Na COP26, ministro destaca que preservação ambiental é prioridade das políticas de comunicação

Fábio Faria enfatizou que novas tecnologias de conectividade, como o 5G, contribuem para a redução de gases poluentes e combate ao desmatamento ilegal
Brasília-DF, 11/11/2021 — O ministro das Comunicações, Fábio Faria, reafirmou o compromisso do Brasil em garantir a preservação da floresta amazônica e de outros biomas durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada em Glasgow, na Escócia. Em participação, nesta quinta (11/11), no painel sobre “Crescimento verde e 5G na Amazônia”, Faria destacou a importância das tecnologias de conectividade e das políticas de telecomunicações para enfrentar o aquecimento global e combater o desmatamento.“As tecnologias de informação e comunicação representam cerca de 3% das emissões de gases do efeito estufa no mundo. A boa notícia é que elas podem ajudar a reduzir significativamente os outros 97% de emissões”, salientou o ministro. Segundo ele, o uso das ferramentas digitais “propiciam um consumo menor de combustíveis fósseis, a economia de recursos naturais e transmissão do conhecimento necessário ao crescimento sustentável”.Faria acrescentou que o Brasil, com o leilão do 5G, irá fomentar investimentos no setor de telecomunicações e o desenvolvimento de projetos que garantam o crescimento sustentável no país. Para o ministro, a nova tecnologia (aliada a outras iniciativas de conectividade) potencializa o monitoramento da floresta amazônica para o combate ao desmatamento. “Temos duas missões: levar internet e conexão a todos os brasileiros e usar a tecnologia preservar o meio ambiente”, completou.CONECTIVIDADE NA AMAZÔNIA – Com o avanço do leilão, será destinado mais de R$ 1,5 bilhão ao programa Norte Conectado, que irá estruturar uma rede de fibra óptica subfluvial de 12 mil quilômetros na região amazônica. Mais de 10 milhões de pessoas serão beneficiados com acesso à internet. “Uma rede típica de telecomunicações na Amazônia, enterrada ou posteada, poderia implicar a destruição de 68 milhões de árvores. O que faremos é lançar uma rede subfluvial, que aportará nas principais comunidades amazônicas, sem derrubar uma única árvore”, ressaltou o ministro.Para ampliar a conectividade de forma sustentável, o Ministério também desenvolve o programa Wi-Fi Brasil, que leva conexão à internet por meio de um satélite. São aproximadamente cinco mil pontos de Wi-Fi Brasil na região amazônica. Centenas de aldeias indígenas e postos de fronteira estão conectados. “Preservar a Amazônia é uma prioridade do governo brasileiro e das políticas de comunicação. Por mais que levemos redes ópticas por meio de cabos subfluviais à região, conexões satelitais ainda são extremamente necessárias”, frisou.PRESERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS – Durante painel, o ministro reforçou que as aplicações, viabilizadas pelo 5G, possibilitam otimização de processos, reduzindo o consumo de energia e o desperdício de recursos naturais, como a água. Segundo dados apresentados, 10% da energia no Brasil é perdida no processo de transmissão ou distribuição. Com relação aos recursos hídricos, a perda é de 30 a 50% nos países em desenvolvimento.“Uma das aplicações mais interessantes consiste na instalação de microfones hipersensíveis ligados à rede 5G que captam as frequências sonoras do vazamento de água. Isso permite a sua rápida identificação, a localização e o pronto reparo”, destacou. Há cidades que já conseguiram reduzir em cerca de 80% as perdas técnicas de água.Aplicações da quinta geração de internet móvel também contribuem para o aumento da produtividade no campo de forma sustentável, acrescentou Faria. “No Brasil já fizemos projetos-piloto com a tecnologia 5G. que permitem a economia de até 95% nos recursos empregados”, observou.