A necessidade de profissionais em tecnologia é uma crescente do mercado – Rubem Duek

O último report publicado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) indica que com apenas 53 mil pessoas formadas por ano em cursos de perfil tecnológico, a demanda média anual de empregos é de 159 mil profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação no país.

Tendo isso em vista, o Brasil tem um grande desafio pela frente, pois o relatório aponta que as empresas de tecnologia vão demandar 797 mil talentos de 2021 a 2025, o que mostra que o mercado tem a oferta e a demanda totalmente desbalanceadas em relação a outras áreas.

Cursos de profissionalização na área serão extremamente necessários para que seja possível atender tantas vagas, gerando mais empregos voltados para profissionais brasileiros. O que movimenta de forma positiva a economia do país.

O material da Brasscom indica também que enquanto a média nacional de salários é de R$ 2.001, a remuneração média do setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação é de R$ 5.028 — 2,5 vezes superior. Em serviços de alto valor agregado e software, ela chega a ser quase três meses maior que a média nacional: R$ 5.805 e R$5.699, respectivamente.

Pensando na grande demanda que já vem se mostrando existente mesmo antes do boom tecnológico, resultado da pandemia do COVID-19, nasceu o Meu Futuro Digital – Associação sem fins lucrativos criada em julho de 2019 e formalizada em fevereiro de 2020.

Criado por um grupo de CEOs, CIOs, CFOs, empresários, empreendedores sociais, educadores e governantes interessados em fomentar a tecnologia da informação no Brasil, o Meu Futuro Digital é um movimento com o propósito de transformar o Brasil para se tornar o país do futuro do Trabalho e da Educação por meio da Tecnologia da Informação.

O nosso principal objetivo é trazer um crescimento exponencial do mercado de profissionais de TI brasileiro. Duplicar a Mão de Obra Qualificada em TI brasileira passando de 1,5 para 3 Milhões de profissionais em 8 anos e duplicar o PIB de TI Serviços brasileiro chegando a R$ 500 Bilhões.

Outro estudo recentemente divulgado foi o do LinkedIn, que divulgou a lista anual dos 25 empregos que mais cresceram nos últimos 4 anos e meio, mostrando que as áreas da tecnologia devem ser as principais responsáveis por movimentar as oportunidades no mercado de trabalho brasileiro em 2022.

Este ano o MFD já teve a formação de mais de 70 estudantes do módulo Preparar, do programa #OTechTaOn, em janeiro. A iniciativa foi conduzida pela Fundação IMED através do InovaEdu — Laboratório de Ciência e Inovação para Educação, juntamente com o movimento MeuFuturo Digital, a ONG Embaixadores da Educação, a REF+ e a Avanade, e contemplou jovens de diversas partes do Brasil.

Na prática, o projeto segue buscando ao longo do ano, ser um grande hub para conectar os jovens às iniciativas existentes que o levem da conscientização sobre as oportunidades ao emprego digital, passando por programas de capacitação, mentoria, apoio financeiro e colocação em empresas parceiras.

Ainda que estejamos desenvolvendo projetos para capacitação de jovens, especialmente aqueles que saem do Ensino Médio, encontramos um mercado pouco preparado para absorvê-los. As empresas, por pressão do negócio, estão buscando profissionais mais maduros, que são escassos no mercado e com isso se cria uma pressão inflacionária nos salários de Plenos e Senior, e um processo de “rouba monte” entre as empresas.

Para enfrentar o déficit estrutural de formação só há um caminho: aumentar a quantidade de pessoas que escolhem a carreira de tecnologia. E isso ocorre normalmente no Ensino Médio.

Por isso o Meu Futuro Digital tem desenvolvido iniciativas que conscientizem jovens nessa faixa etária para as oportunidades na área. Porém, o maior desafio que enfrentamos é a real capacidade das empresas para absorvê-los com programas específicos para acolhimento e execução do onboarding adequado desses jovens. Precisamos atrair jovens e conscientizar as empresas, sobre o fato de que: para reduzir o déficit estrutural de mão de obra e reduzir os custos dos projetos, é fundamental investir em programas para absorver profissionais em início de carreira. E isso é do interesse (econômico) de todos os atores nesse mercado. O desafio está posto.

Rubem Duek
CEO e cofundador do Meu futuro digital

Sobre o Meu Futuro Digital

O Meu Futuro Digital é um movimento com o propósito de transformar o Brasil para o futuro do Trabalho e da Educação por meio da Tecnologia da Informação. Um ecossistema de empresas e entidades que tem a intenção estratégica de acelerar a inclusão de jovens e profissionais nas áreas de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics), de modo a promover inclusão por meio da formação, mentoria e emprego de alta renda na área de TI no Brasil.