1941, dirigiu a revista Planalto, órgão de repercussão em toda a América. De volta ao Rio em 1943, escreveu “Omelete em Bombaim” lançado em 1946,. Esse livro foi traduzido para o polonês e romeno. Já o “Rua do Sol”, publicado em 1955, recebeu o prêmio Carmem Dolores Barbosa. Lessa viajou bastante: Conheceu Inglaterra Suécia, Noruega, Portugal, Suíça, Dinamarca, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, México, Venezuela e Antilhas. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de julho de 1986. seu corpo está sepultado no cemitério de Lençóis Paulista.

Biografia do escritor Orígenes Lessa

Na primeira foto o escritor conversa com o famoso Charles Chaplin e na segunda, é abraçado pelo também intelectual membro da Academia Brasileiras de Letras, o imortal José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (José Sarney), atual presidente do Senado da República
Jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta, nasceu em Lençóis Paulista, SP, em 12 de julho de 1903, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de julho de 1986. Eleito em 9 de julho de 1981 para a Cadeira n. 10, na sucessão de Osvaldo Orico, foi recebido em 20 de novembro de 1981, pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa. Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa. Em 1906, foi levado pela família para São Luís do Maranhão, onde cresceu até os 9 anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance Rua do Sol. Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois. Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção “Tribuna Social-Operária” de O Imparcial.
Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Saudou Coelho Neto, em nome dos colegas, quando o romancista foi aclamado “Príncipe dos Escritores Brasileiros”. Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931.
Em 1929, começou a escrever no Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, O escritor proibido, calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea Garçon, garçonnette, garçonnière, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e A cidade que o diabo esqueceu.
Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu Não há de ser nada, reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e Ilha Grande, jornal de um prisioneiro de guerra , dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressa como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências de publicidade.
Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos Passa-três e, a seguir, a novela O joguete e o romance O feijão e o sonho, obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso extraordinário, inclusive na sua adaptação como novela de televisão.
Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Em 43, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume Ok, América as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros.
Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance O feijão e o sonho; Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance Rua do Sol; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance A noite sem homem; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance O evangelho de Lázaro.
Fonte: ABL – Academia Brasileira de Letras

Casinha histórica teima em permanecer em pé

Quem passa por sobre a ponte da avenida Nove de Julho (Rio Lençóis) próximo ao supermercado Jaú Serve, não observa que pouco acima da linha férrea há uma casinha acanhada, quase envolvida pelo matagal. Pelos cálculos de antigos lençoenses, aquela casinha já tem mais de 90 anos. Nessas nove décadas, muitas famílias ali residiram, entre elas o casal Aurélio de Oliveira e Gabriela Martins Serralvo Romero. Por ocasião da comemoração do centenário da cidade, aquela casa, ou melhor, a janela azul em destaque na foto, serviu de camarote para dois garotos – um de 8 e outro de 10 anos – acompanharem os festejos de encerramento das festas do centenário de Lençóis Paulista que se deu no pátio onde se encontra hoje a estação rodoviária. Naquela noite 28 de abril de 1958, durante a apresentação de Dircinha Batista, uma das mais famosas cantoras brasileiras de todos os tempos, o lençoense Antonio Turcarelli,(ainda em plena forma) subiu ao palco e tascou-lhe um longo beijo na face. Foi a maior proeza que um ser mortal poderia fazer naquela altura dos acontecimentos. Algo para ficar marcado para a história.
Os dois garotos que da janela da casinha acompanhavam a tudo, não tinham noção da dimensão daquele acontecimento. Dona Gabriela, avó dos dois meninos, também não parecia dar o devido valor para a festa que se desenrolava lá fora. Mas, de toda forma, acompanhava tudo com máxima atenção. Um daqueles meninos é exatamente este que está digitando este texto agora, e o outro, um pouco mais novo, é conceituado comerciante na cidade.

Primeira Igreja Evangélica da cidade

Graças ao esforço e obstinação de alguns pastores, as igrejas evangélicas têm se multiplicado em Lençóis Paulista. Estima-se que haja na cidade cerca de oitenta casas de oração, mas segundo dados históricos, a primeira a chegar em Lençóis foi Presbiteriana Independente. Em 1880 o Reverendo. Chamberlain esteve quatro vezes na cidade. Foi ele quem a organizou e numa de suas visitas, foram eleitos três presbíteros e alguns diáconos. Abriu-se, naquele ano uma subscrição para a edificação do prédio que serviria de sede da igreja, fato que não se sabe porque só foi consumado durante o pastorado de Vicente Themudo Lessa, em 1920. Entretanto, de acordo com alguns relatos históricos, e, particularmente do próprio Vicente Themudo Lessa, antes de Chamberlain estiveram na Vila de Lençoes, os pastores Linengton e Dagama que segundo consta, percorriam os sítios e fazendas levando conforto espiritual aos moradores. A Igreja Presbiteriana prosperou bastante naquela época, (final do século 19) para depois entrar em decadência até ser dissolvida. No dia 14 de abril de 1901, o Pastor Lotufo reorganizou a Igreja e até hoje ela está em pleno exercício evangelizador. A história da Igreja conta que Chamberlain foi sucedido pelos pastores Landes, Braga, Lotufo e Vicente Themudo. Além desses, são oriundos da Igreja Presbiteriana os reverendos: Pereira Junior, Aníbal Nora e Onésio Pereira.

Padres que passaram pela Matriz da Piedade (Santuário)

Pe. Antônio de Sant’Ana Ribas Sandim 02/02/1862 a 02/06/1868
Pe. Carlos José Rodrigues 15/06/1868 a 03/06/1869
José Magaldi 16/04/1871 a 07/08/1877
Vito Jannuário Finamore 16/04/1871 a 07/08/1877
Pe. José Benedito Marcondes Mello 08/07/1877 a 24/05/1882
Miguel Piemonte 28/05/1882 a 26/06/1884
Pe. Ambrósio Amâncio Coutinho 27/06/1884 a 28/05/1887
José Magnani 29/05/1877 a 25/05/1900
Pe. Francisco Manoel Costabile 01/04/1900 a 29/04/1901
Vitor Delby 04/04/1901 a 29/04/1901
José Masson 05/05/1901 a 29/04/1902
E. Fernando Rosa 12/05/1902 a 26/06/1904
Paschoal Falconio 11/06/1904 a 18/09/1906
José Magnani (Vigário Interino) 19/09/1906 a 29/05/1907
Carlos Pereira Bicudo 30/05/1907 a 30/06/1907
Paschoal Buglione 30/06/1907 a 29/06/1911
José Magnani 30/06/1911 a 11/06/1921
José Sandoval Pacheco 30/06/1921
Salomão Vieira
Francisco Vader Mass
Pe. Basilicio Raposo de Oliveira 1922 a 17/11/1928
Antônio Graça Christina 30/01/1928 a 21/01/1929
Luiz Bicudo de Almeida 25/01/1929 a 08/09/1929
Joaquim Teófilo Agra da Silva 08/09/1929 a 21/10/1930
Francisco Taussant 01/01/1931 a 08/10/1935
José Melhado Campos 08/10/1935 a 19/10/1935
Xisto Lopes 19/10/1935 a 09/05/1937
João Afonso de Moraes 10/05/1937 a 01/01/1939
Salústio Rodrigues Machado 01/10/1939 a 05/07/1955
Luiz de Oliveira Andrade
Pe. Boaventura Manara
Pe. João Cândido C. Coimbra
Pe. Aloísio Ricardo Beranger
Pe. Luiz Castro
Pe. João Amâncio da Costa Novaes,
Pe. Luiz Castro,
e Monsenhor Carlos José de Oliveira, atual responsável pelo Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Piedade

As primeiras Bandas de Lençóis Paulista

Não se tem conhecimento preciso da fundação da primeira corporação musical na Vila e nem tampouco qual tenha sido seu fundador. Mas, em 1878, a banda tocava em benefício das obras de construção do cemitério, conseguindo uma quantia de 50$000 (cinqüenta mil reis). Talvez o primeiro maestro tenha sido um rapaz conhecido por Antônio. Sobre o seu segundo nome não há registros. Esse moço, no final do século dezenove, participava da banda regida por Julio Ferrari e comandava uma outra corporação, cujo nome não consta nos registros.
Em 1906, o maestro Júlio Ferrari fundou, no bairro Rocinha, a banda Ítalo-Brasileira “Giuseppe Verdi”. Porém, não deixou de participar da Fundação Antidoro Conti, que enquanto aguardava a a vinda dos instrumentos, ensinava a teoria musical. Com a transferência da residencia de Júlio Ferrari para a cidade, a “Giuseppe Verdi” teve seu primeiro estatuto em 1912, sendo os músicos de então: Bruno Brega, Benedito Ribeiro da Silva, Assad Tarabay, Pompilio Ghirotti, Eduardo Tonin, José Mazetto. Ângelo Montali, Alberto Giovanetti, Emílio Ferrari, Segundo Ângelo Pavanatto, Pedro Bernardo Dias, Enrico Ferrari, e Manoel Duarte. Com a morte do Maestro Júlio Ferrari, a banda passou a se chamar “Banda Juvenil Giuseppe Verdi”
Emilio Ferrari, que substituiu Júlio Ferrari, dirigiu a corporação por um período relativamente curto. Depois, sob o comando de Eugênio Ferrari a banda passou a ser conhecida como “Lira Lençoense”. José Mazetto mudou para “Banda Lençoense”.O maestro Joaquim Ramos de Oliveira também mudou o nome para “Corporação Musical Municipal”.
Por volta de 1910, foi também fundada na Vila a “Banda Brasileira”. O regente era o maestro Francisco Fagá. A banda durou pouco tempo. Foram músicos da banda Brasileira: Simião Ribeiro, Olegário Sardinha, Silvio Bosi, Natale Mazetto, Máximo Magagna, Marcelo Dias Camargo, Roque Ribeiro, José Oliva, José Florêncio do Amaral, Virgílio Duarte Moreira, João Dias de Camargo, Maximiano Estrela, Edefonso Antonio Simões, José Brandi e Antonio Serralvo. Diretoria: Antonio Esperança de Oliveira, Major Antonio Florêncio Fiuza do Amaral, José de Assis Rosa, Octávio Bosi, e José Toledo Cesar. O maestro era Francisco Fagá.
As bandas tinham participação ativa em todos os eventos da cidade. Quando o cinema era mudo, para animar o espetáculo, as bandas eram contratadas. Em Lençóis, os músicos começavam a tocar na esquina da rua Riachuelo (Raul Gonçalves de Oliveira) e desciam a rua 15 de Novembro até chegar à porta do cinema.
Hoje, Lençóis conta com a banda “Agostinho Duarte Martins” regida pelo maestro Marcelo Maganha, e com orquestra de sopros. Fonte: Livros históricos de Alexandre Chitto

Bairro Corvo Branco

No começo do século vinte, habitavam o bairro Corvo Branco algumas famílias que viviam em pequenas propriedades agrícolas, muito distanciadas umas das outras. Caboclos, espanhóis e e italianos viviam por alí. À margem esquerda do córrego Corvo Branco, a uns cem metros da atual rodovia Osnny Matheus, residiam dois pequenos sitiantes: João Pavanello e Cerilo Donato. No ano de 1908, mais ou menos, os dois sitiantes idealizaram construir a primeira capela de Santo Antonio naquele bairro. Como eles não tinham muitos recursos, decidiram arrumar um plano para angariar dinheiro para a obra. Por um largo período os dois percorreram o município em busca de doações que pudessem ajudar na construção. Como dinheiro naquela época era muito difícil, o muito que conseguiam eram um tostão, dois ovos, ou, com muita sorte, até uma galinha. Era raro alguém, doar 100 ou 200 reis. Apesar das grandes dificuldades, eles conseguiram edificar a primeira capelinha de Santo Antonio. Muito pequena, é lógico, mas abrigava alguns fieis. Dois ou três anos mais tarde, João Sasso, presidente da Rocinha foi nomeado festeiro e ele conseguiu reformar a antiga igrejinha que serviu aos fieis até que se construísse a atual.

Festas no Corvo Branco

Até o início dos anos 1970, o bairro Corvo Branco era palco de grandes festas. Os festejos de Santo Antonio eram tão tradicionais que traziam gente de toda a região. Não há um só lençoense mais antigo que não se recorde das românticas festas do Corvo Branco. No dia do padroeiro – 13 de junho – uma procissão saia da Matriz da Piedade, no centro da cidade, e ia até a capela do Corvo Branco. Depois da cerimônia religiosa todo mundo participava da festa que se realizava no entorno da capela. Barracas de churrasco, pasteis, entretenimentos, banda de música, serviço de alto falante e muita gente circulando, contribuíam para o sucesso cada vez maior da festa de Santo Antonio no Corvo Branco. Sabe-se lá por que, decidiu-se não realizar mais as festas naquele pitoresco local. Lógico que com a o aumento do fluxo de veículos na rodovia Osnny Matheus, o perigo de acidentes é uma ameaça constante. A rodovia passa a menos de cem metros da Capela. De toda forma, como disse certo dia durante sua homilia o padre Edison Geraldo Bovo, aquela capelinha precisa ser preservada. “Construam uma outra, modernizem, façam o que bem entenderam, mas preservem essa capela” apelou o padre.

Agricultura, comércio e indústria

Estima-se que o cultivo da cana-de-açúcar tenha chegado ao município antes mesmo da café. Fato é, que em 1867, o vereador Manoel José de Almeida apresentava à Câmara lençoense uma indicação, solicitando, por qual motivo os senhores de engenho não haviam pago o imposto correspondente até então. Naquele tempo, os engenhos eram pequenos, feitos de madeira movidos por animais e muitos deles ainda eram manuais. Eram conhecidos como “engenhocas”. A produçao de aguardente era muito pequena, pois os engenhos trabalhavam mais no fabrico de rapadura, açúcar amarelo (de forma), produção suficiente para atender o consumo de sítios e fazendas. Em 1887 haviam apenas duas fazendas de cana no município. A primeira era de propriedade de Faustino Ribeiro da Silva e a segunda, de José Izidoro da Silva. A pinga, ou aguardente, era vendida em cargueiros. Cargueiro era denominado um barril de 50 litros.
Em 1947, o município contava com 52 fábricas de pinga.
Ângelo Paccola Primo (Da Melhor); Ângelo Minetto & Irmão (Jequitibá); Ângelo Quadrado (Campinho); Ângelo Zacharias (Cristal); Antônio Langoni (Fortuna); Antonio Lopes (Lopes); Antônio Thomazzi & Irmão; Antônio Foltran (Foltran); Carlos Paccola & Irmão (Quartola); Carlos Moretto & Irmão (Cajay); Carlos Antônio Principe (Principe); Diogo Castelhano (Plus Ultra); Tonin B. Bergamaschi ( Pratinha); Benjamin Fayad (Prata); Ernesto Cacciolari & Irmão (Crata); Felício Frezza (Ripas); Francisco Martins (Onça); Germano Turcarelli (Extra); Gasparino Izidoro (Paulistana); Gerônimo Zillo (Chaminé); Hermínio Capelari (Capelari); Ídolo Ferrari & Irmão (Spuma); Irmãos Maeda (Serrinha); Adib Maluf (Dragão); Júlio Andreolli (Soares); Jácomo Pregnaca (Japré); José Oliver Jordan (Oliver); José Zillo & Irmão (Corôa); Dante Andreolli (Alba); José Ignácio Leite & Irmão (Neve); José Boso (Maria); João Batista Dutra (São José); João Ribeiro & Irmão (Ribeiro); Luiz Zillo Sobrinho (Carvalho); Natale Andreolli (Colosso); Plácido Moretto & Irmão (Cachoeira); Primo Casali (Alegria); Pilade Momo (Momo); Ângelo Placca & Irmão (Rosa); Francisco Lara Campos (Estrêla); Zillo, Irmão & Capoani (Favorita); Zacharias & Doretto; Vicente Moretto (São Vicente); Lorenzetti & Cia (Patos); Luiz Boso (Prata); Lourenço Cavalheiro; José Bertola; Irmãos Rodrigues (Santo André); Irmãos Garrido (Palmeiras); Carlos Giacometti & Irmão; Albino Caccioalri & Irmão
Em 1947, a Usina Barra Grande fazia a primeira safra de cana. A Usina São José começou um ano antes. Fonte: Livros históricos de A.C.

Crise da cana

No inicio da década de 1960, dizia-se que o então presidente da República, João Goulart havia elaborado um plano para que até 1970 o Brasil deveria fabricar 100 milhões de sacas de açúcar de sessenta quilos. A produção deveria atender o mercado externo e interno. Independentemente da veracidade da informação, a notifica correu como rastilho de pólvora e influenciou até aqueles que não plantavam cana de açúcar. Falava-se até em construir mais uma usina de açúcar no município de Lençóis Paulista. A venda e arrendamento de terras tornaram-se grandes negócios. Não se escolhia a qualidade das terras. As mais fracas eram disputadas a qualquer preço. Os produtores estavam confiantes na produção tecnológica de adubos e fertilizantes. A terra bem aduba era garantias de bons produtos. Assim, a maioria dos sitiantes e fazendeiros financiou tratores, implementos agrícola, adubos e tudo o que fosse necessário para a produção de cana-de-açúcar. Todos eles ficaram comprometidos com os bancos, mas nada que uma boa safra não resolvesse. Para maior alegria dos produtores, naquele as chuvas foram torrenciais e os canaviais cresceram bastante. Depois veio a decepção. Os canavieiros tomaram conhecimento de que as usinas não receberiam a safra de cana. Ou seja: só seriam moídas as quotas preestabelecidas e acordadas entre os quotistas e o IAA. O que tinha sido plantado a mais naquele ano não seria recebido pelas usinas. Os canaviais que custaram o olho da cara para serem cultivados acabaram abandonados. Os produtores ficaram em difícil situação, pois eles tinham compromissos com os bancos. O financiamento afinal de contas tinha de ser pago. O que salvou um pouco foi o fato de os engenhos de pinga terem comprado boa parte da produção, mas nada que se igualasse ao que havia sido “prometido” pelo governo central no inicio de 1960. Mais tarde, para esclarecer as dúvidas, comentava-se nos meios canavieiros que o presidente da república havia explicado que a produção de 100 milhões de sacas de açúcar seria até 1970, conforme prévias determinações do IAA. Caso essa explicação tivesse vindo a tempo o município de Lençóis Paulista não teria passado pela maior crise de todos os tempos. Fonte: (Lençóis Paulista Ontem e Hoje)

  • Algodão

A cultura do algodão alcançou seu máximo desenvolvimento no município com a chegada da colônia japonesa, lá pelos anos de 1918 a 1928 mais ou menos. Conhecido como “ouro branco”, a lavoura de algodão ia tomando conta das terras do município. Naquele período muitas maquinas de beneficiamento (descaroçamento) foram instaladas na cidade e nos dois distritos – Borebi e Alfredo Guedes. Passada aquela aquela fase, a lavora de algodão acabou sendo deixada de lado pelos agricultores.

  • Café

O café é uma cultura que vem sendo cultivada desde século 19 no município de Lençóis Paulista, que atualmente tem como mola propulsora da economia a cana-de-açúcar. para resgatar um pouco a história, vale dizer que em 1887 o café se constituía na maior força agrícola de Lençóis Paulista. Eram fazendeiro de café naquela época: Comendador Antonio Borges Rodrigues, Dr. Celidônio dos Reis, Capitão F. de Oliveira Rocha, Miguel Augusto R. de Almeida, Coronel Joaquim de Oliveira Lima & Filhos, Capitão Joaquim Moreira M. de Oliveira, Capitão José Theodoro Pereira, João Amaro & Pompéia, João Mourão, Dr. Rodrigo Lobato M. Machado e Viúva Prado & Filho. Toda a produção do café era entregue às máquinas de beneficiamento que pertenciam a Capitão Delfino A. Oliveira Máximo e Coronel Joaquim de Oliveira Lima.Agricultura, comércio, indústria

  • Comércio

Os primeiros pontos comercias que se tem notícia, estabeleceram-se às margens dos Córrego da Prata. Eram comercializados ferramentas agrícolas, utensílios domésticos, carnes de bovina e suína, farinha de trigo, de milho arroz e o mas caro de todos: o Sal. Em pouco tempo a Vila de Lençóes se transformou num potencial ponto comercial e isso atraiu muitos comerciantes de diversas regiões do estado, entre estes, evidentemente, vieram alguns aventureiros. O progresso causou – como não poderia deixar de ser – alguns aborrecimentos às autoridades locais. Em 1874 o Tenente Coronel Mamede de Oliveira Rocha tinha intenção de construir um mercadinho na Vila. Na opinião de Rocha os produtos seriam melhor comercializados e se evitaria a especulação. A proposta era de que o prédio seria arrendado aos agricultores que por sua vez venderiam, seus produtos direto aos consumidores.Aqueles que não respeitassem as leis e efetuasse transações com intermediários, seriam multados e seus direitos de comercializar seriam cassados. Além disso que assim procedesse seria multado

  • Escravos

A Intendência (prefeitura) teve também de cuidar do mercado de escravos. No dia 12 de fevereiro de 1976, Faustino Ribeiro da Silva solicitava dos poderes municipais para que se levasse ao conhecimento do Promotor Público a importação de escravos “Meias Caras” que se achavam em cativeiros.

  • Panificadora

Bittencourth & Cia. aos 7 de abril de 1888 pretendia instalar na Vila uma panificadora. A única condição imposta pela empresa é que outras concorrentes não pudessem se instalar antes do pagamento dos imposto devido

  • Açougues

Ainda em 1888, os açougues privilegiados recebiam carnes de primeira a preços que os concorrentes não poderiam adquirir. Para que houvesse justiça quanto ao fornecimento do produto, Alberto Ribeiro da Silva enviava uma indicação à Câmara para que fossem postos em Ata Pública os cortes de reses, colocando assim todos os retalhistas (pessoa que corta o boi) em condições de igualdade.

  • Farmácias

No dia 4 de novembro de 1889, Luiz Caetano Pacheco de Macedo denunciava ao intendente (prefeito) Octávio Martins Brisola, que uma farmácia da Vila estava vendendo pílulas e medicamentos deteriorados. A denúncia dizia ainda que a farmácia não estava à altura de atender a população. O fato deveria ser levado ao conhecimento do governo da Província (estado).

  • Mascates

Os mascates eram em grande número na Vila, e isso se constituía num grande problema para os poderes públicos municipais. Os turcos eram aos primeiros a mascatear e eles não se limitavam à venda de produtos preestabelecido pelo tributo recolhido. Eles vendia de tudo. A Intendência (prefeitura) dizia que o imposto cobrado dos mascates era insignificante. Os mascates, na opinião de muita gente eram sérios concorrentes ao comerciantes estabelecidos. O ideal, então seria fazer uma alteração na maneira de se cobrar os tributos dos vendedores ambulantes ou os mascates.Não acabou acontecendo a reforma fiscal para os ambulantes. (Fonte: Alguns dados foram extraídos das obras de Alexandre Chitto)

  • Primeiro prefeito de Lençóis

Francisco Augusto Pereira chegou a Lençóis Paulista por volta de 1885. Natural do Rio de janeiro, Pereira adquiriu no município várias glebas de terras da família Graciano de Oliveira. Em segundas núpcias, Pereira consorciou-se com Honorina de Oliveira, natural de Botucatu. Dessa união nasceram os filhos: Francisco, Ministro Presbiteriano; Henrique, Augusto, Gabriel, Renê, Alípio, Oswaldo, formado em contabilidade; Moisés, dentista; Arão, Capitão da Polícia Militar; Samuel, dentista; e, Ghete, capitão militar. Francisco Augusto Pereira foi prefeito de Lençóis Paulista em 1902. Morreu em 1927 e está enterrado no cemitério de Botucatu. O único filho seu a ser enterrado em Lençóis Paulista foi Alípio Pereira. Após 1930, suas terras no Bairro Barra Grande, foram vendidas para as famílias Cacciolari, Faiad e Blanco.
Consta que, Francisco Augusto Pereira mandou trazer da cidade do Rio de Janeiro um professor de piano e teologia, que passou morar em uma casa às margens do Córrego da Oncinha, próximo Parque de Álcool da Usina Barra Grande. Numa noite, um violento temporal arrasou o arvoredo no entorno, sem, no entanto, atingir a modesta residência.
Francisco Augusto Pereira, segundo relato de antigos moradores da região, era católico, mas, quando preparava-se para casar com Honorina, o padre daquela época (José Masson) negou-se a realizar as núpcias. Aborrecido com a decisão do padre, Pereira mandou buscar um pastor da Igreja Presbiteriana, de Botucatu que realizou a cerimônia religiosa. Daí em diante, o fazendeiro tornou-se um evangélico fervoroso. De acordo com relatos de pessoas antigas, Francisco Pereira contava com a colaboração de alguns fieis colaboradores, na verdade, colonos ou empregados. Entre eles, estavam Gertrudes Monccioli, conhecida como Nhá Tuca, mãe de Victorio, Gasparino e Benedita Monccioli; Hermenegildo Ribeiro; Inácio Rosa, conhecido como Inácio Mudo. Este era mudo, surdo e benzedeiro. Ele teve seu nariz arrancado pela chifrada de um boi, pois dentre outras atividades, ele também desempenhava a função de carreiro.
Moravam ainda na fazenda: Archângelo Borin (este morreu subitamente quando matava um porco): Ernesto Iza; Os Silva: Sebastião, Manoel e Virgínio; Havia ainda, Miguel Niro, Ângelo Botan, Francisco Charmm, Antonio Fagundes, Manoel Batista, Raul Bueno, José Borin (Bepe), Antonio Moretto (Cateto), Miguel Toledo, Júlio Valardão, entre outros. Dentre os fatos curiosos na vida de Francisco Augusto Pereira, um deles chama a atenção. Numa manhã de dezembro do final do século 19, ele se dirigiu a uma mata virgem lá pelos lados da fazenda Caju. Ele pretendia escolher uma cabriúva (árvore) para fazer um rodão de engenho e em dado momento, sentou-se sobre uma tora para descansar. Qual não foi seu espanto, quando a “tora” começou a se movimentar, pois ele havia se sentado sobre uma enorme cobra sucuri. Consta, ainda, que após sua morte em 1927, Miguelzinho Theodoro (o Miguel Bode) entrou no mesmo mato – onde estava a sucuri – para cortar uma peroba e acabou não terminando sua empreitada, pois esbaforido e assustado, dizia ter visto o fantasma do falecido, trajando um terno branco. Outras pessoas também afirmavam terem visto Pereira no entorno na da sede da fazenda. Há relatos também envolvendo os filhos de Pereira: Consta que dois deles teriam, numa Sexta-feira Santa, jogado um carro de boi e o correntão usados para transportar toras nas águas do Rio Barra Grande. O carro foi retirado no dia seguinte, mas o correntão permaneceu submerso, durante mais de cinqüenta anos. Em síntese, esta é a história de um homem que no final do século 19 e início do 20, foi um dos maiores proprietários de terras do município de Lençóis Paulista.

Rondon e Roosevelt em Lençóis

No final do século 19, Theodoro Roosevelt, presidente dos Estados Unidos da América do Norte, atualmente governada por Baraque Hussein Obama, de trem, passou e pernoitou em Lençóis Paulista. Ele, que estava a caminho do Mato Grosso onde acompanhado do Marechal Cândido Rondon faria uma caçada de veados, pelo fato de ter chegado altas horas da noite em Lençóis Paulista, pernoitou no “Sobradão” um palácio de propriedade da família Rocha, erguido onde está hoje a esquina da rua Raul Gonçalves de Oliveira e avenida 25 de Janeiro. Na viagem de volta, os visitantes também passaram uma noite no Sobradão. Evidentemente, não havia energia elétrica naquela época, então, as autoridades lençoenses, para recepcionar os ilustres cidadãos, mandaram iluminar com tochas, as principais ruas da cidade. De acordo com relatos de historiadores, aquele episódio marcou a história de Lençóis, que, nem antes e nem depois recebeu tão ilustres visitantes. Na volta da caçada, Roosevelt e Rondon responderam perguntas feitas pelos lençoenses que os recepcionaram. Respondendo a uma pergunta feita pelo lençoense Ignácio Abrahão, Rondon disse que a caçada tinha sido coberta de êxito, mas o que mais o havia impressionado foi ter encontrado um exemplar de um jornal sírio em plena floresta. “A minha maior admiração foi ter encontrado, no seio da mata virgem, um jornal em idioma sírio, em lugar justamente, onde pensei que nunca houvesse passado gente até aqueles momentos”, disse Rondon. Já Roosevelt brincou dizendo que “os sírios estiveram por lá mascateando”. Para Ignácio Abrahão foi um prato cheio o relato dos ilustres visitantes. Em todas as rodinhas de amigos, até o final de sua vida, ele contava essa estória.

Presidente Saney visita Lençóis Paulista

A semana da cultura realizada em março de 1986, caracterizou-se num acontecimento inédito para história de Lençóis Paulista. A cidade governada pelo ex-prefeito Ideval Paccola recebeu a visita do então presidente da república José Sarney. Ele veio acompanhado de uma constelação de intelectuais membros da Academia Brasileira de Letras. Os lençoenses tiveram o orgulho de Recber: Aracy Guimarães Rosa, Raquel de Queiroz, Ana Maria Machado, Pedro Bloch, Orígenes Lessa este, lençoense que veio acompanhado da esposa Maria Eduarda, Sebastião Lacerda, Ciro Fernandes, General Humberto Pelegrim, Dias Gomes e Maria Bernadete, Mário da Silva Brito e Matilde, Francisco de Assis Barbosa e Yolanda, Paulo Ronai e Nora, Marcos Alvim Madeira, Adriano da Gama Cury e Wilma, Olga de Jesus Santos, Raquel Teixeira Valença, Lygia Fernandes Teles, Jaime Bernardes, Eliane Garcia, Jurema Gontarshi, Elizabete Serpa, Zuleika Verçosa, Olavo Brasil, Paulo Dantas, Vicente Lessa Junior, Gil Vicente, Henrique Alves e Henrique Novak. Obviamente, acompanhando a caravana do presidente estava o pessoal de apoio como, guarda pessoal, cerimonial, e muitos policiais. Um aparato de emissora de tv, rádios, jornais, revistas e outros veículos de comunicação cobriram a visita de Sarney à Lençóis que orgulhosa se engalanou para o evento ímpar em sua história.
Caprichosamente, o sol parecia não querer “acordar” naquela manhã cinzenta de 7 de março de 1986. Uma garoa fina caía e insistia em não ir embora. Mas, as orações e a torcida dos lençoenses valeram a pena e o astro-rei apareceu forte como sempre para iluminar aquele que seria o dia mais importante da história da cidade.
José Sarney e a primeira dama Marly acompanhados do vice-governador do estado de São Paulo Orestes Quércia e todo a comitiva presidencial chegaram a Lençóis as 13h. Alunos de todas as escolas do município saudavam os visitantes gritando o nome do presidente e agitando bandeirolas. Com o seu sorriso ímpar, o presidente retribuía o carinho e acenava para os pessoas que margeavam as ruas por onde a caravana presidencial passava. O banquete oficial aconteceu no Ubirama Tênis Clube (UTC) que estava ornamentado com flores do campo. Ali o presidente foi recepcionado pelos seus colegas escritores e pelas autoridades lençoenses. Naquele momento histórico, o ex-prefeito Ideval Paccola entregou a chave do município ao presidente. Logo depois do almoço, Sarney quebrou o protocolo, dispensou o carro oficial e muito sorridente e solícito seguiu a pé até a Biblioteca Municipal onde inaugurou o sistema de informatização.
Já no final da tarde, a população se concentrou na praça Comendador José Zillo, na Concha Acústica, onde o lençoense imortal membro da Academia Brasileira de Letras, Orígenes Lessa, discursou e foi muito ovacionado pelos presentes. Nesse dia o presidente Sarney fez uma apreciação por escrito sobre a nova moeda, o Cruzado, (criada por ele no dia 28 de fevereiro de 1986) e o fato foi publicado pelo jornal O Estado de São Paulo do dia 9 de março de 1986. Em seguida o presidente se dirigiu à prefeitura onde era esperado por um grande número de prefeitos da região. Assim encerrou-se a visita do único presidente da república em exercício ao município de Lençóis Paulista. Os escritores permaneceram mais alguns dias na cidade. O dia 7 de março de 1986 ficou conhecido como: O dia em que o presidente do Brasil visitou Lençóis;

Surgimento da Destilaria Central

Com a eclosão da segunda grande guerra mundial, (1939/1945) e com as barreiras diplomáticas impedindo que o petróleo entrasse no País, pois as forças alemãs estavam posicionadas em alto mar, o governo brasileiro confiscou 80 por cento da produção da aguardente produzida no Brasil. No município de Lençóis Paulista, havia cerca de 90 fabricantes de pinga e mais da metade da produção era destinada aos depósitos do governo federal, pois com a falta do petróleo, era necessário adicionar cachaça à gasolina. O fato é que o Brasil não estava preparado para uma situação complicada como aquela que se apresentava. Foi aí que no início da década de 1940 o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) planejou construir destilarias para o fabrico de álcool combustível. Foi nessa época que nasceu a nossa Destilaria Central. Hoje o velho prédio está em ruínas. Muitos políticos da cidade tentaram dar um destino para aquele patrimônio histórico, localizado numa região nobre da cidade e poderia ser muito bem utilizado. Ao fundo da primeira foto, vê-se o carrinho do velho Luiz Azevedo, gerente da destilaria por longo anos.

História da Comarca de Lençóis Paulista
  • TRANSFERÊNCIA PARA AGUDOS (A parte sombria da história)

Pretendendo descobrir o motivo pelo qual Lençóis Paulista teve a sua comarca transferida para a cidade de Agudos, chega-se à conclusão que deve ter sido somente o político. Faltou força política para os administradores municipais daquela época.
Amador Nogueira Cobra, em “Recanto do Sertão Paulista”, escreve: “ Em 1899, foi transferida a Comarca de Lençóis, para Agudos, sem que possamos atinar com os motivos que levaria o Congresso a decretar a mudança. O lugar em que assente a cidade de Lençóis é muito e muito mais pitoresco do que o de Agudos, as águas são excelentes e o clima incomparável; o município é agrícola, tendo terras para café e campos lindos, lindos campos para a criação de gados. Durante dezenas de anos foi como que empório sertanejo. Todos os habitantes do Paranapanema afluiu a essa vila, para negócios comerciais, e forenses indo daqui a correspondência. Nada havia pois, que aconselhasse a transferência da sede da comarca”
Os excursionistas que por Lençóis passaram, deixaram as suas impressões, sobre uma terra, que impressionava à primeira vista. Todos os relatos indicam que a política lençoense estava nas mãos de um só grupo, originário da árvore genealógica do Coronel Joaquim de Oliveira Lima, aparentemente dividida, parte residente em Lençóis e a outra em Agudos.
No dia 26de abril de 1899, o Intendente (prefeito) Major Octaviano Martins Brisola, teve conhecimento, pela primeira vez, do pedido de Agudos, ao Congresso do Estado, solicitando a transferência da Comarca, deste, para aquele município. O sr. Brisola convocou imediatamente a Câmara, dando-lhe ciência do ocorrido. Naquela data, a Mesa da Câmara estava assim constituída: Eduardo Carr Ribeiro, Joaquim Diniz Galvão da França, Elias Francisco do Prado, José Ferreira Garcia, e Antonio Alves Maciel. Em Agudos, o movimento era liderado por Delfino Alexandrino de Oliveira Machado, ex-vereador da Câmara de Lençóis, em diversas legislaturas. Ele era apoiado por outros que também tinham sido vereadores em Lençóis Paulista. Delfino Alexandrino não teve muitas dificuldades em manobrar o intendente Major Octaviano Martins Brisola e o presidente da Câmara Eduardo Carr Ribeiro, o Juiz de Direito Leocádio Leopoldino da Fonseca, para que dessem o seu parecer favorável à causa agudense, ou seja, a transferência da Comarca. Ficou evidenciado, posteriormente, que as autoridades lençoenses não se empenharam em impedir que a Comarca fosse transferida. Docomentos chegavam atrasados ao Congresso do Estado, e nada foi feito para que Lençóis Paulista tivesse o maior prejuízo, e dissabor de sua história. Assim, pela lei nº 635 de 1899, transferia-se a sede da Comarca de Lençóis, para São Paulo dos Agudos (como era conhecida a cidade de Agudos, naquela época). O ato processou-se na Secretaria da Justiça, sendo titular José Pereira de Queiroz e sancionado por Fernando Prestes de Albuquerque, presidente do Estado (Governador). Com a transferência da sede da Comarca para a cidade de Agudos, e com o atentado contra Dom José Magnani, muitas famílias de Lençóis transferiram-se para Agudos, outras foram para locais mais distantes.
Desde então, Lençóis ficou despojada do seu elemento principal, politicamente falando, faltando-lhe os homens de ligação entre o Governo do estado e o município, não conseguindo, assim, melhoramentos que tanto necessitava.

Instalação da nova Comarca

Depois de mais de meio século, (56 anos) os lençoenses escrevem um dos mais belos capítulos da história da cidade.
Por força da lei nº 635, de 22 de junho de 1899, procedeu-se a transferida a comarca Lençóis para acidade de Agudos. A cidade passou por uma fase de muitas dificuldades, até por que muitos dos envolvidos na transferência, já haviam sido vereadores e políticos influentes em Lençós Paulista. Mas as forças naturais do município davam certas esperanças de que se recuperaria no cenário político. Em 1934, Adhemar Pereira de Barros, se candidatou a deputado, iniciando sua campanha em Lençóis. Uma vez eleito, o deputado estreitou seus laços e amizade com o povo lençoense. Não demorou muito para que todas as forças políticas do município fossem imbuídas dentro de um só ideal e enviassem a primeira documentação, com 1567 assinaturas, ao Interventor do Estado, Adhemar de Barros, solicitando-lhe a elevação de Lençóis à categoria de Comarca. Em 1944, nova documentação era enviada ao Chefe da Nação, Getúlio Vargas. Lençóis não foi feliz nas duas primeiras tentativas. Coligaram-se Agudos e Pederneiras na luta contra os lençoenses, trabalhando ocultamente ofuscando todas as ações das autoridades lençoenses no sentido de recuperar a comarca. Depois veio a luta pela imprensa. “O Eco” brigando por Lençóis “O Comércio”, de Pederneiras e “A Gazeta Agudense”, juntos, defendendo a causa de Agudos que lutava para que Lençóis permanecesse submetido à sua circunscrição judiciária e Pederneiras acreditava um dia ver o município de Macatuba desmembrado de sua comarca, foto que só ocorreu em 2006, no governo de Coolidge Hercus Junior.
Mas os lençoenses não se deram por vencidos. Dez anos de lutas sem tréguas. Em todas as vezes que surgisse a oportunidade, Lençóis aparecia à Câmara Legislativa do Estado para pedir a voltada comarca. Na última etapa, o deputado Geraldo Pereira de Barros conseguiu regimentar a força máxima da Casa (Assembléia) e entregar a Lençóis o fruto de um grande esforço, e aspiração de mais de meio século.
À época, o chefe do Poder Executivo lençoense era o ex-prefeito Virgílio Capoani que acreditava pia mente que conseguiria trazer de volta a comarca para Lençóis. Na sua última tentativa, ele permaneceu em São Paulo e só regressou para Lençóis quando pode dizer categoricamente: “Aí está a comarca”. Além do ex-prefeito Virgílio Capoani, muitas outras pessoas se engajaram na difícil empreitada de recuperar a comarca. Entre elas pode- se destacar o padre Salústio Rodrigues Machado e Alexandre Chitto. Assim, em 1954, pela força da lei qüinqüenal nº 2456, de 1953, Lençóis Paulista era novamente elevada à categoria de Comarca que acabou sendo instalada no dia 25 de janeiro de 1955. Na nova comarca, o primeiro Juiz foi João Sabino Neto e Ismael Marcílio de Freitas, promotor público.
As festividades de instalação duraram mais de uma semana, tendo como participantes o povo em geral, autoridades de cidades vizinhas, como: São Manuel, Agudos, Bauru, Pederneiras, Barra Bonita, Macatuba, Avaré, Santa Bárbara do Rio Pardo, Botucatu, Ourinhos e outras. Nesse dia foi inaugurada a rua margeando o Rio Lençóis, denominada de Avenida Vinte e Cinco de Janeiro. Também nessa data, foi entregue pelo autor Laudelino de Lima Rolin o Brasão das Armas do Município.

Fundadores de Lençóis Paulista

Não há um dado ou uma informação conclusiva quanto ao nome do fundador ou descobridor de Lençóis Paulista. Muitos atribuem o feito a Francisco Alves Pereira, bandeirante que costumeiramente, pelo rio Tietê, fazia o transcurso entre Porto Feliz e o Estado de Goiás, Consta que numa dessas viagens ele acabou se desentendendo com a comitiva e subindo um afluente do Rio Tietê que mais tarde seria batizado de rio dos lençóis. Francisco Alves pereira, segundo historiadores, teria sido a primeira pessoa, além dos índios, a pisar neste chão.
Outros estudiosos dizem que quem aqui chegou primeiro foi José Teodoro de Souza, conhecido como o “matador do e índios”. Este tem seu nome gravado história de muitas cidades da região. Segundo relatos antigos, ele esteve por algum tempo nas cidades de Avaré, Paranapanema, Botucatu, Bauru e Espírito Santo do Turvo onde foi enterrado. José Teodoro de Souza que assim com Francisco Alves Pereira é nome de rua em Lençóis Paulista (Vila Capoani).
Nos registros do historiador Alexandre Chitto consta que alguns filhos de Francisco Alves Pereira assinavam ‘Maciel’ e apenas um deles teria sido sepultado no cemitério local. Chegou-se ao nome deles pelo fato de eles serem eleitores. Naquele tempo, só tinha direto a voto a pessoa que possuísse um pedaço, ou uma gleba de terras. Três dos filhos de Pereira eram proprietários de terras no município.
Quanto a José Teodoro de Souza sabe-se que ele era o matador de índios, o ‘valente’ desbravador de sertão. Há documentos que comprovam que ele para experimentar o corte de facão, pegava um indiozinho pelos pés e o cortava ao meio. Teodoro tinha o hábito de fazer amizade com índios e depois, a golpes de facão, dizimava a tribo inteira. “Vocês vão conhecer agora quem é o Capitão Zé Teodoro” bradava ele com a arma em punho.
O sertanejo acabou morrendo numa emboscada armada pelos próprios índios. Seu corpo foi enterrado no cemitério de Espírito Santo do Turvo, cujo município pertencia à Comarca de Lençóis

Francisco Alves Pereira

Quem batizou estas terras de Bairro dos Lençóes, foi Francisco Alves Pereira. Ele era natural da Vila de Sorocaba e foi batizado em 1798, na paróquia Nossa Senhora da Ponte. Casou-se em 1819, aos 21 anos de idade na cidade de Tietê com Maria Antunes Maciel. Tanto ele como a esposa eram de cor parda. Por volta de 1825, ele e a esposa fizeram parte de uma expedição que se diria a Goiás. A viagem, ou aventura era feita pelo rio Tietê. A certa altura da viagem, ele e alguns integrantes desentenderam-se com o chefe, abandonaram a comitiva e se aventuraram a explorar o Rio Lençóis, afluente do Tietê. Quando chegou a esta região, Francisco Alves Pereira batizou-a Bairro dos Lençóes. Como desbravador, ficou residindo por pouco tempo no Ribeirão do Paraizo. Um possível parente seu – Alexandre de Góes Maciel, dono de uma gleba de sesmaria – já residia na Fazenda Bom Sucesso, margens do Paraizo, vertente do Rio Lençóis. Alexandre poderia ser parente de Francisco Alves Pereira, pois a esposa deste – Maria Antunes Maciel – tinha documentos comprobatórios. A bem da verdade quando o casal chegou a esta região, já tinha conhecimento da existência desse parente. Em 1829, Francisco Alves pereira e esposa já não se encontravam mais no Ribeirão do Paraízo. Eles tinham ido para Araraquara, porque nessa data, no “registro de baptismo”, consta o nascimento do seu filho Antônio Alves Maciel. Segundo se apurou, Francisco A. pereira teve quatro filhos: Antônio Alves Maciel, Elias Antunes Maciel, José Antunes Maciel e Leandro Antunes Maciel. O interessante que nenhum filho desse sertanista foi registrado com o codnome Pereira, mas sim, o sobrenome da mãe Antunes Maciel. Esse detalhe dificultou muito as pesquisas dos historiadores. Também não foram encontrados registros que comprovassem que Francisco Alves Pereira fosse possuidor de terras. Presume-se que Francisco Alves Pereira necessitava manter-se incógnito pelo fato de ser ele perseguido pelas autoridades estaduais, que aplicavam pesados castigos ao desertores.

José Theodoro de Souza

Temido bandeirante nasceu no Rio de Janeiro. Era filho de José Ignácio de Souza Teixeira e Francisca Magdalena de Serpa. Quando ele ainda muito criança seus pais transferiram residência para a cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais. Aos 24 anos de idade, no dia 30 de janeiro de 1838, José Theodoro casou-se com Maria José ou Maria Josefa, filha de Izabel Claudina de Jesus. Na metade do século dezenove deixou sua cidade e veio se aventurar na região de Paranapanema. Nessa região ele apossou-se de diversas glebas de terras. Fundou as capelas de São João e São Pedro, em 1872 e a de São José dos Campos Novos. Em São Pedro do Turvo foi onde José Theodoro de Souza passou grande parte de sua vida. Angariou tanto prestígio que acabou sendo vereador na Câmara de Paranapanema. No dia 1º de março de 1872, José Theodoro esteve em Lençóis Paulista para que a Câmara lhe atestasse a sua idoneidade. Em abril de 1875, faleceu em São Pedro do Turvo, sendo sepultado no cemitério daquela cidade. Ninguém da cidade sabe informar qual é jazigo que se encontra os restos mortais do sertanista. José Theodoro de Souza é amplamente citado nas obras dos historiadores da região de Avaré, Paranapanema e outras cidades da região. Em alguns relatos consta que o bandeirante era tão destemido e cruel que chegava e experimentar o corte do facão nos filhos pequenos dos índios. Ele levantava a criança pelos pés e assim experimenta seu facão. A bugrada morria de medo do “Capitão José Theodoro”. Muitas vezes ele se infiltrava no meio dos índios e quando menos se esperava, matava a todos a golpes de facão. Chegou a a dizimar tribos inteiras. “Vocês vão conhecer agora a fúria do capitão José Theodoro” bradava ele e corria em direção aos índios. Ele morreu em São Pedro do Turvo, mas a história conta que quem acabou com ele foram os índios que desta vez não titubearam. Consta que em determina ocasião, José Theodoro trocou centenas de alqueires de terras por um escravo violeiro. Não deu sorte o “artista” morreu poucos dias depois de fechado o negócio.

Lei que elevou Lençóis à categoria de Vila

“José Joaquim Fernandes Torres, do Conselho de Sua Majestade o Imperador, Senador do Império, Presidente da Provícia de São Paulo, etc. Faço saber atodos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa Provincial, decretou e eu sanciono a Lei seguinte:
Art. 1º — Fica elevada à categoria de freguezia com as mesmas divisas, digo, com a mesma denominação o Bairro dos Lençóes do município de Botucatu.
Art. 2º — O governo ouvindo as autoridades da Villa de Botucatu, marcará as divisas dessa freguezia.
Art. 3º — Ficam revogadas as disposições em contrário.
Mando portanto a todas as Autoridades a quem conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contem. O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio do Governo de São Paulo aos vinte e oito dias do mez de abril de mil oitocentos cinqüenta e oito.
(LS) José Joaquim Fernandes Torres
Carta de Lei pela qual Vossa Excellencia manda executar o decreto da Assembleia Legislativa Provincial, que houve por bem sancionar, elevando a cathegoria de freguezia com a mesma denominação o Bairro dos Lençóes no município de Botucatu, na forma assim decretado.

Nome de Lençóis

Há diversas versões sobre a origem do nome que recebeu nossa terra. No dicionário da Terra e da Gente do Brasil, de Bernardino de Souza, vem registrado o termo Lençóis. Explica o autor que “assim se chama na costa maranhense uma série de dunas que se prolongam desde o golfo do Maranhão até a Foz do Paraíba”. O nome Lençóis, lembra, diz o referido autor, citando Raymundo Lopes, indefinida extensão desolada e desnuda, que se estende a leste do Golfo do Maranhão, como primeiro trecho da árida costa nordeste, ondeando em carnaúbas e morros de areia, até a extremidade continental de São Roque”. Esta hipótese deve ser posta de lado, porque o aspecto natural do Município de Lençóis Paulista, apresenta um panorama muito diferente daquele que acima se menciona. Talvez haja influenciado para originar o nome de Lençóis da Bahia, cidade um tanto mais velha que a sua homônima paulista. Há quem afirme que o nome de Lençóis originou-se pela grande quantidade de capim “favorito”que, no século XIX, tomava as extensões baixas. Outros, entretanto, dizem que os exploradores primitivos deram, na ocasião, com intensa florada de gabirobas, cobrindo largas áreas campestres, tomando aspectos de colossais lençóis. Mas a mais certa e credenciada no conceito dos nossos amigos, é que um dos tributários do Tietê, o rio Lençóis, na sua desembocadura, formava ondas que, ao reflexo do sol, representavam tantos pequenos lençóis. Os excursionistas que faziam o trajeto Itu-Goiás, chegando à desembocadura do rio Lençóis, diziam: “Chegamos ao rio dos lençóis”. Francisco Alves Pereira, integrante de uma daquelas caravanas, entrou em desentendimento com o chefe da excursão e chegando à foz do rio Lençóis, com alguns companheiros, desistiu da viagem, aventurando-se a explorar o afluente do Tietê.
Subindo o rio, veio parar nesta região, batizando-a com o nome: “Bairro dos Lençóis”.

Ubirama

No dia 30 de novembro de 1943, a lei nº 14.334, decretada pelo então presidente da república, Getúlio Vargas, mudou o nome de Lençóes para Ubirama. De acordo com a nova lei, não podia haver duas cidades no país com o mesmo nome e como na Bahia já havia uma Lençóes, foi a nossa Lençóis então sacrificada. Nossa cidade ficou com o nome Ubirama por um período de 5 anos: 30 de novembro de 1943 a 24 de dezembro de 1948, quando a lei nº 233 afixou-lhe o nome de Lençóis Paulista. De acordo com alguns estudiosos, Ubirama significa em Tupi-Guarani: estimável ventura, preferível rama, ventura, estimável região, país, pátria, etc.

Os primeiros de Lençóis
  •  Primeiro Cinema

Com a colaboração do professor Antônio Esperança de Oliveira, dona Francisca de Oliveira Machado construiu o primeiro cinema de Lençóis Paulista. Segundo relata o historiador Alexandre Chitto, o prédio, ou a sala onde eram exibidos os primeiros filmes, fora construído na Rua 15 de Novembro, onde se encontra hoje o shopping

  • Primeira criança a ser registrada

Um garoto de nome Francisco foi A primeira criança a ser registrada no Cartório de Registro Civil de Lençóis. O nascimento se deu no dia 1º de novembro de 1875, às 9h. Francisco era filho de Antonio Domingues de Oliveira e Maria Rita da Conceição

  • Primeiro rádio em Lençóis Paulista

O primeiro rádio foi trazido para Lençóis pelo Padre Salomão Vieira. O aparelho era todo aberto pois havia o risco de pegar fogo. Era composto de válvulaS enormes presas a uma tábua de 80 centímetros de comprimento por 40 de altura. O rádio foi testado e inaugurado à noite, porque durante o dia era impossível sintonizar uma emissora. Quando o som foi captado, as inúmeras pessoas que acompanhavam o trabalho do padre, que se dizia entendedor do assunto, ouviram a seguintes palavras via rádio: “São onze hora e cinco minutos. Encerramos as nossas transmissões. Rio de janeiro, boa noite”.

  • Primeiro carro em Lençóis

Foi por volta de 1912 que Luiz Borin e Francisco Fole, trouxeram o primeiro automóvel para Lençóis. A novidade causou grande surpresa, sobretudo aos moradores da zona rural que, não se atreviam a acender um isqueiro ou fósforos perto da máquina. Eles tinham receio que ela se incendiasse.

  • Primeira vereadora de Lençóis

Formada pela faculdade de direito de Bauru, a advogada Lidia Bertoli Neto, casada com Antonio Neto (falecido), foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Poder Legislativo de Lençóis Paulista. Depois dela, Maria Luiza Martins (Lú) Suely Paccola e Cleuza de Fátima Ribeiro Spirandeli foram eleitas vereadoras. Atualmente, quando a cidade celebra 160 anos, o Poder legislativo conta com três  representantes do sexo feminino: advogada Mirna Adriana Justo; professora Diuzaléia Furlan e a líder comunitária Irani Gorgonio.

  • Primeiro atleta a participar de olimpíada

O primeiro e até agora o único atleta lençoense a participar de uma olimpíada foi Claudinei Quirino da Silva. – Atlanta – Estados Unidos, em 1996.

  • Primeiro médico da Assistência Social

O primeiro médico a prestar serviços na Assistência social da prefeitura foi o dr. Marco Moretto em 1973, na administração do sr. Rubens Pietraroia.

  • Primeiro campeão do mundo

O pugilista Miguel de Oliveira, campeão do mundo em 1975 ao derrotar em Paris o seu oponente José Luiz Duran, nasceu em Lençóis Paulista em 30 de setembro de 1947. Miguel perdeu o título de campeão mundial ao perder o filipino Elisha Obed, no Japão.