Agricultura, comércio e indústria

Estima-se que o cultivo da cana-de-açúcar tenha chegado ao município antes mesmo da café. Fato é, que em 1867, o vereador Manoel José de Almeida  apresentava à Câmara lençoense uma indicação, solicitando, por qual motivo os senhores de engenho não haviam pago o imposto correspondente até então. Naquele tempo, os engenhos eram pequenos, feitos de madeira movidos por animais e muitos deles ainda eram manuais. Eram conhecidos como “engenhocas”. A produçao de aguardente era muito pequena, pois os engenhos trabalhavam mais no fabrico de rapadura, açúcar amarelo (de forma), produção suficiente para atender o consumo de sítios e fazendas. Em 1887 haviam apenas duas fazendas de cana no município. A primeira era de propriedade de Faustino Ribeiro da Silva e a segunda, de José Izidoro da Silva. A pinga, ou aguardente, era vendida em cargueiros. Cargueiro era denominado um barril de 50 litros.
Em 1947, o município contava com 52 fábricas de pinga.
Ângelo Paccola Primo (Da Melhor); Ângelo Minetto & Irmão (Jequitibá); Ângelo Quadrado (Campinho); Ângelo Zacharias (Cristal); Antônio Langoni (Fortuna); Antonio Lopes (Lopes); Antônio Thomazzi & Irmão; Antônio Foltran (Foltran); Carlos Paccola & Irmão (Quartola); Carlos Moretto & Irmão (Cajay); Carlos Antônio Principe (Principe); Diogo Castelhano (Plus Ultra); Tonin B. Bergamaschi ( Pratinha);  Benjamin Fayad (Prata); Ernesto Cacciolari & Irmão (Crata); Felício Frezza (Ripas); Francisco Martins (Onça); Germano Turcarelli (Extra); Gasparino Izidoro (Paulistana); Gerônimo Zillo  (Chaminé); Hermínio Capelari (Capelari);  Ídolo Ferrari & Irmão (Spuma); Irmãos Maeda (Serrinha); Adib Maluf (Dragão); Júlio Andreolli (Soares); Jácomo Pregnaca (Japré); José Oliver Jordan (Oliver); José Zillo & Irmão (Corôa); Dante Andreolli (Alba); José Ignácio Leite & Irmão (Neve); José Boso (Maria);  João Batista Dutra (São José); João Ribeiro & Irmão (Ribeiro); Luiz Zillo Sobrinho (Carvalho); Natale Andreolli (Colosso); Plácido Moretto & Irmão (Cachoeira); Primo Casali (Alegria); Pilade Momo (Momo); Ângelo Placca & Irmão (Rosa);  Francisco Lara Campos (Estrêla); Zillo, Irmão & Capoani (Favorita); Zacharias & Doretto; Vicente Moretto (São Vicente); Lorenzetti & Cia (Patos); Luiz Boso (Prata); Lourenço Cavalheiro; José Bertola; Irmãos Rodrigues (Santo André);  Irmãos Garrido (Palmeiras); Carlos Giacometti & Irmão; Albino Caccioalri & Irmão
Em 1947, a Usina Barra Grande fazia a primeira safra de cana. A Usina São José começou um ano antes. Fonte: Livros históricos de A.C.

Crise da cana

No inicio da década de 1960, dizia-se que o então presidente da República, João Goulart havia elaborado um plano para que até 1970 o Brasil deveria  fabricar 100 milhões de sacas de açúcar de sessenta quilos. A produção deveria atender o mercado externo e interno. Independentemente da veracidade da informação,  a notifica correu como rastilho de pólvora e influenciou até aqueles que não plantavam cana de açúcar. Falava-se até em construir mais uma usina de açúcar no município de Lençóis Paulista. A venda e arrendamento de terras tornaram-se grandes negócios. Não se escolhia a qualidade das terras. As mais fracas eram disputadas a qualquer preço. Os produtores estavam confiantes na produção tecnológica de adubos e fertilizantes. A terra bem aduba era garantias de bons produtos. Assim, a maioria dos sitiantes e fazendeiros financiou tratores, implementos agrícola, adubos e tudo o que fosse necessário para a produção de cana-de-açúcar. Todos eles ficaram comprometidos com os bancos, mas nada que uma boa safra não resolvesse. Para maior alegria dos produtores, naquele as chuvas foram torrenciais e os canaviais cresceram bastante. Depois veio a decepção. Os canavieiros tomaram conhecimento de que as usinas não receberiam a safra  de cana. Ou seja: só seriam moídas as quotas preestabelecidas e acordadas entre os quotistas e o IAA. O que tinha sido plantado a mais naquele ano não seria recebido pelas usinas. Os canaviais que custaram o olho da cara para serem cultivados acabaram abandonados. Os produtores ficaram em difícil situação, pois eles tinham compromissos com os bancos. O financiamento afinal de contas tinha de ser pago. O que salvou um pouco foi o fato de os engenhos de pinga terem comprado boa parte da produção, mas nada que se igualasse ao que havia sido “prometido” pelo governo central no inicio de 1960. Mais tarde, para esclarecer as dúvidas,  comentava-se nos meios canavieiros que o presidente da república havia explicado que a produção de 100 milhões de sacas de açúcar seria até 1970, conforme prévias determinações do IAA. Caso essa explicação tivesse vindo a tempo o município de Lençóis Paulista não teria passado pela maior crise de todos os tempos. Fonte: (Lençóis Paulista Ontem e Hoje)

Algodão

A cultura do algodão alcançou seu máximo desenvolvimento no município com a chegada da colônia japonesa, lá pelos anos de 1918 a 1928 mais ou menos. Conhecido como “ouro branco”, a lavoura de algodão ia tomando conta das terras do município. Naquele período muitas maquinas de beneficiamento (descaroçamento) foram instaladas na cidade e nos dois distritos – Borebi e Alfredo Guedes. Passada aquela aquela fase, a lavora de algodão acabou sendo deixada de lado pelos agricultores.

Café

O café é uma cultura que vem sendo cultivada desde  século 19 no município de Lençóis Paulista, que atualmente tem como mola propulsora da economia a cana-de-açúcar. para resgatar um pouco a história, vale dizer que em 1887 o café se constituía na maior força agrícola de Lençóis Paulista. Eram fazendeiro de café naquela época: Comendador Antonio Borges Rodrigues, Dr. Celidônio dos Reis,  Capitão F. de Oliveira Rocha,  Miguel Augusto R. de Almeida, Coronel Joaquim de Oliveira Lima & Filhos, Capitão Joaquim Moreira M. de Oliveira, Capitão José Theodoro Pereira,  João Amaro & Pompéia, João Mourão, Dr. Rodrigo Lobato M. Machado e Viúva Prado & Filho. Toda a produção do café era entregue  às máquinas de beneficiamento que pertenciam a Capitão Delfino A. Oliveira Máximo e Coronel Joaquim de Oliveira Lima.Agricultura, comércio, indústria

Comércio

Os primeiros pontos comercias que se tem notícia, estabeleceram-se às margens dos Córrego da Prata. Eram comercializados ferramentas agrícolas, utensílios domésticos, carnes de bovina e suína, farinha de trigo, de milho arroz e o mas caro de todos:  o Sal. Em pouco tempo a Vila de Lençóes  se transformou num potencial ponto comercial e isso atraiu muitos comerciantes de diversas regiões do estado, entre estes, evidentemente, vieram alguns aventureiros. O progresso causou – como não poderia deixar de ser – alguns aborrecimentos às autoridades locais. Em 1874 o Tenente Coronel Mamede de Oliveira Rocha tinha intenção de construir um mercadinho na Vila. Na opinião de Rocha os produtos seriam melhor comercializados e se evitaria a especulação. A proposta era de que o prédio seria arrendado aos agricultores que por sua vez venderiam, seus produtos direto aos consumidores. Aqueles que não respeitassem as leis e efetuasse transações com intermediários, seriam multados e seus direitos de comercializar seriam cassados. Além disso que assim procedesse seria multado

Escravos

A Intendência (prefeitura)  teve também de cuidar do mercado de escravos. No dia 12 de fevereiro de 1976, Faustino Ribeiro da Silva solicitava dos poderes municipais para que se levasse ao conhecimento do Promotor Público a importação de escravos  “Meias Caras” que se achavam em cativeiros.

Panificadora

Bittencourth & Cia. aos 7 de abril de 1888 pretendia instalar na Vila uma panificadora. A única condição imposta pela empresa é que outras concorrentes não pudessem se instalar antes do pagamento dos imposto devido

Açougues

Ainda em 1888, os açougues privilegiados recebiam carnes de primeira a preços que os concorrentes não poderiam adquirir. Para que houvesse justiça quanto ao fornecimento do produto, Alberto Ribeiro da Silva enviava uma indicação à Câmara para que fossem postos em Ata Pública os cortes de reses, colocando assim todos os retalhistas (pessoa que corta o boi) em condições de igualdade.

Farmácias

No dia 4 de novembro de 1889, Luiz Caetano Pacheco de Macedo denunciava ao intendente (prefeito)  Octávio Martins Brisola, que uma farmácia da Vila estava vendendo pílulas e medicamentos deteriorados. A denúncia dizia ainda  que a farmácia não estava à altura de atender a população. O fato deveria ser levado ao conhecimento do governo da Província (estado).

Mascates

Os mascates eram em grande número na Vila, e isso se constituía num  grande problema para os poderes públicos municipais. Os turcos eram aos primeiros a mascatear  e eles não se limitavam à venda de produtos preestabelecido pelo tributo recolhido. Eles vendia de tudo. A Intendência (prefeitura) dizia que o imposto cobrado dos mascates era insignificante. Os mascates, na opinião de muita gente eram sérios concorrentes ao comerciantes estabelecidos. O ideal, então seria fazer uma alteração  na maneira de se cobrar os tributos dos vendedores ambulantes ou os mascates.Não acabou acontecendo a reforma fiscal para os ambulantes. (Fonte: Alguns dados foram extraídos das obras de Alexandre Chitto)