Informação em excesso provoca obesidade mental -Karina Marcuci

Karina Marcuci, psicóloga

O termo é curioso. E, tem se tornado cada vez mais comum na vida das pessoas. No entanto, a percepção do problema é míope pela maioria. Obesidade mental – que nada tem a ver com a ingestão descontrolada de alimentos – é considerada uma overdose de informações e conteúdos no cérebro. Quanto maior o consumo, mais a mente se sobrecarrega e torna-se “obesa”. Por consequência, adoece.

As sensações de estagnação e cansaço, falta de criatividade, dificuldade para concluir tarefas e procrastinação podem indicar obesidade da mente. E a fatura logo chega: ansiedade, estresse e uma significativa piora de humor e do sono.

“A obesidade mental colapsa todo o organismo. As informações, por não serem totalmente processadas e digeridas, tendem a se acumular, exigindo demais do nosso sistema cognitivo, que deixa de planejar, tomar decisões e de antecipar cenários. Esse acúmulo de lixo gera confusão mental, ansiedade e medo”, alerta Karina Marcuci, psicóloga, hipnoterapeuta e head training.

Prevenção

Selecionar o conteúdo a ser consumido é fundamental. É preciso escolher o cardápio mais saudável, como na hora de montar o prato do almoço ou jantar. Também não é preciso ficar o tempo todo checando as mensagens nos aplicativos ou passar horas e horas nas redes sociais. “Analise o que realmente tem qualidade para o seu momento de vida. Assim ficará mais fácil saber que caminho seguir e o que de fato consumir”, cita a psicóloga.

Estabelecer horário para se desconectar e planejar outras atividades podem ajudar muito o cérebro a se blindar da intoxicação. “Priorize tempo de qualidade com você e com aqueles que ama. Descanse. Pratique exercícios físicos com regularidade e se possível um hobby”, acrescenta Karina.

Dose ideal

A medida do consumo de informação e exposição a aparelhos eletrônicos, como o celular, deve ser sentida e ajustada mediante as percepções de benefício para cada pessoa. Dependendo do momento de vida, a ingestão de mais dados é necessária, como no caso de alguém que está prestes a fazer vestibular. “O contexto atual de cada pessoa conta muito neste cenário e no tamanho da dose de ingestão de informação. Prezar pelo equilíbrio é sempre fundamental. Assimile, mas não de uma só vez”, sentencia a psicóloga.