Brasil lidera ranking da ansiedade no mundo: no mês de prevenção ao suicídio, tire suas dúvidas sobre os medicamentos para tratar a condição

O dado alarmante é da própria Organização Mundial da Saúde (OMS): hoje, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas. De acordo com o estudo, a ansiedade atinge cerca de 264 milhões de pessoas em todo o mundo – destas, 18 milhões são brasileiras (9,3% da população). A pandemia, como se pode imaginar, agravou ainda mais o cenário da saúde psicológica em território nacional. Conforme pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), houve um aumento de nada menos que 90% nos casos de depressão. Por sua vez, a quantidade de pessoas com sintomas de crises de ansiedade e estresse agudo praticamente dobrou entre os meses de março e abril de 2020.

Nessa perspectiva, é claro que o impacto se fez notar também no setor farmacêutico. No primeiro semestre de 2020, a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu quase 14% em comparação ao mesmo período de 2019, conforme aponta estudo da IQVIA. Em maio, os ansiolíticos tiveram uma alta de 15% somente nas farmácias do Rio de Janeiro.

Também conhecidos como tranquilizantes e calmantes, os chamados medicamentos ansiolíticos atuam no sistema nervoso central para restabelecer o equilíbrio dos neurotransmissores e reduzir o estado de alerta. Em geral, são utilizados para tratar distúrbios como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e a própria depressão, entre outros.

Indicados principalmente para situações agudas, nas quais é necessário um controle mais rápido de sintomas (como a fobia social e o transtorno do pânico), os ansiolíticos têm como efeitos centrais a redução da ansiedade, a indução do sono e o relaxamento muscular. No entanto, também podem provocar efeitos indesejados, a exemplo de sonolência excessiva, fala arrastada, amnésia e dificuldade de concentração.

De acordo com Samilla Dornellas, farmacêutica e CEO da Far.me, primeira plataforma de compra de medicamentos recorrentes no Brasil, o uso de ansiolíticos deve ser sempre avaliado de maneira individual por um profissional especializado, uma vez que o consumo prolongado pode causar tolerância. Dessa forma, é possível evitar as situações em que o paciente passa a necessitar de doses cada vez maiores para produzir o mesmo efeito anterior.

“Muitas vezes, quando o paciente apresenta ansiedade leve, as medidas não farmacológicas já conseguem solucionar o problema, como terapia cognitivo-comportamental, atividade física e meditação. É comum utilizar esses medicamentos para tratar a insônia, mas não são os mais indicados, pois não agem na principal causa do problema e podem trazer riscos ao paciente, especialmente aqueles que são idosos”, conclui.

Conheça abaixo os principais medicamentos ansiolíticos utilizados na prática clínica e as recomendações para cada um deles:

Clonazepam: Conhecido popularmente pelo seu nome comercial, Rivotril, o Clonazepam é um medicamento ansiolítico que faz parte do grupo dos benzodiazepínicos. Esse medicamento tem como principal característica o efeito sedativo, inibindo as funções do sistema nervoso central.

Alprazolam: Também conhecido pelos nomes comerciais Frontal, Xanax e Apraz, entre outros, o Alprazolam é um fármaco utilizado para tratar distúrbios da ansiedade e crises de agorafobia. Classificado como benzodiazepínico, é um remédio que atua no sistema nervoso central, provocando sedação e relaxamento muscular.

Flunitrazepam: Conhecido comercialmente como Rohydorm ou Rohypnol, o Flunitrazepam é um remédio que atua deprimindo o sistema nervoso central e induzindo o sono poucos minutos após a sua ingestão. É indicado como tratamento de curta duração, apenas em casos de insônia grave, incapacitante ou situações em que o indivíduo sinta muito desconforto.

Diazepam: Classificado como um ansiolítico da classe dos benzodiazepínicos, o Diazepam é um remédio de tarja preta vendido sob prescrição médica. É indicado principalmente para o tratamento de convulsões ou para transtornos de ansiedade.

Lorazepam: O Lorazepam também pertence à classe de fármacos das benzodiazepinas, que promovem a inibição leve de determinadas áreas do sistema nervoso central. Seu uso é recomendado para o controle dos distúrbios de ansiedade ou para alívio, a curto prazo, dos sintomas da ansiedade ou da ansiedade associada aos sintomas depressivos.

Atenção: os perigos da automedicação são reais e podem gerar sérias complicações para a saúde. As informações acima não substituem o acompanhamento psiquiátrico e farmacêutico.

Sobre a Far.me

Far.me é a primeira plataforma de compra de medicamentos recorrentes no Brasil. A empresa fornece um serviço individual e personalizado para pacientes que utilizam remédios contínuos. Fundada em 2018, nasceu do sonho de três amigas farmacêuticas que se formaram juntas na Faculdade de Farmácia da UFMG. Ao longo da caminhada profissional, uma descoberta: a demanda não atendida da população que usa múltiplos medicamentos contínuos por dia.